Dólar recua com mercado avaliando sinais de alívio em Brasília

Inflação e política monetária brasileira e norte-americana continuam no radar dos investidores
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O dólar caía acentuadamente contra o real hoje (13), com os investidores avaliando as perspectivas de manutenção de retórica mais branda do presidente Jair Bolsonaro, enquanto a inflação e a política monetária — tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos — continuavam no radar.

Na semana passada, Bolsonaro acendeu o alerta dos mercados em relação às tensões políticas domésticas ao fazer discurso fervoroso contra os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso durante manifestações do feriado de 7 de Setembro.

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Depois, no entanto, Bolsonaro deu a impressão de ter recuado, esfriando o clima com a divulgação de nota na quinta-feira — redigida com ajuda do ex-presidente Michel Temer — em que afirmou nunca ter apresentado intenção de agredir quaisquer dos Poderes.

No fim de semana, o presidente voltou a empregar palavras mais ponderadas ao falar em feira agropecuária no Rio Grande do Sul, afirmando que os Poderes precisam ser respeitados e que o trabalho conjunto de Executivo, Legislativo e Judiciário deve beneficiar todos os brasileiros.

Nesse contexto de alívio, pelo menos por ora, na política local, o dólar recuava 0,93%, a R$ 5,2188 na venda, depois de chegar a tocar R$ 5,2036 na mínima da sessão, queda de 1,22%. O dólar futuro negociado na B3 caía 0,49%, a R$ 5,242.

Entretanto, Victor Beyruti, da Guide Investimentos, escreveu que alguns investidores continuavam um tanto céticos quando à “bandeira branca”.

Num momento em que se discute a probabilidade de impeachment de Bolsonaro — evento que poderia abalar ainda mais a frágil conjuntura política doméstica, segundo especialistas do mercado — Guilherme Esquelbek, da Correparti Corretora, disse também que a baixa adesão em atos contra o presidente realizados no domingo podem dar força ao real.

Manifestantes realizaram atos contra o governo na véspera, defendendo a democracia e o impeachment do chefe do Executivo, mas também reclamando da alta dos preços de alimentos e dos combustíveis no país.

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A inflação, a propósito, segue no radar dos investidores. A pesquisa semanal Focus, do Banco Central, mostrou nesta segunda-feira que o mercado passou a projetar alta de 8,0% do IPCA em 2021, o que, por sua vez, elevou as apostas para o patamar da taxa Selic. Agora, a expectativa é de que os juros básicos encerrem este ano em 8%.

Custos mais altos dos empréstimos no Brasil tendem a elevar a atratividade do mercado de renda fixa local, o que, por sua vez, pode aumentar o ingresso de dólares no país e ajudar na valorização do real.

Por outro lado, a inflação também tem dado sinais de avanço em outras grandes economias, como os Estados Unidos, e os investidores devem ficar atentos a dados desta semana que podem sinalizar os próximos passos de política monetária do Federal Reserve.

Na sexta-feira, a moeda norte-americana fechou em alta de 0,77%, a R$ 5,2679 na venda.

(Com Reuters)

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