Conheça os 10 destaques entre altas e baixas do Ibovespa em novembro

O setor de varejo foi o que mais sentiu o impacto da crise econômica causada pela pandemia, enquanto serviços e o segmento de papel e celulose foram destaques de valorização
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O mês de novembro foi marcado por grande turbulência tanto no Brasil quanto no exterior que atingiu em cheio a bolsa brasileira, levando o Ibovespa a um saldo negativo de 1,53% e a encerrar o período com 101.915 pontos. É o quinto mês consecutivo de baixa do índice.

Desde janeiro, o principal índice do mercado de ações do país acumula perdas de 14,36%.

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A renda variável brasileira foi impactada, principalmente, pelas polêmicas discussões em torno do trâmite da PEC dos Precatórios no Congresso. O texto prevê o gasto do governo acima do limite em 2022 para que o governo viabilize o pagamento do benefício Auxílio Brasil a R$ 400 mensais a 17 milhões de famílias abaixo da linha da pobreza.

A pressa do governo na aprovação em 2021 já não existe após o Supremo Tribunal Federal ter permitido que a pauta seja votada no ano que vem, mesmo com eleições, o que antes seria um impeditivo por conta da legislação brasileira.

A decepção dos investidores com a postura fiscal do governo fez a bolsa amargar fortes perdas na primeira quinzena do mês até o mercado assimilar e “precificar” o risco fiscal no país. Em função das quedas acentuadas, resultados positivos de setores da economia verificados nos balanços de empresas brasileiras do terceiro trimestre de 2021 divulgados ao longo de novembro acabaram por não impactar tanto na bolsa de valores.

Outro ponto de pressão sobre os negócios foi a sinalização do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, de elevação de juros naquele país. Lá, a taxa básica está perto de zero desde o auge da pandemia.

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O presidente do Fed, Gerome Powell, mantido por Joe Biden no cargo para mais um mandato de quatro anos, por fim, anunciou hoje (30) que também vai encerrar o programa de estímulos à economia mais cedo do que o previsto em 2022. Este programa consiste na compra de ativos pelo Fed – títulos de hipoteca e do Tesouro – todo mês como forma de injetar dinheiro na economia. No auge da pandemia, o programa pagou US$ 120 bilhões mensalmente nesta compra de ativos. No entanto, os indicadores de recuperação da economia norte-americana, além de temores com a alta da inflação, levam a autoridade monetária a mudar a atuação.

Segundo a economista Ariane Benedito, da CM Capital, Powell não é muito a favor da alta de juros, entretanto, nos últimos discursos dele e dos membros votantes do Fed, a intenção de alta dos juros é iminente. “Isso faz com que os Treasuries – títulos do Tesouro dos EUA – apresentem precificação e nos obrigada, aqui o Brasil, a colocar isso no cálculo de risco-país”.  

No encerramento de um mês já tenso, veio a notícia da nova variante ômicron do coronavírus em várias partes do mundo e a confirmação de casos em São Paulo. As bolsas globais despencaram em clima de aversão ao risco, sentenciando o Ibovespa a encerrar novembro no negativo.

O CEO Sthepane Bancel do laboratório Moderna, um dos fabricantes de vacinas, disse à imprensa que os atuais imunizantes não teriam efeito contra a nova cepa. Ele ainda acrescentou que seriam necessários meses para a produção e o transporte de vacinas eficazes para todo o mundo. Os pareceres de outros laboratórios sobre a eficácia das vacinas contra a ômicron devem sair em duas semanas.

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Segundo a economista Cristiane Mancini, a notícia da variante e a fala do CEO da Moderna revertem uma tendência de retomada da confiança dos investidores. “Havia uma expectativa mais estável e mais positiva, só que, agora, houve uma reação imediata de falta de confiança que abala o mercado como um todo”, explica.

No entanto, Mancini destaca a desaceleração do IGP-M – Índice Geral de Preços – Mercado – que veio abaixo do esperado pelo mercado em novembro, com avanço de 0,02%. “Isso significa uma possível queda, um possível arrefecimento da inflação no médio prazo no Brasil”, afirma.

