
A noite foi de muitas emoções na 93ª cerimônia do Oscar, realizada ontem (25) nas cidades de Londres, Los Angeles e Paris. Pela primeira vez, a maior premiação do cinema contemplou uma mulher de origem asiática com a estatueta da categoria de Melhor Direção. Chloé Zhao, de 39 anos, levou a melhor pelo filme “Nomadland”, que conta a trajetória de uma mulher, Fern, uma nômade à procura de bicos para sobreviver durante um período de pós-depressão econômica nos Estados Unidos. A produção também foi premiada como Melhor Filme da edição.
Nascida em 1992, na China, Chloé viveu até os 14 anos em Pequim. Após o período, estudou em um internato na Inglaterra e cursou o ensino médio e a faculdade de Ciência Política nos Estados Unidos. Em 2010, após perceber que não seguiria carreira no universo político, a cineasta se mudou para Nova York, onde mergulhou de vez no oceano do cinema, teve aulas com Spike Lee e ingressou na Universidade de Nova York.
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No mesmo ano, o curta de estreia de Chloé foi premiado. Em 2015, ela produziu seu primeiro longa, “Songs My Brother Taught Me”, e, em 2017, chamou atenção com seu segundo filme, “Domando o Destino”.
Tanto as produções de Chloé quanto sua trajetória profissional e formação, apontam para o mesmo caminho: desconstruir a ilusão, a romantização, dos sonhos da vida americana amplamente vendidos nas produções hollywoodianas.
Com 11 anos de carreira no cinema, Chloé, hoje, vive nos Estados Unidos e se identifica como norte-americana. O longa “Nomadland’”, que rendeu à cineasta a estatueta de Melhor Direção no Oscar 2021, carrega em sua história mais de 50 prêmios, entre eles o Leão de Ouro e quatro categorias do 36º Independent Spirit Awards.
Em seu discurso na premiação histórica, Chloé falou sobre bondade e encorajou a busca pelos sonhos em um ambiente desafiador. Parte deste desafio foi superado na edição deste ano do Oscar: a tão criticada falta de reconhecimento do trabalho das mulheres artistas que estão à frente ou atrás das câmeras foi revertida em 13 estatuetas entregues a elas na 93ª edição da tradicional premiação.
“Este prêmio é para qualquer pessoa que tem fé e coragem para se agarrar à bondade dentro delas e à bondade dos outros, mesmo quando é muito difícil fazer isso. Esse prêmio é para vocês. Vocês me inspiram a seguir em frente.” Chloé Zhao
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Antes de Chloé Zhao, apenas mais uma mulher havia recebido o prêmio de Melhor Direção: Kathryn Bigelow, por “Guerra ao Terror” em 2010.
Veja a seguir quem são as outras 13 mulheres vencedoras do Oscar 2021 e suas respectivas categorias:
Frances McDormand
Categoria: Melhor Atriz
Produção: “Nomadland”
Youn Yuh-jung
Categoria: Melhor Atriz Coadjuvante
Produção: “Minari”
Emerald Fennell
Categoria: Melhor Roteiro Original
Produção: “Bela Vingança”
Dana Murray
Categoria: Melhor Animação
Produção: “Soul”
Pippa Ehrlich
Categoria: Melhor Documentário
Produção: “Professor Polvo”
Jan Pascale
Categoria: Melhor Design de Produção
Produção: “Mank”
Ann Roth
Categoria: Melhor Figurino
Produção: “A Voz Suprema do Blues”
Michelle Couttolenc
Categoria: Melhor Som
Produção: “O Som do Silêncio”
Tiara Thomas
Categoria: Melhor Canção Original
Produção: “Judas e o Messias Negro”
Mia Neal e Jamika Wilson
Categoria: Melhor Cabelo e Maquiagem
Produção: “A Voz Suprema do Blues”
Alice Doyard
Categoria: Melhor Curta de Documentário
Produção: “Colette”
Chloé Zhao, Frances McDormand e Mollye Asher
Categoria: Melhor Filme
Produção: “Nomadland”