O que são criptomoedas? Vale a pena investir?

As moedas digitais ganham cada vez mais espaço e essa é a hora de entender de vez como funcionam para aplicar com responsabilidade
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Panxunbin/Envato Elements
Criptomoedas funcionam da mesma forma que o dinheiro físico, por isso, com ela, podemos adquirir bens e serviços ou até fazer investimentos

Sabe quando seu filho chega naquela idade em que pede para você passar o número do cartão de crédito para comprar moedinhas e assim poder adquirir recursos pagos em um jogo virtual, o famoso joguinho? Neste momento, a ideia dele é ter acesso a uma espécie de dinheiro digital que pode ser usado em transações dentro daquele ambiente do game. As criptomoedas funcionam, de forma simplificada, de um jeito muito parecido, mas com algumas diferenças quanto à tecnologia, e finalidade do uso.

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A gente sabe que criptomoeda é quase um palavrão e que assusta. E muito! Mas com a comparação acima, também podemos perceber que é possível aprender e entender sobre ela sem cair em um emaranhado de termos técnicos que nos levam a outro emaranhado e aí meu deus, isso não acaba nunca?

Acompanhe este artigo para entender de vez:

  • O que são criptomoedas
  • Como funcionam as criptomoedas
  • Principais moedas digitais
  • Por que investir em criptomoedas
  • É seguro investir?
  • Como começar a investir em criptomoedas
O que são criptomoedas

O que são criptomoedas

Aqui vamos despejar um balde de informações em um único trecho. Ela vai embaralhar o seu cérebro, mas o objetivo é sintetizar o que são criptomoedas. Não se preocupe, mulher, vamos explicar tudo e, assim que terminar de ler, você vai voltar na frase a seguir e pensar: “Ahhh, entendi. É só isso?”

Lá vai!

Criptomoeda é um código virtual com valor monetário. Ela funciona como um dinheiro digital descentralizado, criado em uma rede blockchain criptografada.

Agora que a pior parte passou, vamos entender o que significa cada pedaço deste conceito.

Quando dizemos que a criptomoeda é um código virtual com valor monetário, podemos traduzir isso dizendo que ela é nada mais, nada menos, que uma moeda digital com valor real, mas que não existe fisicamente, ou seja, não podemos tocá-las no mundo físico, ela fica armazenada e só existe na internet.

Aqui é importante entender que as moedas digitais são códigos porque tudo que existe no ambiente virtual é criado a partir desses códigos. Normalmente não vemos essa parte quando acessamos uma página ou plataforma, mas ele está lá e é o que faz tudo existir e funcionar nesse meio.

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No segundo ponto, quando definimos as criptomoedas como dinheiro descentralizado, significa dizer que não existe um órgão que emite ela ou regulamenta as transações. Isso pode parecer estranho porque toda moeda tem um órgão emissor e de regulamentação. Aqui, no Brasil, por exemplo, nosso dinheiro é o real e quem emite é o Banco Central. Por sua vez, nos Estados Unidos a moeda oficial é o dólar americano e o responsável por ele é o Sistema de Reserva Federal (Fed, na sigla em inglês).

Tá, mas se não existe um órgão que emite criptomoedas, quem faz isso então?

Quem emite as criptomoedas são os próprios usuários! Funciona assim: os criadores das diferentes criptomoedas existentes formularam códigos que dão acesso a essa moeda por meio da mineração. Sim, mineração e ela funciona no ambiente virtual de forma semelhante ao que conhecemos. No mundo físico, a mineração é a busca pelo ouro ou por pedras preciosas. Quando falamos em criptomoedas, a mineração é a busca por essas moedas que só passam a existir quando o minerador, o computador, encontra uma chave que dá acesso ao código, cujo prêmio é a própria moeda virtual. Ela passa a existir por meio dele. Uma verdadeira corrida!

Agora, quando dizemos que as moedas virtuais são criadas em uma rede de blockchain criptografada, isso significa que elas possuem uma tecnologia com camadas de segurança.

Blockchain, na tradução literal, o termo significa corrente de blocos. Blockchain é um sistema que possibilita enviar e receber dados ou informações no ambiente online. Para garantir segurança, essas informações são divididas em pedaços de códigos que viajam até seu destino como se fosse aquele trenzinho que a gente encontra no shopping: vários carrinhos conectados com dados (pessoas) diferentes em cada um. Isso garante que, caso a informação seja interceptada, a pessoa que o fez não tenha acesso ao dado completo.

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A criptografia , por sua vez, é um recurso que agrega ainda mais segurança às moedas digitais. Isso porque por meio dela, as informações que viajam por meio da rede de blockchain são embaralhadas e se tornam ilegíveis e, só quem possui a chave (um código específico) consegue descriptografar o dado e torná-lo legível novamente.

Ufa! Depois de tudo isso, conseguimos entender que as criptomoedas são moedas virtuais que não são emitidas por nenhum órgão e são criadas por meio de uma tecnologia com camadas de segurança. Agora, volte duas casas, naquele trecho destacado que parecia bem difícil. Ficou fácil, né?

Para que servem as criptomoedas

Para comprar blusinhas, ué! Brincadeiras à parte, as criptomoedas funcionam da mesma forma que o dinheiro físico. Com ela, podemos adquirir bens e serviços ou até… advinha? Investir!

Sim, a finalidade delas é funcionar como o dinheiro físico, mas, como tudo nessa vida, é preciso tempo para que seu uso seja cotidiano e normalizado. É como começar em um emprego novo ou juntar as escovas com um parceiro pela primeira vez, sabe? Hoje, já temos muitos estabelecimentos que utilizam criptomoedas como forma de pagamento. É possível adquirir bens como casas, carros, passagens aéreas e até pedir uma pizza.

