Ibovespa tem pior desempenho desde março em meio a receio com inflação nos EUA

Índice de referência do mercado acionário brasileiro caiu 2,65%, a 119.710,03 pontos
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O Ibovespa fechou em forte queda hoje (12), com preocupações sobre o comportamento da inflação norte-americana e seus reflexos nos próximos passos do Federal Reserve.

Uma bateria de resultados trimestrais também ocupou as atenções, com o final do dia reservando mais uma agenda carregada, incluindo os números de Suzano, Natura&Co, Via Varejo e MRV.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 2,65%, a 119.710,03 pontos, maior queda percentual diária desde 8 de março, quando perdeu quase 4% após o ministro do STF Edson Fachin anular todas as condenações impostas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no âmbito da operação Lava Jato.

O volume financeiro nesta quarta-feira somou R$ 45,68 bilhões, com o pregão também marcado pelo vencimento de opções sobre o Ibovespa.

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A queda vem após o Ibovespa encostar nos 123 mil pontos na véspera, renovando máxima de fechamento desde janeiro, mês no qual atingiu marcas históricas de 125.323,53 pontos para o intradia e de 125.076,63 pontos no fechamento, ambas no dia 8.

Nos Estados Unidos, o S&P 500 recuou 2,14% e o Nasdaq Composite perdeu 2,67%, após uma alta acima do esperado nos preços ao consumidor norte-americano alimentar receios de retirada de estímulos monetários antes do previsto.

O índice de preços ao consumidor nos EUA subiu 0,8% em abril depois de avançar 0,6% em março, informou o Departamento do Trabalho nesta quarta-feira. Economistas consultados pela Reuters projetavam alta de 0,2%.

Na visão do presidente da plataforma de análises independentes Ohmresearch, Roberto Attuch, o grande teste dos mercados é a inflação norte-americana e o debate que deve ocorrer é se reflete fatores temporários ou mais permanentes.

Ele destacou, contudo, que para se ter um veredicto final sobre a inflação é essencial esperar os números de junho e julho, quando deve ocorrer uma normalização do efeito calendário e várias cadeias de produção estarão restabelecidas.

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Além disso, acrescentou, o Fed, banco central norte-americano, já deixou bem claro que a inflação vai ser mais alta do que o esperado durante um tempo.

Destaques

BANCO INTER UNIT caiu 7,76%, mesmo após lucro de R$ 20,8 milhões no primeiro trimestre, revertendo prejuízo de R$ 8,4 milhões um ano antes. Após bater máximas históricas no começo do mês, as units do banco digital acumulam queda de quase 16% em maio.

MAFRIG ON recuou 7,72%, apesar de divulgar na véspera seu melhor primeiro trimestre da história com impulso da operação nos EUA. O Ebitda ajustado somou R$ 1,7 bilhão, alta de quase 39,7% ano a ano, enquanto a receita líquida cresceu 27,7%.

BR DISTRIBUIDORA ON avançou 5,06%, entre as poucas altas do pregão, após resultado do primeiro trimestre, quando a distribuidora de combustíveis mais do que dobrou o lucro, e acordo de renegociação de dívida com a Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA).

PETROBRAS PN caiu 1,47%, sucumbindo à deterioração generalizada no pregão, apesar da alta dos preços do petróleo no exterior. Agentes financeiros também estão na expectativa do resultado trimestral da petrolífera, aguardado para a quinta-feira, após o fechamento do mercado.

ITAÚ UNIBANCO PN recuou 1,47%, com ações de bancos como um todo fechando em baixa dada a piora no apetite a rico. BRADESCO PN perdeu 2,03%.

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VALE ON encerrou com queda de 3,7%, apesar de nova alta dos preços do minério de ferro na China, com o mau humor generalizado abrindo espaço para realização de lucros no papel, que até a véspera acumulava alta de quase 9% apenas em maio, quando renovou cotações recordes.

(com Reuters)

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