Você alguma vez se questionou sobre seus consumos? Você realmente deseja o que consome ou consome para se sentir desejada?
No exercício da minha profissão percebi que existe uma barreira impeditiva na construção da saúde financeira da mulher: a vontade inconsciente de satisfazer além do próprio desejo.
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Fomos programadas para alimentar o ego alheio e consumimos para sermos mais vistas do que lembradas. Esse hábito de autoadulação para buscar aprovação externa nos conduz a passos largos à pobreza, insatisfação e infelicidade.
O modelo cultural colocou o feminino numa posição frágil e vulnerável quando o assunto é dinheiro.
A mulher aluga mal o seu corpo e eu vou explicar por que. Todos alugam o corpo para gerar valor a algo ou alguém. No entanto, à mulher ensina-se a trocar esse pagamento por reconhecimento, generosidade e, às vezes, por uns trocados. A carreira de mãe e esposa não é reconhecida como trabalho, ou seja, doamos nosso corpo (e alma) para essas funções.
Para se ter uma ideia, semanalmente, são 21,4 horas gastas por mulheres em tarefas de casa, quase o dobro quando comparado aos homens, que dedicam 11 horas do tempo.
- A corrida pelo equilíbrio do tempo, dinheiro e valorização
Pessoas bem-sucedidas costumam alugar de forma inteligente seu corpo e vender bem seu “valioso” tempo, gratificação dada a uma pressão social ao sujeito masculino por exercer seu instinto protetor.
Eles têm remuneração mais vantajosa porque têm mais tempo para produzir e gerar lucro, não há nenhum mal nisso, é uma equação lógica. Apesar disso, o imperativo do uso da força como instrumento de poder não mais condiz (ou não deveria) com a realidade da construção social vigente.
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O poder vem do dinheiro e vice-versa, diz o modelo. Será?
Quem paga manda, concorda?
Mas quem consome e faz girar a economia do mundo inteiro fica como?
É um contrassenso, somos responsáveis por comprar ou influenciar o consumo de 75% de tudo que é produzido no mundo, pagamos “quase” tudo com o dinheiro feito por eles.
As mulheres têm poder de compra, trabalham mais, por outro lado, continuam ganhando 16% menos.
- E por que consumimos tantas coisas inúteis de forma errada?
Foi designado à mulher a tarefa de despertar o desejo, ser instrumento de satisfação instintual do desejante, no caso, deles. A fêmea, inclusive no mundo animal, deve ser atrativa e reunir predicados para atrair a atenção dos machos.
No mundo “racional” nosso comportamento assemelha-se aos bichos, competimos com outras mulheres pela melhor roupa, melhor sapato, melhor bolsa, melhor corpo ou algo que se aproxime do fetiche mais difícil de atingir, a beleza. A atração pelo belo salta aos olhos desejantes e pagamos um preço alto para sermos desejadas.
O consumismo é um sintoma de uma construção comportamental e tem íntima relação com a falta do objeto (ou objetivo) que nos conecta com nosso verdadeiro ‘Eu’.
O preço está nas estatísticas, nossa saúde emocional e financeira despenca todos os anos na mesma medida que nossa vitalidade, força e aparência.
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- Como desejar e consumir o certo?
O primeiro ponto é não se “coisificar”. Quando a mulher abandona seus sonhos para agradar os seus, já se transformou em objeto de manipulação emocional, sexual e financeira mesmo que ele não o faça de caso pensado.
Segundo, saiba mobilizar sua mente com informação de qualidade. Precisamos questionar nossa fantasia de “porto seguro”. Depositar nossa segurança e a responsabilidade sobre si no colo de outro, mostra claramente nossa fragilidade estrutural.
Render-se à capacitação, à terapia, à meditação, ao desfrute da sua própria companhia, é um poderoso afrodisíaco de atração de mentes antes de corpos. Esse raciocínio vale tanto para a vida pessoal quanto profissional.
Por último, uma relação nociva com consumo, fere à saúde financeira da mulher, portanto, precisamos enganar nosso cérebro primitivo – espere 24 horas para agir antes de comprar qualquer coisa ou tomar uma decisão difícil. Nenhuma compra vale a pena – absolutamente nenhuma, antes de se pagar primeiro. Devemos comprar produtos financeiros todos os meses e jamais quebrar essa regra.
Com essa atitude vamos mostrar ao eu desejante que o EU desejado tem o verdadeiro poder – o de se escolher primeiro.
Francine Mendes é autora do livro ‘Mulheres que Lucram’, fundadora da Femtech Elas que Lucrem e CEO do Ellebank, além de ser mãe, esposa, empresária, e mestre em Psicanálise.
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