
Ao pararmos para pensar na rotina das pessoas até a década de 1990, é possível perceber com facilidade que o boom tecnológico transformou a forma das pessoas trabalharem, viverem e aproveitarem o tempo. O cenário é ainda mais radical se considerarmos a organização social em meados do século 18, período do início da Primeira Revolução Industrial na Inglaterra.
Nesta época, diferente dos dias atuais, era incomum ver mulheres em atividades que extrapolassem o cuidado com a casa, filhos e marido. Hoje, o quadro é totalmente diferente: as mulheres já são maioria nas universidades brasileiras, além de que o espaço feminino em profissões antes exercidas somente por homens tem crescido.
Mas, independente da crescente participação das mulheres no mercado de trabalho, elas ainda precisam ter tempo para se dedicar aos filhos, cuidar de si mesmas, praticar exercícios físicos, resolver questões burocráticas, etc.
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Toda mulher que vive uma rotina maluca sabe como é difícil conciliar as atividades, mas também entende que é necessário equilibrar os pratos dos compromissos. E, mais ainda, ela sabe o quanto é bom lucrar com o resultado de tudo isso, afinal, inteligência emocional é tão importante quanto inteligência financeira.
Com a proximidade de um dia tão especial para tantas mulheres, como é o Dia das Mães, não poderíamos deixar de mostrar na prática que é possível lucrar em todas as áreas da vida: acadêmica, profissional e, é claro, na maternidade.
Aqui vai uma lista de 10 mulheres mães, que nos inspiram a lutar pelo que sonhamos e ainda mostram que é possível lucrar fazendo de tudo um pouco.
1. Francine Mendes

Ela é especialista em educação financeira para mulheres, CEO da plataforma Elas Que Lucrem, sócia da Genial Investimentos, fundadora do primeiro clube de investimentos para mulheres de Santa Catarina, o EllaInvest, economista formada pela UFSC e mestre em Psicanálise do Consumo pela Universidade Kennedy.
Com um currículo extenso como esse, Francine defende a importância de saber exatamente o que quer e onde deseja chegar. “Tenho prioridades e valores muito definidos: família, responsabilidade enquanto mãe, mulher e profissional; tenho sempre como norte a independência, a honestidade, a lealdade e, principalmente, a gratidão”.
Francine mostra, principalmente por meio de suas redes sociais, como é possível conciliar e lucrar enquanto mulher, profissional e mãe, aproveitando cada momento possível na companhia dos filhos, Lara e Luca, e transmitindo todo o conhecimento e aprendizado de vida que tem a eles.
2. Traudi Guida

Com um longo currículo, Traudi começou a se dedicar ao mundo da moda em 1967, quando decidiu abandonar a faculdade de Direito e trabalhar no setor varejista.
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Em 1969 iniciou a multimarcas Snupy, bem antes de existir qualquer indício de surgimento das redes sociais e as propagandas serem feitas de outra maneira. Em 1982, ao lado da estudante de economia Rahyja Afrange, deu início ao outlet Restoque, que em 1988 viria a se tornar a famosa Le Lis Blanc.
Em 2011, Traudi deixou definitivamente a marca após vendê-la quatro anos antes, mas sua trajetória profissional estava longe de acabar. Atualmente, Traudi é diretora criativa na WBG Retail, grupo varejista criado por ela e seu filho, Bento Guida, que detém marcas de decoração e moda como SOUQ e IDA.
Com uma história de superação, coragem e determinação, Traudi mostra que é possível fazer de tudo e um pouco mais. Mesmo com a responsabilidade de dirigir uma grande empresa, ela não só tinha tempo para os filhos, como ainda se tornou uma fonte de inspiração para outras mulheres e profissionais.
Traudi defende a importância de trabalhar com amor e paixão: “sou muito focada e apaixonada pelo que faço. Acho que sem isso, trabalhar seria chato”. Com paixão e comprometimento aliados à força feminina, tudo é possível. “Eu tive marido até meu filho completar 11 anos, depois fiquei sozinha e construí coisas grandes. Também vim de uma família só de mulheres, não tive pai, ele foi ausente. Tudo isso me mostrou a força da mulher e o quanto somos multifacetadas”.
3. Rachel Maia

