Entre os CEOs das 100 maiores startups do Brasil, apenas cinco são mulheres, segundo o estudo “100 Super CEOs” elaborado pela plataforma Distrito. O resultado, obtido através da seleção de um algoritmo que considera critérios como captação de investimento, faturamento e número de colaboradores, reflete o cenário insistente de desigualdade de gênero no meio corporativo nacional.
De acordo com a organização, embora os números indiquem que há espaço para vários perfis de líder, a falta de diversidade ainda é uma questão persistente – mesmo com sinais de melhora. “Vimos em nossa pesquisa qualitativa que o número de mulheres no cargo vem aumentando ao longo dos anos, trazendo a esperança de que o cenário mude futuramente”, afirma Gustavo Gierun, CEO do Distrito.
Sendo assim, além de destacar que a maioria dos executivos à frente de startups são homens, o estudo ainda revela que a maior parte dos CEOs atuaram no segmento financeiro ou em tecnologia da informação. Já em relação à formação, os cursos dominantes são de administração e engenharia.
Em relação à faixa etária, o levantamento mostrou que a média de idade dos CEOs das principais startups brasileiras é de 39,5 anos. Além disso, cerca de 10% deles são estrangeiros, incluindo argentinos, colombianos, franceses, alemães, espanhóis, chineses e norte-americanos.
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O estudo também mostrou que praticamente metade dos líderes não tinham experiência prévia em startups antes de se tornarem CEOs. Por outro lado, grande parte deles optou pelo empreendedorismo após perceber problemas em seus setores de atuação.
Veja, a seguir, quem são as cinco mulheres CEOs das 100 maiores startups do Brasil:
Anna Saicali, da Ame Digital
Atuando no grupo Americanas S.A. há mais de 25 anos, Anna Saicali é a atual CEO da fintech Ame Digital. Fundada em 2018 para se tornar uma plataforma de cashback, a startup foi desenvolvida pela B2W, dona das marcas Americanas.com e Submarino. Hoje, porém, a companhia já abriga um ecossistema completo de meios de pagamento.
Além de liderar a empresa que, no primeiro trimestre, registrou crescimento de 53% sob o ano anterior, Anna também é ativa nas práticas de ESG (ambiental, social e governança, em português). Um dos exemplos é sua atuação no Movimento pela Equidade Racial (Mover), iniciativa que combate o racismo por meio de ações que reduzem a desigualdade racial no Brasil. A executiva ainda é membro do conselho consultivo da Unicef.
Mariana Dias, da Gupy
Co-fundadora e CEO da recrutadora Gupy desde 2015, Mariana Dias está à frente da operação que já soma cerca de 1.500 clientes na América Latina, incluindo empresas como Vivo, Cielo, Ambev, GPA e Lojas Renner. Ainda este ano, sob seu comando, a companhia chegou a receber um aporte de R$ 500 milhões.
Antes do empreendimento, a executiva passou pelo setor de recursos humanos da Ambev, onde ingressou como trainee em 2011. Formada em administração pela Universidade de São Paulo (USP), conta com especialização em empreendedorismo e inovação pela Universidade de Stanford, nos Estados Unidos.
Mônica Hauck, da Sólides
Em 2010, Mônica Hauck e seu companheiro, Alessandro Garcia, fundaram a Sólides, plataforma de tecnologia voltada para o setor de recursos humanos. Abusando da inovação para a criação de novas ferramentas, a marca já soma mais de 12 mil clientes no Brasil e no exterior. Atualmente, além de CEO da operação nacional, a executiva também é responsável por comandar as definições estratégicas da empresa.
Recentemente, Mônica esteve à frente de uma captação de R$ 530 milhões em uma rodada Série B promovida pela gestora de private equity Warburg Pincus.
Formada em história pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a CEO conta com pós-graduação em culturas políticas, MBA em gestão empresarial pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e extensão em inovação pela Universidade de Stanford, nos Estados Unidos.
Talita Lacerda, da Petlove&Co
Em 2018, Talita Lacerda se juntou ao empresário Pedro Faria com o objetivo de construir uma plataforma one-stop-shop que atendesse à demanda crescente dos tutores por preços mais baixos e praticidade nos serviços. Para isso, a dupla resolveu fundar a gestora Kamaroopin, responsável por investir na marca Petlove&Co, maior ecossistema digital para pets do país. Atualmente, o grupo é formado pela união de marcas como a Petlove, DogHero, Vet Smart, Vetus e Porto.Pet.
Depois de atuar como investidora e conselheira, em 2021 a executiva se consolidou na liderança do negócio e se tornou CEO da companhia. Desde então, já foi responsável por captar R$ 750 milhões em uma rodada de investimentos liderada pelo fundo de venture capital norte-americano Riverwood Capital.
Priscila Siqueira, da Gympass
Depois de mais de uma década atuando no grupo de tecnologia Oracle, Priscila Siqueira assumiu o desafio de se tornar a CEO da Gympass no Brasil em 2020, oito anos após a fundação da companhia. Atualmente, a plataforma de bem-estar, saúde e qualidade de vida já está presente em mais de 11 países, somando 3 mil clientes corporativos.
A executiva se interessou pelo setor de tecnologia ainda na adolescência, aos 16 anos. Na época, ela começou a programar e ingressou em um colégio técnico, se formando como bacharel em TI pela Faculdades Associadas de São Paulo (FASP) pouco tempo depois. Hoje, a executiva ainda conta com um MBA em administração pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
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