Principais moedas digitais

Assim como no mundo físico temos diferentes cédulas de dinheiro com valores distintos e diferentes tipos de moedas nos mais variados países, as criptomoedas não são simplesmente criptomoedas, existem várias disponíveis no mercado.

Para simplificar, elas são diferentes modelos de um mesmo produto. São como marcas de bolsas, todas elas comercializam a mesma mercadoria cuja finalidade é igual, mas são diferentes entre si, possuem características distintas e particularidades.

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Conheça algumas:

Bitcoin – Essa é a mais famosa de todas porque foi a primeira a existir, nasceu em 2008. Muitas pessoas, inclusive, fazem uso do termo bitcoin para se referir a moedas digitais como um todo.

Ethereum – Inicialmente, ela foi criada para premiar programadores que fizessem uso da plataforma de mesmo nome em seus projetos. Hoje, ela é a segunda maior criptomoeda do mercado, atrás apenas da pioneira Bitcoin.

Litecoin – É a quarta maior moeda digital em capitalização. Ela tem as mesmas características que o Bitcoin, com a vantagem de que as transações que fazem uso dela são muito mais rápidas.

Por que investir em criptomoedas

A diversificação nos investimentos é crucial para termos uma carteira com os pratos bem equilibrados e que possam gerar retornos consistentes. Com isso em mente, as criptomoedas são uma boa opção de diversificação.

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Ela se enquadra na categoria de investimentos em renda variável, aqueles que não sabemos ao certo quanto nos renderá e que oscila de acordo com fatores e acontecimentos políticos e econômicos. Logo, se você está começando no mundo dos investimentos, lembre-se: é preciso ir devagar e sempre.

A partir disso, e supondo que você já cumpriu a lição de criar uma reserva de emergência e que já investe em ativos de renda fixa e renda variável, você pode adicionar as criptos com muita responsabilidade e na dosagem certa: doses homeopáticas, mulher! Isso porque essa classe de ativos é muito volátil, ou seja, sua cotação varia bastante com o tempo, justamente porque ela não tem um grande órgão responsável por seu controle.

O recomendado é que você invista uma pequena parcela do seu dinheiro destinado a aplicações, no máximo 5%, para evitar que seu suado dinheiro possa ser comprometido em momentos de queda. Mas esse percentual varia, viu? Algumas corretoras indicam que apenas 0,5% a 1% do montante investido seja destinado para esse tipo de ativo.

Como qualquer outro investimento, pensar no longo prazo quando o assunto são criptomoedas é a chave. Neste caso em particular, apesar de registrar quedas acentuadas, a recuperação e superação das moedas digitais são igualmente impressionantes, ela sempre quebra recordes de cotação após uma queda. Ainda neste sentido, a tendência é de valorização desse ativo, uma vez que tem atraído a atenção dos investidores. Para você clarear ainda mais as ideias, as criptomoedas representam a classe de ativos com maior valorização em 2020 e seguem com tudo em 2021.

É seguro investir?

Toda transação existe um risco, por menor que seja. No caso das moedas digitais, o maior risco é a volatilidade, que parte diretamente da oferta e da demanda por este ativo. Ou seja, o lucro está atrelado à quantidade de moedas disponíveis e da procura por elas, já que não existe um órgão por trás da regulamentação e gestão de sua cotação e oscilação.

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Como qualquer outro investimento, para garantir um cenário de risco controlado, estude exatamente quanto do seu patrimônio é ideal destinar para este ativo, considerando, sempre, sua tolerância ao risco. Aqui vale lembrar que, quanto maior o risco, maior a rentabilidade. Mas junto vem a possibilidade de perdas também.

No mais, investir em criptomoedas é como fazer qualquer outro tipo de investimento: com informação em mão e uma corretora de confiança, está tudo certo. Nada de se aventurar em empresas que garantem com todas as letras um percentual de rentabilidade, é cilada!

Como começar a investir em criptomoedas

O primeiro passo é este que você deu: buscar se informar e entender sobre o assunto. A partir disso, definir se é algo que faz sentido para você e se é um investimento consciente e responsável diante das suas próprias particularidades de vida e gestão das finanças.

O segundo passo é procurar uma corretora de confiança. Como dissemos acima, existem empresas que oferecem o investimento em moedas digitais com aquele discurso que é música para os ouvidos: o tal do retorno garantido. Se você identificar esta postura, saiba que não é um bom lugar para atrelar seu patrimônio porque as criptomoedas são muito voláteis e não é possível prever quanto será seu rendimento.

Após fazer aquela escolha do parceiro perfeito para a vida, você pode comprar frações de criptomoedas por meio da corretora ou adquirir cotas de fundos de investimentos de criptoativos. Como estamos começando a conhecer este território, o mais indicado é a segunda opção apresentada: os fundos.

Isso porque os fundos de investimentos oferecem uma segurança a mais porque são supervisionados pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e regulamentados pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais).

Outra vantagem de investir em criptoativos por meio de fundos, é poder contar com um gestor especializado no assunto, que vai selecionar as melhores opções disponíveis no mercado sem que você precise quebrar a cabeça com esse trabalho.

Hoje, é possível encontrar fundos que investem em moedas digitais com cotas de R$ 500. O valor pode não ser tão baixo, mas vale a pena pela segurança da margem de exposição, que regulamenta o percentual de risco ao qual os cotistas serão expostos. Sem falar no privilégio de ter um profissional capacitado cuidando do seu dinheiro.

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