Dólar recua ante real à espera de Copom e Fed

Nos EUA, temores de superaquecimento econômico têm elevado ruídos relacionados a um possível aperto monetário
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O dólar cedia terreno contra o real hoje (14), em semana que vai contar com decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos.

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) e o Comitê Federal de Mercado Aberto do Federal Reserve (Fomc, na sigla em inglês) iniciam suas reuniões na terça-feira e divulgarão suas decisões na quarta, dominando a atenção dos agentes do mercado.

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Às 10h19, o dólar recuava 0,75%, a R$ 5,0823 na venda. Na B3, o dólar futuro perdia 0,73%, a R$ 5,0905.

“Em mais um dia de agenda vazia de indicadores, os investidores aguardam a decisão de política monetária do Federal Reserve na quarta, e a expectativa dos mercados é de que o BC americano mantenha sua postura favorável à manutenção de estímulos”, disse em nota Guilherme Esquelbek, da Correparti Corretora.

Ainda assim, na maior economia do mundo, temores de superaquecimento econômico têm elevado ruídos relacionados a um possível aperto monetário precoce por parte do Fed, o que deve deixar os analistas atentos ao comunicado do banco.

Já no Brasil, devido a aumento nas expectativas de inflação, “esperamos que o Copom antecipe novo aumento da Selic em 0,75 ponto percentual para a reunião de agosto e retire a mensagem de que a normalização da política monetária deverá manter algum grau de estímulo à atividade”, escreveram analistas da Genial Investimentos.

Sua aposta está em linha com a de outros participantes do mercado. Uma pesquisa recente da Reuters com economistas mostrou que o BC anunciará o terceiro aumento consecutivo de 0,75 ponto percentual em sua taxa básica de juros na próxima semana, e possivelmente vai indicar um ciclo mais agressivo à frente ao abandonar seu compromisso com uma “normalização parcial” da política monetária.

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Caso esses dois cenários se concretizem, a tendência é de valorização do real, têm repetido especialistas. Isso porque os juros extremamente baixos nos Estados Unidos levam os investidores estrangeiros a buscarem retornos mais altos fora dos mercados norte-americanos, enquanto uma Selic mais alta torna investimentos locais mais atraentes.

Além da política monetária, alguns investidores chamavam a atenção nesta segunda-feira para a notícia de que João Doria, governador do Estado mais populoso do país, São Paulo, anunciou no domingo a antecipação do calendário de vacinação contra a Covid-19, prevendo agora que toda a população paulista acima de 18 anos receberá a primeira dose de imunizantes contra a doença até 15 de setembro.

No último pregão, na sexta-feira, a moeda norte-americana teve alta de 1,06%, a R$ 5,1207 na venda. Na semana passada, a divisa norte-americana chegou a cair para R$ 5,0352 na venda na terça-feira, seu menor patamar para encerramento desde 10 de junho de 2020 (R$ 4,9398).

(com Reuters)

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