Como diversificar investimentos

Manter um portfólio de aplicações diversificado é a chave para diminuir riscos e aumentar a rentabilidade
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A ideia de diversificação dos investimentos nasceu com a Teoria Moderna do Portfólio, desenvolvida pelo economista Harry Markowitz, na década de 1950, que propõe um modelo matemático com base nos riscos e retornos existentes em uma aplicação

Na hora de começar a investir sempre fica aquela dúvida: onde devo aplicar meu dinheiro? Devo escolher um produto ou mais? Quanto devo destinar para cada possibilidade? 

Dentro de um universo de opções, nada mais justo do que poder experimentar um pouco de cada e, para isso, existe a chamada diversificação dos investimentos. Ela nada mais é do que distribuir o montante disponível para aplicações entre diferentes produtos de renda fixa e/ou renda variável e, assim, evitar que todo o seu dinheiro esteja concentrado e exposto a um único tipo de risco.

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Pode parecer estranho em um primeiro momento, mas distribuir os riscos de sua carteira de investimentos é a melhor forma de protegê-los.

Muito utilizado por investidores iniciantes e experientes, este método pode ser a chave para alcançar aquela meta de retornos estabelecida, realizar sonhos e alcançar independência financeira.

Neste artigo, você vai poder aprender:

  • A importância da diversificação
  • Teoria Moderna do Portfólio
  • Diversificação gradual
  • Diversificando com pouco dinheiro
  • Método 20-40-40
Como diversificar investimentos

A importância da diversificação

A importância de diversificar os investimentos está diretamente atrelada ao seu principal benefício: reduzir os riscos de perda do seu patrimônio. 

Por exemplo: se você investe todo dinheiro que tem disponível na compra de ações de uma única empresa, você estará totalmente dependente da variação da cotação dela –se ela aumenta, seu patrimônio se valoriza, mas se ela cair, seu patrimônio cai na mesma proporção e por completo. 

Na diversificação, a ideia é distribuir o seu dinheiro entre diferentes ativos para evitar a situação acima. 

Ter carteira de investimentos diversificada vai ajudá-la a equilibrar os ganhos e perdas, porque se um ativo estiver com um desempenho ruim, as perdas dele podem ser compensadas por outra aplicação que esteja se saindo bem. Grandes investidores do mundo das finanças, como Warren Buffett, conhecido como o Oráculo de Omaha, são adeptos deste modelo de investimento. 

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Esteja atenta: diversificar investimentos é diferente de pulverizá-los. A diversificação consiste em uma análise que busca alocar recursos entre produtos que estejam dentro do perfil do investidor –conservador, moderado ou arrojado– e que sejam de classes, mercados e segmentos diferentes. 

A pulverização, por sua vez, consiste em colocar pequenas quantias de dinheiros em muitos produtos, sem levar em consideração o equilíbrio entre eles e suas classificações. Ao contrário do que é esperado, pulverizar aplicações pode elevar, sem necessidade, o patamar de risco dos seus investimentos, gerar mais custos e até minar a possibilidade de ganhos.

Teoria Moderna do Portfólio

A ideia de diversificação dos investimentos nasceu com a Teoria Moderna do Portfólio, desenvolvida pelo economista Harry Markowitz, na década de 1950, que propõe um modelo matemático com base nos riscos e retornos existentes em uma aplicação. 

A proposta de Markowitz sugere que os investidores devem descentralizar os investimentos para manter uma carteira financeiramente saudável e equilibrada, levando em consideração as características do ativo e o ganho esperado sobre ele. Esta teoria revolucionou o mundo das finanças e rendeu ao economista o Prêmio Nobel de Economia em 1990.

Ainda com base no estudo de Markowitz, é possível constatar qual deve ser a distribuição de capital destinada para cada aplicação que planejamos fazer. Por exemplo: se sua intenção é dividir seu capital entre participações acionárias e uma aplicação CDI, a Teoria Moderna do Portfólio pode apontar o percentual exato de cada investimento para que ele se torne mais eficiente.