Banco do Brasil, Tiffany&Co., Pandora e Lacoste são algumas das empresas que já fizeram parte da vida de Rachel Maia.
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Com uma carreira que começou abandonando o sonho de ser aeromoça, a contadora formada pela FMU mostra que nem sempre a vida nos direciona para os caminhos que desejamos, mas com luta e persistência, é possível chegar muito longe.
Quando retornou ao Brasil depois de um período no exterior para aprimorar o inglês, conquistou a posição de senior business controller no grupo farmacêutico suíço Novartis, onde ficou por 4 anos. Na sequência, Rachel se tornou CFO na Tiffany&Co., lugar onde, mais para a frente, se tornaria CEO.
Acostumada com o universo das marcas de luxo, o próximo destino da executiva foi a dinamarquesa Pandora, empresa que entrou em sua vida enquanto ela passava por um processo de adoção. Processo este que foi suspenso quando ela descobriu aos 40 anos de idade que estava grávida.
Mesmo com uma filha, Rachel nunca deixou o trabalho de lado. Ela recebia Sarah, hoje com 11 anos, no escritório para amamentar. Desde então, passou a balancear o tempo entre novos negócios e a função de ser mãe. Após 8 anos à frente da Pandora, Rachel participou de um processo seletivo de 4 meses para dirigir a marca francesa de vestuário Lacoste, empresa na qual atuou como CEO até 2020.
Aos 50 anos, Rachel também é mãe de Pedro Antônio e não deseja parar de trabalhar. Ela acredita que ainda há muito para ser realizado e que desistir não é uma opção para ela.
4. Soraia Schutel

Soraia é CEO e cofundadora da Sonata Brasil, empreendedora, consultora de empresas, coach executiva, palestrante e professora em cursos de gestão e MBA. Academicamente, ela é doutora em Administração pela UFRGS, especializada em Psicologia Social pela Universidade estatal de São Petersburgo – Rússia, pesquisadora com foco na área de Aprendizagem Transformadora, Inovação na Educação de Líderes e Desenvolvimento Sustentável.
Durante a infância, Soraia teve uma educação focada no ensino. Aos 28 anos, começou a dar aulas de graduação e nunca mais abandonou a vida de professora. Com 33 anos, fundou a Sonata Brasil junto com Natalia Leite, em busca de promover o autoconhecimento e a formação de líderes por meio da educação. O novo negócio nasceu como uma empresa totalmente feminina para “as pessoas encontrarem a si mesmas, se reconectarem com o que foi perdido, por meio de aulas práticas e de vivência”.
Mesmo com toda essa bagagem profissional e compromisso com a educação sempre há tempo para mudanças. Aos 40 anos, Soraia está grávida de 6 meses de um menino, e conta que a experiência da maternidade tem transformado ela. “Viver essa experiência me trouxe ambição existencial: tenho vontade de fazer mais e impactar mais gente. A gravidez mudou meu perfil de conservador para mais arriscado”.
5. Djamila Ribeiro

Djamila é filósofa, escritora, acadêmica e ativista social. Graduada em filosofia e mestra em Filosofia Política pela Unifesp, ela se tornou conhecida no Brasil por conta da postura ativista na Internet, com foco em pautas femininas e ativismo negro.
Com mais de 1 milhão de seguidores no Instagram, a rede se tornou uma importante ferramenta de comunicação e exposição de seus ideais, além de um dos maiores veículos de luta pelos movimentos nos quais acredita.
Hoje, Djamila é colunista da Folha de S. Paulo e da ELLE Brasil, já passou pela secretaria de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo e tem três obras publicadas: “O que é lugar de fala?” (2016), “Quem tem medo do feminismo negro?” (2018) e “Pequeno manual antirracista” (2019), livro pelo qual recebeu o Prêmio Jabuti na categoria de Ciências Humanas.
Mesmo com tanto trabalho e responsabilidade, Djamila costuma comentar em entrevistas que sua prioridade é passar tudo que aprende e vê no mundo para a filha de 15 anos, além de tirar alguns dias de folga para estar em família.
6. Natalia Leite

Natalia Leite é jornalista, empreendedora, palestrante e mestre em Ciência da Informação pela Universidade de Brasília. Enquanto profissional da área de jornalismo, fez parte das principais coberturas nacionais e internacionais e esteve na bancada de telejornais do SBT, TV Record e TV Cultura. Com o intuito de se dedicar à formação de pessoas, Natalia é cofundadora da Escola de Você e da Sonata Brasil.
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Muito atuante na causa do desenvolvimento de mulheres, Natalia é defensora do termo “autogestão”. Busca, por meio do seu trabalho, construir a autonomia, liderança e autoestima feminina, além de desenvolver ferramentas fundamentais para o sucesso em qualquer área de atuação das mulheres, independente do campo de trabalho escolhido.
Mãe de primeira viagem do Leon, Natalia sempre encontra tempo para balancear a vida profissional e a pessoal. Além de ajudar mulheres por meio do seu trabalho, ela também tem forte atuação no Instagram, levando mensagens de motivação e ensino.
7. Ingrid Silva

