Dólar tem leve queda e segue abaixo dos R$ 5,00

Movimentação é resultado da percepção dos investidores de uma política monetária mais dura no Brasil e mais tolerante nos Estados Unidos
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O dólar oscilava entre estabilidade e leve queda contra a moeda brasileira hoje (23), mantendo-se abaixo do patamar psicológico de R$ 5 em meio à percepção de uma política monetária mais dura no Brasil e mais tolerante nos Estados Unidos após declarações do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, na véspera.

Às 10h21, o dólar recuava 0,03%, a R$ 4,9649 na venda, depois de chegar a cair para R$ 4,9383 na mínima do dia. O contrato mais líquido de dólar futuro subia 0,06%, a R$ 4,964.

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Na terça-feira, o dólar spot fechou em queda de 1,12%, a R$ 4,9662 na venda. Foi a primeira vez que a cotação encerrou um pregão abaixo de R$ 5 desde 10 de junho do ano passado, quando terminou em R$ 4,9398.

Segundo Alexandre Netto, head de câmbio da Acqua-Vero Investimentos, todos os movimentos no mercado de câmbio doméstico têm “girado em torno da política monetária, principalmente aqui no Brasil”.

Na semana passada, o Banco Central promoveu a terceira alta consecutiva de 0,75% da taxa Selic, a 4,25%, e a ata de seu encontro mostrou que o Comitê de Política Monetária (Copom) avaliou a possibilidade de acelerar a alta dos juros, indicando também um possível aperto maior em seu encontro de agosto.

“Com a perspectiva de um ciclo de aperto monetário um pouco mais forte, o mercado de renda fixa do Brasil fica bem mais interessante para os investidores estrangeiros”, disse Netto, referindo-se ao retorno maior dos investimentos com a alta dos juros.

E a fraqueza da moeda norte-americana não era observada apenas no Brasil. No exterior, o índice do dólar em relação a uma cesta de rivais recuava cerca de 0,12% nesta manhã. Rand sul-africano, lira turca e peso mexicano, alguns dos principais pares do real, apresentavam ganhos.

Ajudando a direcionar os mercados internacionais, o chair do Federal Reserve, Powell, disse na terça-feira que a alta na inflação norte-americana é transitória.

“Powell afirmou que o Federal Reserve não realizará altas preventivas de juros, optando por esperar que a inflação suba de fato para começar um ciclo de aumento, além de aguardar as reações da atividade econômica”, disseram em nota analistas do Bradesco. “Dessa forma, ele acabou reduzindo as preocupações do mercado de que o início da normalização da política monetária (norte-americana) poderia acontecer no curto prazo.”

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Em meio a esse cenário, o dólar pode ter espaço para cair ainda mais em relação ao real, disse Netto, da Acqua-Vero. “Estou alinhado com as casas que veem o dólar em cerca de R$ 4,80”, afirmou, destacando que alguns riscos domésticos poderiam limitar uma desvalorização mais agressiva.

“Um desses grandes riscos é a aproximação da corrida eleitoral presidencial, que pode trazer grande volatilidade, principalmente levando em consideração que o mercado não gosta de discursos populistas.”

O Banco Central fará nesta sessão leilão de swap tradicional para rolagem de até 15 mil contratos com vencimento em janeiro e maio de 2022.

(com Reuters)

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