Vale segura queda do Ibovespa em meio a desgosto com reforma tributária

De 84 ações 60 encerraram o pregão de hoje (29) com o sinal negativo
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O Ibovespa fechou com declínio marginal hoje (29), com agentes financeiros ainda desgostosos com as medidas tributárias propostas pelo governo federal na semana passada, mas alta de ações como a Vale atenuando a pressão vendedora.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa recuou 0,08%, a 127.327,44 pontos. Apesar da variação marginal, a grande maioria dos papéis acusaram queda, de 84 ações 60 encerraram com o sinal negativo.

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O volume financeiro no pregão somou R$ 27,4 bilhões.

Desde a sexta-feira, quando o Executivo encaminhou a segunda fase da reforma tributária à Câmara do Deputados, o Ibovespa acumulou perda de 1,7%, com o avanço no mês – que registrou novas máximas recordes na primeira semana – passando a 0,88%.

Na proposta enviada, há medidas como alteração na faixa de isenção do Imposto de Renda para pessoas físicas e redução da alíquota do IR da Pessoa Jurídica (IRPJ), mas também tributação de dividendos e fim do mecanismo de juros sobre capital próprio.

“Por enquanto, o que está dominando mesmo é a reforma tributária, que foi muito mal recebida”, afirmou o estrategista de renda variável da Ouro Preto Investimentos, Bruno Komura.

Apesar de se tratar ainda de uma proposta, em estágio bem inicial, ele afirmou que a sinalização é de que a reforma tende a ser melhor para pessoas físicas, para a classe média, em detrimento das empresas, por isso o Ibovespa acaba sofrendo.

Destaques

IGUATEMI ON recuou 3,74%, em sessão também marcada pela queda de 2,6% de BRMALLS ON e o declínio de 2,74% de MULTIPLAN ON, que ampliaram ainda mais as perdas desde a apresentação da proposta de reforma tributária. Analistas do BTG Pactual afirmaram que as mudanças podem impactar de forma relevante o setor com o fim do regime de lucro presumido para companhias que têm mais de 50% da receita derivada de aluguéis, como shopping centers.

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ITAÚ UNIBANCO PN recuou 0,99% e BRADESCO PN caiu 0,61%, ainda pressionados pelas medidas fiscais apresentadas pelo Executivo, uma vez que bancos estão entre os principais beneficiários da dedutibilidade dos JCP, mecanismo que deve acabar se aprovadas as mudanças. No setor, BANCO INTER UNIT subiu 4,13%, tendo de pano de fundo recente movimento de aquisições por grupos estrangeiros de participações em fintechs brasileiras.

BRF ON fechou em queda de 2,95%, no terceiro pregão consecutivo de baixa, conforme analistas começam a questionar o patamar de preço das ações, que dispararam recentemente com mudança na base de acionistas da companhia.

VALE ON subiu 1,73%, apesar da queda dos futuros do minério de ferro. Em paralelo, o spread entre o minério de ferro com alto e baixo teores do mineral disparou para o maior nível da história em dólares, sugerindo que siderúrgicas chinesas estão tentando maximizar a produção utilizando o máximo possível do minério de maior qualidade, o que tende a beneficiar a Vale.

CSN ON ganhou 4,1%, tendo de pano de fundo relatório da Standard & Poor’s elevando a nota de crédito da companhia para “BB”, com perspectiva positiva, além de estimar Ebitda de R$ 25 bilhões em 2021,

PETROBRAS ON valorizou-se 1,37%, encontrando suporte no alta dos preços do petróleo no exterior. PETROBRAS PN subiu 0,45%.

BRASKEM PNA avançou 5,36%, tendo de pano de fundo expectativas relacionadas à venda da participação de seus controlares. O grupo Novonor, anteriormente conhecido como Odebrecht, prorrogou até 9 de julho o prazo para entrega de propostas não vinculantes pela sua participação na petroquímica, disse uma fonte com conhecimento do assunto.

(com Reuters)

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