Dólar acelera queda e se aproxima de R$ 4,92

Moeda norte-americana começou a ampliar perdas minutos após a divulgação de dados do país
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O dólar acelerava queda contra a moeda brasileira na manhã de hoje (24), chegando a se aproximar dos R$ 4,92 após a divulgação de dados um pouco piores do que o esperado nos Estados Unidos, enquanto as políticas monetárias doméstica e norte-americana continuavam no radar.

Às 10h38, o dólar recuava 0,47%, a R$ 4,9405 na venda, depois de tocar R$ 4,9234 na mínima do dia.

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O dólar futuro tinha queda de 0,50%, a R$ 4,9455.

A moeda norte-americana começou a ampliar suas perdas poucos minutos após a divulgação de dados norte-americanos. O Departamento do Trabalho dos EUA informou nesta quinta-feira que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego totalizaram 411 mil na semana encerrada em 19 de junho, resultado acima da expectativa de 380 mil em pesquisa da Reuters com economistas.

Dados separados mostraram que as novas encomendas de bens de capital nos EUA caíram inesperadamente em maio, enquanto os pedidos de bens duráveis ficaram abaixo da expectativa dos mercados.

“Os dados dos Estados Unidos decepcionaram um pouco, o que ajuda a reduzir as preocupações com o superaquecimento da economia americana”, disse à Reuters Luciano Rostagno, estrategista-chefe do banco Mizuho. “Por isso, vemos as moedas emergentes se valorizando frente ao dólar.”

Rand sul-africano, peso mexicano e peso chileno, três pares importantes do real, apresentavam ganhos em relação à divisa norte-americana nesta manhã. O índice do dólar contra uma cesta de rivais fortes perdia cerca de 0,1%.

Temores de que o banco central dos Estados Unidos poderia promover um aperto monetário mais cedo do que o esperado em meio à retomada da economia diante da crise pandêmica têm rondado os mercados recentemente. Ajudando a acalmar os anseios, o chair do Federal Reserve, Jerome Powell, reafirmou nesta semana a intenção da autoridade monetária de encorajar uma recuperação “ampla e inclusiva” do mercado de trabalho norte-americano e de não elevar os juros muito rapidamente.

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A manutenção do estímulo e dos juros baixos pelo Fed tende a favorecer divisas emergentes, uma vez que os investidores vão buscar retornos mais altos fora dos Estados Unidos.

No Brasil, Banco Central mais agressivo

Enquanto isso, no ambiente doméstico, a perspectiva de um ciclo de aperto monetário mais rápido por parte do Banco Central continuava ajudando o real.

Na semana passada, o Banco Central promoveu a terceira alta consecutiva de 0,75% da taxa Selic, a 4,25%, e a ata de seu encontro mostrou que o Comitê de Política Monetária (Copom) avaliou a possibilidade de acelerar a alta dos juros, indicando também um possível aperto maior em seu encontro de agosto.

“O fato marcante é que o fator interno, o juro Selic, está predominando na influência da formação do preço do dólar no nosso mercado”, afirmou em nota Sidnei Moura Nehme, economista e diretor-executivo da NGO Corretora. “Não se pode descartar que com nova elevação do juro haja perspectiva de incremento das operações de ‘carry trade’ direcionadas ao Brasil, que dão volume ao mercado financeiro e liquidez, melhorando o fluxo cambial de forma pontual.”

Estratégias de “carry trade” consistem na tomada de empréstimos em moeda de país de juro baixo e compra de contratos futuros de uma divisa de juro maior, como o real. O investidor, assim, ganha com a diferença de taxas.

“Há muito que se observar em perspectiva; privatizações, eventual movimento nas reformas tributária e administrativa, tudo cercado de muito embate de campanha presidencial, o que desgasta muito os processos …”, disse Nehme. “Contudo, o viés de apreciação do real nos parece bem sustentável.”

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O dólar já acumula queda de aproximadamente 4,9% frente ao real até agora em 2021.

Na véspera, a moeda norte-americana à vista teve variação negativa de 0,05%, a R$ 4,9638 na venda.

O Banco Central fará nesta sessão leilão de swap tradicional para rolagem de até 15 mil contratos com vencimento em janeiro e maio de 2022.

(com Reuters)

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