Aversão a risco no exterior eleva dólar ante real

Participantes do mercado acreditam de que juros mais altos nos Estados Unidos beneficiariam a moeda norte-americana contra outras
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O dólar operava em alta contra o real nesta sessão, acompanhando o desempenho internacional da divisa norte-americana hoje (17) marcada pela aversão a risco no exterior em meio a temores sobre a disseminação da Covid-19 e dados fracos da China.

Às 10:06, o dólar avançava 0,51%, a R$ 5,2982 na venda, enquanto o contrato mais líquido de dólar futuro subia 0,63%, a R$ 5,3125.

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Nos mercados internacionais, o índice do dólar contra uma cesta de pares fortes também trabalhava em alta, enquanto peso chileno, peso mexicano e rand sul-africano, moedas cujo comportamento o real tende a acompanhar, registravam perdas nesta manhã.

“Hoje há um pouco de aversão a risco lá fora por causa de dados da China que vieram um pouco abaixo da expectativa, então moedas ligadas a commodities se desvalorizam em relação ao dólar”, disse à Reuters Luciano Rostagno, estrategista-chefe do banco Mizuho.

Nesta segunda-feira, dados mostraram que o crescimento da produção nas fábricas da China desacelerou em abril e as vendas no varejo ficaram bem abaixo das expectativas, enquanto autoridades alertaram para novos problemas que afetam a recuperação na segunda maior economia do mundo.

Além dos dados fracos, os investidores globais continuavam monitorando a inflação, em meio a temores de que uma aceleração nos preços dos Estados Unidos possa levar a um aperto monetário mais cedo do que o esperado pelo Federal Reserve.

“Muitos discutem se os principais bancos centrais do mundo estariam ‘atrasados’, à medida que a recuperação econômica continua e a inflação começa a subir”, disse a XP Investimentos em nota matinal.

Números da semana passada mostraram que os preços anuais ao consumidor dos EUA tiveram inesperadamente a maior alta em quase 12 anos em abril.

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Embora o calendário de dados dos EUA seja leve esta semana, o banco central norte-americano divulgará a ata de sua última reunião de política monetária, e os investidores estarão atentos a qualquer pista sobre os próximos passos do Fed.

Há entre os participantes do mercado a visão de que juros mais altos nos Estados Unidos beneficiariam o dólar contra outras moedas.

No Brasil, a CPI da Covid-19 continuava sendo apontada como uma possível fonte de ruído político, à medida que a rejeição ao presidente Jair Bolsonaro aumenta.

Na sexta-feira, o dólar à vista fechou em queda de 0,78%, a R$ 5,2720.

O Banco Central fará neste pregão leilão de swap tradicional para rolagem de até 15 mil contratos com vencimento em novembro de 2021 e março de 2022.

(Com Reuters)

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