Para onde vamos? Deixe-se surpreender pelo desconhecido

Vivenciar com profundidade uma experiência turística pode mudar qualquer pré-conceito já estabelecido
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gisele em visita ao iraque
Gisele em visita ao Iraque (Foto: Arquivo Pessoal)

Enquanto trabalhava para o Escritório de Turismo da Jordânia, sempre tive o prazer de realizar diversas ações e atividades que me proporcionaram evoluir como profissional. Posso dizer que perdi a conta de quantos eventos e feiras de turismo participei ao redor do mundo conhecendo pessoas de diferentes cantos, trocando experiências e absorvendo toda troca de histórias.

Em 2009, no meu último mês de serviço no Jordan Tourism Board, estávamos trabalhando em um evento que se chamava Jordan Travel Mart, realizado em fevereiro sob o tema “Viagem de Aventura” naquela edição. Tivemos grandes parceiros, como a Adventure Travel and Trade Association (ATTA) e a National Geographic, que trabalharam junto com a gente e foram incríveis em todos os sentidos.

Enquanto preparava a ida de Shannon Stowell (presidente da ATTA) à Jordânia para reuniões, fiquei sabendo que ele faria uma parada no Curdistão para se encontrar com o Ministro de Turismo do destino e fomentar o setor no Oriente Médio. 

O primeiro pensamento que me passou pela cabeça foi: “Eu tenho que ir com ele!”. 

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Já o havia encontrado em algumas ocasiões, durante eventos do segmento nos Estados Unidos, mas nunca tinha tido a chance de conhecê-lo melhor e criar uma ligação. Eu sabia que estava finalizando o meu trabalho com a Jordânia e tinha tempo para explorar um pouco mais o Oriente Médio antes de começar minha jornada pela África, como já contei em colunas anteriores.

Eu não associei o Curdistão ao Iraque no primeiro momento. Não sabia que era uma região do norte do país. Só entendi que estava indo para o Iraque quando, ao comprar a passagem da Jordânia para o Curdistão, percebi que a viagem com rota de 45 minutos custava um absurdo. Realmente não entendi o porquê do preço. Foi quando Shannon me disse que estávamos indo para o Iraque e que as taxas de seguro eram altíssimas na época.

É óbvio que eu iria para o Iraque, sem sombra de dúvidas. Mas foi uma surpresa descobrir para onde estava indo só depois de praticamente ter acertado tudo para a viagem acontecer. 

gisele em lojas
Gisele visitando lojas no Iraque (Foto: Arquivo Pessoal)

Como dizem alguns dos meus amigos mais queridos – e é a pura verdade -, vivo no mundo de Gisele, onde tudo dá certo e nada atrapalha. Então lá estava eu, indo para um país sobre o qual eu não tinha praticamente conhecimento nenhum, com uma pessoa com a qual eu não tinha contato, mas empolgadíssima, e com a confiança de que aquela seria uma experiência muito boa para mim.

Afinal, eu sabia que o tema das viagens de aventura, que estávamos trabalhando para o evento, também valia para mim, no sentido pessoal.

Devo dizer que acho que nunca conseguirei descrever o quão incrível foi essa viagem. O país é lindo e cheio de tesouros arqueológicos e paisagens excepcionais. As pessoas são super amigáveis ​​e genuínas. E a sensação incrível que você tem dentro de você, só de saber que está no Iraque, não tem preço.

Depois de apenas dez minutos por lá, eu sabia que ia me divertir muito. Mais do que isso:  sabia que estaria segura. Minha primeira experiência com o povo do Iraque/Curdistão foi na alfândega e devo dizer que nunca fui tão bem recebida na minha vida. E olha que eu já lidei com uma grande quantidade de funcionários da alfândega por essas viagens mundo afora…

Acompanhei Shannon em sua reunião com o Ministro e sua equipe, e foi bastante inspirador ver países com inúmeras possibilidades para o turismo trocando experiências e estratégias para promover sua indústria. Nos dias seguintes, viajamos pelas províncias de Erbil e Dohuk, nos divertimos com suas belezas naturais (REALMENTE) e nos reunimos com os moradores em todos os lugares por onde passamos e o máximo de tempo que pudemos.

Um dos destaques desta viagem foi uma visita a um assentamento familiar nômade, a caminho das montanhas a nordeste de Erbil, onde pude passar algum tempo e me divertir muito com as mulheres – super interessantes – que vivem lá.

Termino esta coluna com a seguinte mensagem: permita-se conhecer, permita-se vivenciar. Sempre que me deparo com temas relacionados ao Iraque, constato que poucos são capazes de exaltar seus atrativos turísticos e suas belezas naturais. Ao conhecer e explorar diversos cantos, tenho certeza que as pessoas contariam somente coisas positivas. Claro que o país tem seus problemas sociais, assim como muitos outros em todo o mundo, não é mesmo? Mas para o Iraque, há mais do que isso: um pré-conceito sobre o destino.Agora uma dica… Permita-se viver e desbravar experiências e momentos sempre que tiver a oportunidade. Os lugares pelo mundo estão aí para explorarmos.

Gisele Abrahão é uma viajante do mundo, empreendedora consciente, criadora do prêmio Impactos Positivos e idealizadora da plataforma Lugares pelo Mundo.

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