10 passos para se tornar uma boa líder

Desenvolvimento de soft skills e clareza na comunicação são alguns dos atributos necessários para aumentar o poder de influência
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 Apenas 38% das posições desse tipo são ocupadas por profissionais femininas (Foto: Unsplash)

Depois de anos de experiência, capacitação, alto desempenho e resultados acima da média, a tão desejada posição de liderança pode parecer a consagração do sucesso profissional para alguns. No entanto, a posição está acompanhada de – muitas – responsabilidades e pressão, o que pode fazer com que o cargo se torne mais árduo do que se imaginava.

Para Stephanie Crispino, CEO da consultoria corporativa Tribo, mais do que ditar comandos, a liderança é um ato diário de influência que atinge diferentes perspectivas, desde a intimidade de quem lidera até a sociedade como um todo. “Uma boa liderança será capaz de navegar entre essas distintas esferas, concentrando algumas características fundamentais em cada uma delas”, aponta. Além disso, o gestor ainda deve ser capaz de integrar propósitos e resultados, ao mesmo tempo em que lida com os desafios do negócio e da equipe. 

A boa notícia é que, apesar de não existir um manual de instruções, algumas práticas comuns são apontadas como características comuns a bons líderes. Segundo uma pesquisa feita pela Mindsight, empresa de tecnologia e gestão de pessoas, com 1.260 profissionais, entre os atributos mais valorizados de gestores estão comprometimento (84%), boa comunicação (83%), empatia (81%), capacidade de inspirar (72%) e reconhecimento de méritos (70%). 

No caso das mulheres, algumas soft skills que arquetipicamente podem ser lidas como femininas ainda contribuem para uma gestão mais consciente e humanizada. O maior desenvolvimento do lado emocional, por exemplo, aumenta a empatia com os demais membros da equipe, como explica a mentora de carreiras Ana Minuto. “A mulher foi treinada desde o nascimento para ser alguém colaborativa, ou seja, acostumada a fazer as coisas em conjunto. Então ela já possui esse tato maior em relação ao convívio com as pessoas e com um time”, afirma. 

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No mercado, isso se reflete em uma preferência por líderes do gênero feminino. Em relação a isso, um levantamento da consultoria Ketchum mostrou que 57% dos entrevistados apontou o desempenho das mulheres na gestão como superior, enquanto 43% citaram os homens. Além disso, 62% afirmaram que as chefes se comunicam de forma mais aberta e transparente, contra 38% dos homens. 

Esse reconhecimento, no entanto, ainda não é o suficiente para fazer com que homens e mulheres dividam de forma igualitária as posições de comando em grandes companhias. Atualmente, apenas 38% das posições desse tipo são ocupadas por profissionais femininas, conforme pesquisa da consultoria Grant Thornton. Por isso, no caso delas, a determinação para seguir em frente deve ser ainda maior, segundo as especialistas. 

“Para termos cada vez mais mulheres nas lideranças, devemos contar com uma rede de apoio que nos auxilie nessa jornada. Isso inclui práticas como mentorias, que permitem a troca de dados e a ressignificação dos acontecimentos da carreira. Outra forma de conseguir isso também é pela representatividade, já que a história de outras profissionais acaba tornando mais  palpável o futuro que desejamos”, destaca a CEO. 

Pensando nisso, Ana Minuto e Stephanie Crispino compartilharam 10 dicas para mulheres que almejam se tornarem boas líderes. Veja, a seguir, quais são elas:

Promova a cultura da empresa

Como líder, é importante assumir a responsabilidade pela evolução cultural da organização. Isso significa que um bom gestor deve ativar os princípios da empresa por meio de gestos e ações diárias com os integrantes da equipe, seja na forma de se comunicar, seja na organização de uma reunião. Segundo Stephanie, o maior desafio dos negócios costuma ser o fator humano – portanto, um bom relacionamento é essencial para que a companhia evolua. 

Transmita segurança para o time

No livro “A Organização Sem Medo”, Amy Edmondson, professora de liderança da Harvard Business School, descreve a segurança psicológica como “um ambiente caracterizado pela confiança interpessoal e respeito mútuo”. Mais do que isso: a autora também garante que essa é uma qualidade indispensável para a manutenção de equipes de sucesso. 

