O Brasil possui um histórico de inflação que não pode ser desprezado. Durante a segunda metade do século 20, o país possuía a maior alta de preços do mundo. Essa remarcação sem controle, que chegou a patamares superiores a 1.000% ao ano e era considerada um dos principais problemas econômicos brasileiros, foi interrompida em 1994 com o lançamento do Plano Real.
O grande problema da inflação é que o nosso dinheiro passa a valer menos, ou seja, aquilo que era possível comprar com determinada quantia este mês, por exemplo, já não será no mês seguinte.
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Existem alguns índices que medem o aumento dos preços. No Brasil, os dois mais usados são o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M). Cada um deles possui um objetivo e uma forma de cálculo diferentes. Como os dois indicadores são importantes do ponto de vista econômico e podem influenciar alguns produtos de investimentos, é importante entendê-los e conhecer a diferença entre eles.
IPCA
O IPCA mede o aumento dos preços de produtos do varejo, ou seja, aqueles que são consumidos diretamente pelas famílias – por isso é considerado o termômetro oficial da inflação no país. O objetivo do indicador é mostrar o quanto essa variação de valores impacta lares cujas rendas estão entre um e 40 salários mínimos, o que representa cerca de 90% das famílias brasileiras.
O índice também serve de base para a correção dos salários, ou seja, se está alto, o piso salarial tende a subir. Além disso, alguns produtos de investimentos, como o Tesouro IPCA, estão atrelados a ele: se o IPCA sobe, a rentabilidade acompanha essa tendência.
IGP-M
Já o IGP-M é um indicador focado no aumento dos preços no atacado, ou seja, acompanha as variações das matérias-primas até o valor final de produtos e serviços.
Calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), o índice é formado a partir de três outros indicadores da inflação com pesos diferentes, composto a partir da seguinte fórmula: 60% do Índice de Preços por Atacado (IPA-M), 30% do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e 10% do Índice Nacional do Custo da Construção – M (INCC-M).
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O IGP-M é muito utilizado atualmente para reajuste de contratos de aluguéis, tarifas públicas e os acordos mais antigos de planos de saúde. Por isso, uma maneira de se proteger dos aumentos atrelados ao índice é apostar em produtos direcionados a esses setores, como os fundos imobiliários.
Como escolher meus investimentos?
Agora que já é possível entender a diferença entre os dois indicadores, a próxima dúvida dos investidores está relacionada ao tipo de produto no qual apostar. E a resposta para essa pergunta é: depende.
Os investimentos ligados ao IGP-M geralmente são os fundos imobiliários, de renda variável, enquanto os atrelados ao IPCA são normalmente o Tesouro IPCA e os CDB’s, de renda fixa. Dessa forma, deve-se analisar qual deles condiz mais com os objetivos, o perfil e o restante da carteira.
Carol Proença é estudante de economia e especialista de investimentos certificada
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