No Brasil, renda média das classes D e E deve encolher quase 15% em 2021

Projeção mostra que a principal causa do aumento no número de famílias mais pobres é o desemprego entre os menos escolarizados
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No Brasil, as classes sociais mais baixas devem permanecer ainda mais pobres. Isso porque a renda média das classes D e E deve encolher quase 15% em 2021 e levar mais 1,2 milhão de famílias à pobreza. Por outro lado, a retomada econômica brasileira favorece os mais ricos. É o que mostra a projeção feita pela Tendências Consultoria, com base em dados do IBGE, Ministério da Economia e Ministério da Cidadania, publicada pela Globonews.

Com a pandemia da Covid-19, os dados do estudo mostram que a variação de renda para as classes D e E será de -14,7% em 2021 em relação ao ano anterior, que já tinha registrado queda de 23,5%. Em comparação, a classe A brasileira deve aumentar a renda em 3,8% neste ano. A projeção aponta que a principal causa do aumento no número de famílias mais pobres é a maior desocupação entre os menos escolarizados.

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A renda mensal das famílias das Classes D e E deve ser inferior a R$ 2,7 mil, enquanto que da Classe C deve ficar entre R$ 2,7 mil e R$ 6,5 mil, da Classe B entre R$ 6,5 mil e R$ 20,4 mil. Já a renda da Classe A será superior a 20,4 mil mensais.

Apesar de em 2020, as regiões Norte e Nordeste registrarem a maior alta na renda, por conta do programa de Auxílio Emergencial do governo federal, a redução do valor do auxílio em 2021 mudou o cenário. A projeção mostra que as duas regiões terão as maiores quedas na renda em 2021, o que deve aumentar a desigualdade regional no país

Na variação da renda por região em 2021, ante o ano anterior, o Nordeste vai ter uma queda de 8,6%, o Norte (-7,3%), Sudeste (-1,8%), Centro-Oeste (-1,1%) e o Sul (-0,1%).

O reajuste do salário mínimo abaixo da inflação e a baixa expectativa de recuperação mercado de trabalho também influenciam na redução da renda do brasileiro, que deve sofrer um recuo de 2,9% em 2021.

Apesar do registro da queda da renda para uma parcela da sociedade, alguns grupos seguem sendo mais favorecidos, como a elite do funcionalismo público, porque, de acordo com o estudo, os efeitos da crise e as oscilações da economia não interferem nos salários e outros benefícios.

Para melhorar a situação dos trabalhadores, com o intuito da categoria sentir os efeitos da retomada, a pesquisa mostra que é preciso ter uma agenda para a questão do desemprego, além de políticas de combate à desigualdade que vão além da renda.

(Com informações da Globonews)

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