Volta e meia faço um check up da minha saúde emocional e financeira. Questiono mentalmente as rotas percorridas pelas minhas decisões e rabisco as respostas num pedaço de papel qualquer que costumo rasgar em seguida.
Escrevo para racionalizar as emoções que se transformam em sentimentos e podem interferir nas futuras escolhas. A verdade é que ninguém quer cometer duas vezes o mesmo erro. Nem sempre é possível, afinal, é habitual do ser humano repetir comportamentos corriqueiramente.
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Fazemos isso mais por conta do ambiente de criação do que da genética em si. Externalizamos nas conversas do cotidiano: fulana é igualzinha o pai, beltrana puxou a mãe, sicrana é escritinha a avó e por aí vai.
No campo da constituição da subjetividade do sujeito, moldado de acordo com as regras civilizatórias, cometer duas, três, quatro vezes o mesmo erro é natural.
No caso das mulheres é pior, cobramo-nos e somos mais cobradas. Por quê?
- As regras das ‘boas moças’
Cresci à sombra de um sonho ingênuo (da minha mãe) que persegue todas as mulheres – fazer um bom casamento, regra número um do manual de instrução das “boas” moças.
Dizem que um bom casamento nos protege e nos livra do mal, “amém”. Porém, esse discurso infantil é ingrediente farto das nossas fantasias e abunda os pratos esquisitos no banquete mal servido de nossas escolhas.
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Idealizamos o príncipe do cavalo branco e dos contos de fada e, desculpe querida leitora, se você não cresceu ouvindo e sendo induzida por esses princípios de “moralidade” está mentindo ou delirando.
Jamais teremos total compreensão de quem somos e do que queremos, a consciência é apenas um fragmento da “verdade” a refletir sobre nossas ações no dia a dia. E o tempo todo deixamos refletir em nosso comportamento a luz opaca da janela entreaberta do ser não aparente – o inconsciente.
Comportamentos, em sua maioria, são reflexos de desejos reprimidos e aparecem ao consciente com nova roupagem.
Estamos programadas para abrir mão de nossos reais desejos e viver de acordo com o desejo do outro, desejamos ser amadas pelo homem dos nossos sonhos porque nos disseram que seremos protegidas e felizes nesse arranjo.
Segundo as regras da boa moça, o cara ideal deve ser divertido, inteligente, ter boa aparência, bem-sucedido, sensível, amar os seus, se possível, os animais e por aí vai… Essa construção social abriu um precedente vasto para mulheres fragilizadas pelo modelo imperativo da tendência pela repetição, tornarem-se presas fáceis para as verdadeiras arapucas sentimentais. Quem já sofreu da Síndrome da Cinderela?
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Sim, já fui vítima do conto do príncipe golpista à moda Tinder. Na época, não existia esse instrumento para se relacionar, mas os sapos estão por todos os brejos.
Deleguei minha vida emocional, espiritual e financeira ao rapaz que representava bem no papel de salvador.
O resultado: falência múltipla de todos os meus tradicionais mecanismos de defesa.
Desde então, essa rica vivência da pobreza, desmontou uma série de fetiches sociais e serviu para eu construir uma nova mulher: aquela que meus rabiscos desenharam para não repetir comportamentos de princesa fragilizada a pedir socorro.
Mas, por que mulheres ainda desejam ou mantêm relacionamentos nocivos à saúde?
- O novo manual da boa moça
Temos conhecimento equivocado sobre o que são investimentos inteligentes na vida.
Para não cair em golpes emocionais devemos seguir quatro passos:
E MAIS: Francine Mendes lança o livro “Mulheres Que Lucram”
Enquanto você estiver ocupada com esses princípios básicos de investimentos da vida, sua relação com as emoções e com o dinheiro mudará terrivelmente em seu favor. Um alerta: mulheres emotivas e sonhadoras empobrecem mais. Já dizia Nietzsche em “O caso Wagner”, o se e o porquê fazem racionalizar.
Uma forma de se chegar à razão é rabiscar, escrever sobre desejos mais íntimos e persegui-los com estratégia.
Um sedutor de grande classe tem poder de persuadir os espíritos afoitos para construção simplista de felicidade a dois. Cuidado, dentre todas as virtudes, prefira a prudência. Ser prudente é educar-se exaustivamente. Para Shakespeare, não é a dúvida, mas sim a certeza que faz os loucos. Será que precisamos de mais mulheres loucas?
Francine Mendes é autora do livro ‘Mulheres que Lucram’, fundadora da Femtech Elas que Lucrem e CEO do Ellebank, além de ser mãe, esposa, empresária, e mestre em Psicanálise.
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