Quem são as fundadoras da Olga Ri, o delivery que transformou a salada em ícone pop paulistano

Foodtech registrou 14 mil pedidos por mês em 2021, com faturamento de R$ 20 milhões
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Foodtech foi fundada por Beatriz Bahmdouni, Cristina e Bruno Sindicic (Foto: Divulgação)

Parece clichê dizer que a Olga Ri, foodtech de comida saudável, nasceu do amor de seus fundadores por salada. Mas é a verdade. Na escola, Cristina Sindicic lembra de quando, para o horror dos coleguinhas que levavam lancheiras cheias de salgadinhos, ela comia tomate com sal nos intervalos. A inexplicável paixão era compartilhada com os atuais sócios da empresa, o irmão de Cris, Bruno Sindicic, e a amiga Beatriz Bahmdouni.

“Queríamos que mais pessoas tivessem esse prazer e, ao mesmo tempo, passassem a se alimentar melhor”, diz Cristina. Assim, em 2016, o trio resolveu que era hora de popularizar os ingredientes naturais, coloridos e acessíveis em uma metrópole agitada como São Paulo. Formadas em arquitetura, Cris e Bia toparam recomeçar suas carreiras do zero para comandar o negócio a quatro mãos, enquanto Bruno continuava trabalhando no mercado financeiro. O que parecia ser um desafio, logo acabou se mostrando um mercado intocado: a demanda era tão grande que, no primeiro ano, o faturamento chegou a R$ 5 milhões. Tudo isso sem qualquer tipo de ação publicitária ou marketing –  apenas por meio do bom e velho boca a boca. 

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Nessa fase, o negócio ainda se chamava Casa Buon Gusto, uma referência à marca de conservas naturais da mãe de Cris e Bruno. Mas, apesar do sucesso inicial, tanto o nome quanto o visual da foodtech ainda não eram o que os empresários queriam. “Parecia uma cantina italiana, não passava a imagem dinâmica que tínhamos em mente”, explica ela. Inspirados em modelos norte-americanos, como a startup Sweetgreen, os  proprietários queriam chamar a atenção da Geração Z e dos Millennials, mostrando que sim, as saladas também são pop. “O Bruno percebeu que nos Estados Unidos esse modelo de restaurante saudável e moderninho estava bombando. Os jovens amavam aquilo. Então resolvemos trazer algo semelhante para o Brasil”, conta Bruna. 

Foi com essa repaginação em mente que a empresa se tornou viral nas redes sociais, destacando-se pelo visual moderno e pelo apelo jovem. “Pouco tempo depois disso, a [influencer fitness] Gabriela Pugliesi postou nos stories uma de nossas saladas. Recebemos tantas ligações naquele dia que não conseguimos dar conta”, relembram as fundadoras. Além de pratos  “instagramáveis”, a marca também passou a adotar o nome atual, Olga Ri – uma referência à força feminina que compõe 60% do time de funcionários. 

Foodtech faturou R$ 20 milhões em 2021

Saladas são feitas a partir de itens selecionados (Foto: Reprodução/Instagram)

A recepção calorosa dos clientes, o engajamento das fundadoras com todas as etapas de produção e, claro, o conceito ainda pouco explorado de comida saudável no Brasil revelou-se a receita perfeita aos olhos do mercado. Em 2020, a Olga Ri recebeu uma rodada de investimentos liderada pela Kaszek, o mesmo fundo que investiu em unicórnios como QuintoAndar e Nubank. Um ano depois, foi a vez do cineasta Fernando Meirelles, conhecido pela participação nos filmes “Cidade de Deus” e “Dois Papas”.  “Depois disso, percebemos que o crescimento ia ser enorme”, conta Cris. E, de fato, foi: só no último ano, o negócio faturou R$ 20 milhões, contabilizando cerca de 14 mil atendimentos por mês. 

Diferente de restaurantes tradicionais, a foodtech utiliza o conceito de cloud kitchens para dar conta das demandas. Assim, ela funciona apenas por delivery, dispensando a presença de um salão e de uma equipe voltada a esse tipo de serviço. Até agora, o negócio possui cinco cozinhas espalhadas na capital de São Paulo, mais especificamente nos bairros Vila Olímpia, Jardins, Mooca, Lapa e Santana. 

Do ponto de vista gastronômico, Beatriz, que fica à frente da área de produtos, garante que a qualidade é o carro-chefe de tudo que é oferecido pela marca. “É uma coisa inegociável aqui dentro. Por isso, estamos sempre de olho nas reclamações, nas sugestões e no que pode ser melhorado”, conta. Também por causa dessa característica, os cardápios costumam ser mudados ao longo do ano, de maneira a acompanhar a sazonalidade dos ingredientes, garantindo um baixo desperdício no longo prazo. No entanto, os clientes não precisam se preocupar: ao todo, são mais de 50 opções entre saladas prontas, montadas, bowls e sopas. 

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Salada com propósito

Com o objetivo de revolucionar a imagem da salada entre o público mais jovem, o trio logo percebeu que o negócio precisava ir além das ações nas redes sociais. “Se você quer a atenção dos jovens, precisa ter propósito. E como uma marca genuína, fica muito fácil de comunicar”, destaca Cristina. 

Para começar, a liderança feminina da Olga é motivo de orgulho para Cris e Bia. Além das fundadoras, que hoje ocupam a diretoria de marketing e produtos, respectivamente, a maior parte das posições de comando tem uma mulher como representante. Como não poderia ser diferente, a equidade salarial entre os gêneros também é garantida, segundo elas.

Outro pilar importante para a empresa é a diversidade, carinhosamente chamada de “juntos e misturados”. “Nos preocupamos com isso não só em relação ao respeito pelo cliente, mas também na operação”, aponta. Por isso, a foodtech tem uma parceria com a recrutadora TransEmpregos, garantindo a presença de colaboradores transsexuais em todos os níveis da empresa, assim como negros e LGBTQIAP+.

Outro ponto que recebe atenção dobrada da equipe é o cuidado com o meio ambiente. Além de contar com um cardápio 90% vegetariano e evitar o desperdício de ingredientes, a Olga Ri é uma das investidoras do selo #EuReciclo, projeto responsável por incentivar cooperativas que reciclam o plástico descartado no lixo. “Foi a nossa forma de compensar o fato de ainda usarmos embalagens desse tipo”, destaca Cristina. 

Para os próximos anos, a ambição é transformar a salada da foodtech em um objeto de desejo tão grande quanto os fast-foods de lanches. “Sempre falamos que nascemos para colorir o mundo a partir da comida saúdavel”, diz a diretora de marketing da Olga. Além da abertura de novas cloud kitchens em São Paulo, está prevista a inauguração de uma loja física da foodtech na capital e também uma expansão para o Rio de Janeiro. “A revolução já começou, e o que pudermos fazer para que as pessoas se alimentam melhor, vamos botar em prática”, conclui Cris.

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