Diversificação gradual

Para quem está começando a investir, o mais indicado é não ir com sede demais ao pote. Por isso, no início, pratique a diversificação em produtos de renda fixa que oferecem riscos mais baixos e, em grande parte, são assegurados pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC). 

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Formar uma carteira sólida com produtos deste tipo é um caminho para consolidar uma base, fazer uma reserva financeira e poder entrar no mercado de ativos variáveis com mais segurança. 

Caso já possua essa base e queira avançar para os ativos de renda variável, procure sempre equilibrar a proporção dos ativos, de forma que os ganhos de um possam compensar eventuais perdas de outro, sempre levando em conta seu perfil como investidor e o prazo que deseja manter as aplicações.

Nas ações, escolha empresas das quais queira ser sócio e que sejam de diferentes setores. Por quê? Imagine que você investe em uma empresa do varejo e esse setor enfrenta uma grande crise em um determinado ano. 

Mesmo que a empresa que você investiu continue sendo uma boa opção para o seu patrimônio é normal que a crise afete o valor da sua ação. 

Logo, se você investe em boas empresas de diferentes setores, diminui os riscos de ver a sua carteira de investimentos ser afetada quando algo não for bem em algum segmento da economia. 

As perdas de um investimento podem ser compensadas pelos ganhos de outro e, na média, você poderá ter uma rentabilidade maior! 

Nunca pare de diversificar! Estar atenta às suas metas ajuda a entender melhor se os investimentos estão se saindo como você imaginou. Se for preciso, realize uma realocação de recursos e invista em novos ativos. 

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Mas lembre-se: a diversificação consiste em aplicar em produtos de diferentes segmentos, classes e mercados. Investir às cegas é uma armadilha que resulta na pulverização e até evaporação do seu dinheiro.

Diversificando com pouco dinheiro

Ao contrário do que parece, é possível sim ter uma carteira diversificada com pouco capital inicial. Alguns produtos do mercado financeiro requerem investimentos bem baixos: é possível investir em boas empresas e ativos com apenas R$ 10. 

Para ter um portfólio saudável sem muitos recursos, basta aplicar os critérios de diversificação que discutimos acima, levando em consideração ativos que possuem opções de entrada com pouco dinheiro.

Veja alguns exemplos de ativos acessíveis:

Fundos de investimentos

Os fundos de investimentos são opções para todos os bolsos. Dependendo do fundo, com apenas R$ 50 reais é possível ter uma cota de participação. Avalie a proposta de risco de cada um, assim como o tempo de validade e as estratégias de gestão. Nesta categoria, existem fundos que trabalham com produtos de renda fixa, de ações, multimercados e cambiais.

Exchange Traded Fund – ETF

O ETF é um tipo de fundo de investimento focado em ações negociadas na bolsa de valores e que tem como referência o próprio índice, ou seja, ele busca alcançar um desempenho e rendimento similar à valorização da bolsa. Como em qualquer outro fundo de investimentos, os ETFs possuem gestores especialistas que analisam as melhores opções de investimentos para os cotistas. Ele é uma ótima alternativa para quem está começando a investir na bolsa de valores e para quem busca diversificação sem exposição direta, além de ser acessível –com R$ 50 já é possível adquirir uma cota deste tipo de fundo.

Método de investimento 20-40-40

No método da EQL, uma forma inteligente de dividir as finanças é separar os recursos em três caixas.

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1. Reserve pelo menos 20% dos seus investimentos para a reserva de emergências, que é aquele dinheiro para cobrir imprevistos e situações emergenciais;

2. Depois, destine 40% para outros investimentos em renda fixa, diversificando entre ativos de diferentes emissores e com níveis de riscos diversos também;

3. Na sequência, destine 40% dos seus investimentos para a renda variável. Neles os riscos são maiores, mas a possibilidade de ganhos também.

Você não irá obter essa proporção da noite para o dia. Investir é uma jornada e dar um passo de cada vez, todos os meses, com disciplina, constância e paciência é o segredo para tirar as metas do papel!

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