Bailarina profissional e ativista, Ingrid Silva iniciou sua trajetória no balé sem saber que, futuramente, essa se tornaria sua profissão. Aos 8 anos, a dança surgiu em sua vida apenas como uma ferramenta para a diversão, por meio do projeto social “Dançando Para Não Dançar”.
Participou da escola de dança Maria Olenewa, fez estágio no grupo Corpo e quando percebeu, aos 12 anos, o sonho de se tornar uma bailarina profissional era real. Após enviar um vídeo para uma audição no The Dance Theatre of Harlem, em Nova York, Ingrid conquistou o posto de bailarina principal na companhia.
A dançarina luta pela igualdade racial em todo o mundo, participa de ações tanto no Brasil como nos Estados Unidos e é fundadora do EmPowHer NY, uma organização criada para que mulheres possam compartilhar suas experiências e incentivar outras que desejam realizar seus sonhos independente das dificuldades.
Em dezembro de 2020, nasceu Laura, primeira filha de Ingrid. Ela defende que, mesmo renascendo ao se tornar mãe, não deseja perder a essência, afinal, ela não é apenas mãe. Após o nascimento da filha, Ingrid tem encontrado formas de passar a maior parte do tempo possível com Laura, buscando equilibrar a rotina de trabalho, que inclusive já a trouxe ao Brasil este ano.
8. Bianca Andrade

Influenciadora digital, YouTuber, atriz e empresária, a famosa Boca Rosa iniciou sua carreira como maquiadora e produtora de conteúdo sobre o universo da maquiagem.
Em 2018, a influenciadora digital lançou sua primeira linha de produtos de beleza para a marca Payot. Entre 2016 e 2020, ela foi indicada para 16 prêmios de diferentes frentes de atuação profissional e levou nove para casa.
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Grávida de seu primeiro filho, Cris, ela afirma que uma das perguntas que mais recebe em entrevistas é como vai conciliar o trabalho com a maternidade, principalmente pelo seu forte comprometimento e dedicação aos negócios.
Bianca diz que ainda não tem uma resposta para essa pergunta, mas responde que, ao pensar por um lado racional, será necessário ter muita organização. Já no que tange as emoções, ela acredita que o filho trará uma nova forma de ver a vida, com novas prioridades e posturas.
9. Adriana Barbosa

Para algumas, empreender é um desejo. Para outras, uma necessidade. Para Adriana Barbosa, a necessidade bateu na porta antes. No ano de 2001, a carreira em uma gravadora terminou e Adriana se viu sem saída. Mas foi com um conselho da bisavó que ela buscou começar algo com o que tinha em mãos: roupas usadas para serem vendidas em feiras.
Em meio à necessidade, veio o desejo. Com o objetivo de criar algo voltado para a população negra, surgiu, em 2002, a Feira Preta, que é considerada o maior evento de cultura negra da América Latina.
A feira tem como objetivo fazer a população preta consumir da riqueza gerada a partir da cultura.
Para o primeiro evento, Adriana conseguiu um investimento de R$ 3 mil da empresa Unilever. Na edição de 2016 da feira, o público esperado de 20 mil pessoas surpreendeu Adriana negativamente. Com apenas 5 mil participantes, 15 mil abaixo do esperado, a empresária contraiu uma dívida de R$ 200 mil.
Mais uma vez, Adriana precisou recomeçar. Na época, soube que foi eleita uma das 51 pessoas negras mais influentes do mundo pelo Mipad (sigla em inglês para Os Maiores Influenciadores Afrodescendentes). Após o prêmio, a edição da feira do ano seguinte contou com 27 mil pessoas.
Adriana também é CEO do Pretahub, uma aceleradora do empreendedorismo negro no Brasil. A partir da evolução da Feira Preta, o Pretahub surgiu para fomentar a criatividade, inventividade e tendências pretas.
A empresária ensina sobre a construção da identidade da mulher preta para sua filha de 8 anos. Busca fazer com que ela cresça e lute pelo que acredita, defenda suas crenças e tenha liberdade de ser o que deseja.
10. Ana Fontes

Ana Fontes é publicitária e mais uma das mulheres que começaram a empreender por necessidade. Ela é fundadora da Rede Mulher Empreendedora, uma iniciativa de apoio a mulheres empreendedoras no Brasil, que oferece mentorias voluntárias.
A rede está disponível para todo tipo mulher que deseja ser ou é empreendedora. Desde aquela que acabou de iniciar um negócio, vendendo doces, até a que já fatura milhões de reais por ano.
Ao deixar a carreira no marketing, Ana decidiu que precisava de algo que proporcionasse mais tempo para ela aproveitar as filhas. Com isso em mente e com a ajuda de amigos, a profissional criou a empresa de avaliações Elogie Aqui.