O dólar, considerado ativo seguro em meio a crises, zerou perdas em novembro e fechou o mês na máxima a R$ 5,6367, maior valor desde 1º de novembro. A variação no mês ficou perto da estabilidade, com ligeira baixa de 0,09%, devido às fortes perdas na primeira quinzena. Em 2021, a valorização da moeda norte-americana chega a 8,58%.

Veja as ações com melhor e pior resultados em novembro:

5 ações que mais se valorizaram no mês:

  1. TIMS3

Variação: +22,99%

Preço: R$ 13,80

A TIM Participações é uma empresa de telecomunicações que atua com telefonia móvel, fixa e acesso à internet e está listada com ações ordinárias na B3.

2. LCAM3

Variação: +17,44%

Preço: R$ 23,17

A Cia de Locação das Américas (Locamerica) é uma empresa de locação de automóveis e terceirização de frotas que também atua com revenda de veículos seminovos. A companhia está listada no segmento Novo Mercado da B3.

3. DXCO3

Variação: +16,25%

Preço: R$ 18,03

A Dexco, ex-Duratex, atua nos segmentos de papel, celulose, metais e pisos laminados. A companhia possui capital aberto desde 1951 com ações negociadas na B3 e integra o Novo Mercado desde 2009. Além disso, desde 2008, compõe a carteira do ISE – Índice de Sustentabilidade Empresarial – também da B3.

4. SUZB3

Variação: +14,08%

Preço: R$ 56,16

A Suzano é uma empresa de base florestal que atua principalmente com produtos fabricados a partir do plantio do eucalipto com portfólio que inclui papel revestido e não-revestido, papel cartão, papel tissue, celulose de mercado e celulose fluff. A companhia realizou sua oferta pública de ações em 2012. Em 2017, migrou para o Novo Mercado da B3.

5. BBAS3

Variação: +13,25%

Preço: R$ 31,84

O Banco do Brasil foi fundado em 1808 é a primeira instituição bancária a operar no país. Hoje, ocupa as primeiras colocações entre os maiores bancos da América Latina e Caribe, com mais de R$ 1,4 trilhão em ativos, além de ser um dos quatro maiores bancos brasileiros de capital aberto. Foi a primeira empresa brasileira listada em bolsa, desde 1906. É controlado pela União que detém mais de 50% do capital total do banco.

5 ações que mais se desvalorizaram no mês:

  1. NTCO3

Variação: -31,39%

Preço: R$ 26,69

A Natura Cosméticos é uma empresa brasileira que atua com produtos de beleza e de higiene e se destaca pela atuação ambiental. Os ativos são negociados no Novo Mercado da B3.

2. LWSA3

Variação: -27,92%

Preço: R$ 13,19

A Locaweb é a primeira empresa de hospedagem de sites do Brasil, fundada em 1998 pouco antes do auge da bolha das pontocom. A oferta pública inicial de ações da companhia foi em 2020 no Novo Mercado da B3.

3. MGLU3

Variação: -27,84%

Preço: R$ 5,47

O Magazine Luiza é uma empresa de varejo que atua com lojas físicas e no e-commerce. A empresa também é dona das plataformas Netshoes, Zattini e Shoestock. A empresa possui ações ordinárias na B3.

4. ASAI3

Variação: -16,61%

Preço: R$ 12,75

A Sendas foi fundada em 1974. Em 2007, foi parcialmente adquirida pela CBD, uma empresa do Grupo Casino. Em 2011, a CBD comprou a parcela remanescente da companhia. A composição acionária hoje é de 41% das ações pertencentes ao Grupo Casino e 59% como free-float, negociadas no mercado de renda variável da B3

5. BPAN4

Variação: -15,27%

Preço: R$ 11,26

O Banco Pan é um banco de médio porte com foco em pessoas físicas que atua principalmente com crédito consignado, empréstimos, cartão de crédito, financiamento de veículos e seguros. O banco está listado no segmento de nível 1 da B3.

Luciene Miranda é repórter e colunista na Elas Que Lucrem

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