Arrecadação federal acumula alta de 24,49% no semestre

No semestre, todos os setores da economia analisados tiveram alta de recolhimentos
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A arrecadação federal voltou a apresentar um crescimento real expressivo sobre 2020 no mês de junho, de 46,77%, e acumulou no semestre um valor recorde de R$ 881,966 bilhões para o período, mostraram dados divulgados pela Receita Federal hoje (21).

O salto da arrecadação ocorre em meio à retomada da economia após a grave crise sofrida no ano passado com a paralisação das atividades diante da pandemia da Covid-19, que afetou a tributação do consumo e da renda. Além disso, como medida de alívio às empresas, o governo postergou em 2020 o pagamento de uma série de tributos, o que não foi repetido na mesma intensidade neste ano.

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As receitas somaram R$ 137,169 bilhões em junho, segundo maior valor para o mês da série da Receita, que tem início em 1995. Em junho de 2011, a arrecadação foi de R$ 143,793 bilhões, segundo dados corrigidos pelo IPCA.

A alta real das receitas no semestre na comparação com 2020 foi de 24,49%.

Segundo a Receita, excluindo o impacto sobre a arrecadação dos principais fatores não recorrentes e de alterações na legislação, como recolhimentos atípicos e diferimentos, a arrecadação teria crescido menos –20% em junho e 13,14% no semestre na comparação com 2020.

Ainda assim, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o patamar de arrecadação obtido no semestre é sustentável à frente, independentemente do desempenho da economia, e reiterou que a receita maior será usada para cobrir perdas com as medidas propostas pelo governo em sua reforma tributária.

“Mesmo se o Brasil parasse de crescer daqui para frente, nós já teríamos esse nível de arrecadação atingido e portanto sustentável”, disse Guedes.

“O nível de arrecadação, com o regime fiscal que temos hoje, se mantém. O que nós vamos fazer é justamente pegar uma parte desse aumento de arrecadação e transformar isso numa redução de alíquotas e simplificação de impostos, como sempre prometemos”, disse o ministro.

Na semana passada, Guedes havia dito que a arrecadação do semestre veio R$ 100 bilhões acima do previsto e que o valor seria suficiente para cobrir as perdas potenciais do governo com sua proposta de reforma do Imposto de Renda, estimadas em R$ 30 bilhões.

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“Isso não está nos preocupando muito agora porque só de o PIB voltar para o patamar semelhante ao que estava antes da pandemia já veio uma arrecadação 100 bilhões (de reais) acima do previsto agora”, disse Guedes na semana passada.

A Receita informou que vai atualizar nesta quinta-feira suas projeções para as receitas no ano.

No semestre, todos os setores da economia analisados pela Receita tiveram alta na arrecadação, com destaque para a extração de minerais metálicos (+175,6%), metalurgia (+79,7%) e fabricação de produtos de borracha e plástico (+67,3%).

Os tributos cuja arrecadação mais cresceu foram o Imposto de Renda da Pessoa Física (+46,1%) e os impostos vinculados à importação (+43,2%).

(com Reuters)

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