Ibovespa fecha em queda e acumula perda na semana com clima político conturbado no país

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O Ibovespa fechou em queda hoje (9), em meio a um ambiente de maior aversão a risco nos mercados no exterior e um clima político cada vez mais conturbado no país, acarretando uma performance negativa na semana e no acumulado dos primeiros pregões do mês.

Receios com a disseminação da variante delta da Covid-19 e os potenciais riscos para a recuperação econômica, dada a possibilidade de novas medidas de lockdowns, endossaram alguma correção também nos pregões em Wall Street, após recordes recentes alcançados pelo S&P 500 e o Nasdaq.

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Mesmo no Brasil foram registrados novos casos da variante delta em São Paulo e Rio de Janeiro, e de acordo com o analista de renda variável da Easynvest by Nubank Murilo Breder isso não estava no radar de investidores, que já tinham antecipado em muitas empresas o cenário de reabertura da economia.

Ainda no exterior, medidas recentes na China têm adicionando certa volatilidade, com o anúncio nessa semana por Pequim de que usará cortes oportunos na taxa de compulsório dos bancos para sustentar a economia real também suscitando preocupações sobre o ritmo de retomada da segunda maior economia do mundo.

Os próximos passos do Federal Reserve também continuam sendo monitorados de perto, mesmo após a ata da última reunião do banco central dos Estados Unidos sinalizar na quarta-feira que autoridades do Fed podem ainda não estar prontas para um aperto da política monetária norte-americana.

Na visão do diretor de investimentos da BS2 Asset, Mauro Orefice, a ata sugeriu uma maior preocupação por parte de autoridades do Fed com a atividade econômica do que o mercado esperava.

Em paralelo, os ruídos políticos no Brasil não sugerem uma trégua no curto prazo, em meio a novos desenvolvimentos na CPI da Covid desfavoráveis ao governo federal. A pauta de reformas também provoca algumas inquietações, em particular as propostas do Executivo na segunda fase da reforma tributária.

“O mercado passou a reagir mais negativamente (ao noticiário político)”, notou Breder.

Nesse contexto, sinais de melhora no atividade econômica no país e expectativas favoráveis para a temporada de resultados de empresas brasileiras do segundo trimestre – que começa neste mês – acabaram ficando em segundo plano.

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Números sobre a participação dos investidores estrangeiros no segmento Bovespa corroboram o movimento recente na bolsa paulista. Após três meses consecutivos em que as entradas superaram as saídas, os primeiros pregões de julho mostram saldo negativo de R$ 1 bilhão, segundo dados da B3.

Nesta quinta-feira, o Ibovespa caiu 1,25%, a 125.427,77 pontos, acumulando perda de 1,72% na semana e de 1,08% no mês. No ano, ainda sobe 5,39%.

O índice Small Caps cedeu 1,48%, a 3.069,06 pontos, com recuo de 3% na semana e 2,4% no mês, passando a mostrar acréscimo de 8,74% no acumulado de 2021.

O volume negociado no pregão nesta quinta-feira somou $ 29,8 bilhões.

Na sexta-feira, não haverá negociação na bolsa paulista em razão de feriado em São Paulo.

DESTAQUES DO IBOVESPA DO ACUMULADO DO MÊS:

– BR DISTRIBUIDORA ON sobe 7,68%, tendo atingido máximas históricas nos primeiros pregões de julho na esteira da venda da participação remanescente da Petrobras na distribuidora de combustíveis por meio de oferta de ações, precificada no final do mês passado.

– NATURA&CO ON avança 5,92%, também registrando cotações recordes neste começo de semestre, favorecida por dados mais favoráveis ao consumo no Brasil e retomada da atividade global. A empresa tem exposição a mercados no exterior, por meio de marcas como Avon e The Body Shop.

– RUMO ON sobe 4,44%, tendo de pano de fundo, entre outros fatores, a licitação da BR-163, que liga o Estado a portos no Pará, que analistas veem como um evento que pode avalizar um aumento do frete pela operadora de ferrovias e contêineres. O leilão ocorreu nesta quinta-feira e teve apenas uma proposta de interessado, o consórcio BR Vias, que já atua no Mato Grosso.

– CVC BRASIL ON recua 8,01%, em meio a movimentos de ajustes após forte recuperação no segundo trimestre, com alta de 46,2%, dadas as preocupações com a variante delta da Covid-19 e a recente valorização do dólar em relação ao real.

– QUALICORP ON perde 7,92%, ampliando as perdas desde o final do mês passado, em meio a perspectivas de números mais fracos na base de beneficiários no segundo trimestre.

– PETROBRAS ON recua 7,03%, passando por uma correção após subir mais de 30% no segundo trimestre, em ajuste referendado pela queda nos preços do petróleo neste começo do mês com receios sobre os potenciais reflexos da falta de consenso em uma reunião da Opep+.

Veja o comportamento dos principais índices setoriais na B3 no acumulado do mês:

– Índice financeiro: -2,32%

– Índice de consumo: +0,01%

– Índice de Energia Elétrica: -0,79%

– Índice de materiais básicos: +0,19%

– Índice do setor industrial: +0,80%

– Índice imobiliário: -2,80%

– Índice de utilidade pública: -1,18%

(Com Reuters)

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