Sendo assim, cabe ao líder garantir a segurança psicológica do time como forma de estímulo à alta performance. Para isso, ele deve apostar em valores como honestidade, transparência e empatia, o que, por sua vez, deixará os colaboradores mais tranquilos em relação à carreira e ao trabalho. 

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Uma forma de lidar com os dilemas da liderança é utilizando a comunicação em benefício da resolução de problemas. Muitas vezes, questões conflituosas acabam tendo origem em “mal-entendidos” e outras travas de narração. Exatamente por isso, os líderes devem transmitir o que se passa dentro deles – não só para ampliar os pontos de vista numa discussão, mas para também se colocar em posição de vulnerabilidade. “A maneira como influenciamos e lideramos é afetada diretamente pelo diálogo interno e por tudo que carregamos dentro de nós – estejamos nós conscientes sobre isso ou não”, resume a CEO.

Mas lembre-se de outras perspectivas

Ao mesmo tempo, vale lembrar que não existe apenas uma história e perspectiva em relação aos acontecimentos. Para Stephanie, ater-se a uma única versão dos fatos pode ser perigoso para a liderança que almeja decisões assertivas e uma equipe bem engajada. “Que tal abrir espaço para novas vozes e novas formas de enxergar uma ‘mesma história’?”, questiona. 

Busque capacitação

Apesar do conselho parecer óbvio, a maioria dos líderes não é, necessariamente, especialista no tema. No entanto, na hora de comandar uma equipe ou empresa, é essencial ir além do know-how do setor e dominar também aspectos ligados à gestão – o que inclui o desenvolvimento de habilidades interpessoais, domínio da fala e postura adequada. Sendo assim, o primeiro passo de um novo líder envolve a capacitação com cursos, MBA e outras graduações que ajudem no aspecto prático da posição

Mantenha-se atualizada

O mundo não para, o que significa que sempre haverá novidades para serem estudadas, testadas e avaliadas. Negar essa movimentação intelectual pode ser tão perigoso quanto falhar em uma decisão. “Se a líder não tiver disponibilidade para aprender, reaprender e aprender novamente, ela terá dificuldade em lidar com mudanças tão constantes”, aponta Ana Minuto. 

Não deixe que as emoções tomem o lugar das ações

Ninguém é capaz de controlar os sentimentos de raiva, medo, tristeza ou alegria. Em contrapartida, boas líderes devem desenvolver inteligência emocional o suficiente para saber como agir independentemente das emoções que as cercam. Uma forma de fazer isso é se amparar na autoconsciência para entender o que desperta determinada sensação, seja ela boa ou ruim. A partir disso, a tarefa é gerir o que se passa internamente, evitando impactos negativos na rotina da companhia. 

Faça aliados

Liderar sozinha é algo que não faz parte do século 21. Por isso, quem está à frente de um negócio deve valorizar conversas e feedbacks relacionados ao andamento dos processos. Muitas vezes, existem aspectos da empresa ou do time que passam despercebidos por quem está inserido naquele meio – assim como o contrário. Sendo assim, a presença de aliados na jornada de liderança corresponde, quase sempre, a uma visão mais holística do que precisa ser modificado ou mantido. 

Tenha responsabilidade social

No nível da sociedade, as lideranças também precisam assumir responsabilidade social. O primeiro passo para isso é se atentar para os impactos do seu trabalho e organização. Em seguida, debruçar-se em temas como sustentabilidade e diversidade, promovendo ações que contribuam para o mundo de forma macro. Por outro lado, esse senso de dever também serve para nortear decisões diárias da empresa, principalmente no que diz respeito à viabilidade de ações e produtos no longo prazo. “O futuro é plural, diverso e deve abrir espaço para todas as pessoas. Ecossistemas diversos têm maior riqueza social, cultural e até econômica”, aponta Stephanie. 

Aceite a imperfeição

Por fim, uma boa líder deve entender que sua trajetória não será constituída apenas de acertos e aplausos. Em momentos de crise ou dificuldades, é importante lembrar que as ondulações fazem parte do processo. Além disso, os erros do presente servem como um antídoto para falhas futuras, funcionando como bagagem para novas decisões. “Se estiver com medo de errar novamente – vá com medo mesmo!”, aconselha Ana. 

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