Brasileira cria plataforma de hospedagem exclusiva para mulheres e ganha prêmio da ONU

A SisterWave tem o objetivo de conectar mulheres viajantes a moradoras dos destinos visitados
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Gilson Machado Neto, ministro do Turismo entregou o prêmio à CEO da SisterWave, Jussara Botelho

A empresária Jussara Pellicano Botelho, de 33 anos, recebeu um prêmio da Organização Mundial do Turismo, agência especializada da Organização das Nações Unidas (ONU), em Madrid, na Espanha, pela sua contribuição ao turismo sustentável e responsável. Isso porque a brasileira criou o SisterWave, plataforma de hospedagem desenvolvida especialmente para as mulheres.

A plataforma exclusiva para o público feminino foi lançado em 2018 com o intuito de conectar a mulher viajante a moradoras dos destinos visitados.

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Jussara ao lado de suas anfitriãs no Butão

Jussara teve a ideia de criar a SisterWave em 2015, quando viajou ao Butão, na Ásia, e teve contato com algumas hospedagens colaborativas, mas, por ser mulher, ainda tinha um pouco de medo por estar sozinha.

“Percebi que as mulheres tinham, em média, duas horas a menos por dia para aproveitar uma viagem. Em muitos lugares, uma mulher viajando sozinha ou ocupando espaços depois de determinado horário é incomum. O objetivo é que elas tenham uma sister local para falar mais sobre o lugar e acompanhá-las em alguns programas. Queremos encorajá-las”, explicou em entrevista ao site Metrópoles.

A CEO da SisterWave, que ganhou o Prêmio Global de Startups da OMT em maio deste ano, explicou à ONU News como a iniciativa se destacou entre as mais de dez mil propostas concorrentes de todo o mundo. 

“Dentro da plataforma existem mais de 18 mil mulheres com quem você pode contar. Dentre elas, 550 são anfitriãs e você pode ficar na casa delas. A gente está pretendendo lançar vários outros serviços nessa transformação da plataforma, que não é só a hospedagem, mas o que a gente já implementou do ano passado de forma presencial, assim que for possível com novos protocolos. São cursos e outros serviços de viagem entre mulheres.”

A plataforma está disponível apenas no Brasil e funciona da mesma forma que outros sites de hospedagem. As interessadas realizam um cadastro como anfitriã ou viajante e preenchem informações básicas com fotografias de um documento com foto, para verificação.

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Ainda não é possível alugar um imóvel por completo, justamente porque a ideia é promover a convivência entre as mulheres.

O site só aceita mulheres, cis ou trans, e as anfitriãs precisam indicar em seu perfil se há homens morando em sua casa ou se podem receber uma mulher acompanhada de um homem.

Após realizar a reserva, a mulher faz o pagamento e recebe as informações de endereço completas.

“Já hospedei cinco sisters e duas delas nunca tinham viajado sozinhas. Foi graças à SisterWave que elas se sentiram seguras e encorajadas a fazer isso. Esse é o nosso grande combustível, empoderar mulheres a viajarem e experimentarem o prazer que é estar na própria companhia”, contou a empresária em entrevista ao UOL.

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