Dólar fecha em alta, mas fica longe de máximas após anúncio de mudanças na PEC dos Precatórios

Moeda norte-americana sobe 0,26% e finaliza o dia a R$ 5,6085 na venda
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O dólar fechou em alta ante o real hoje (23), mas longe das máximas do dia, depois que o mercado repercutiu positivamente notícias sobre mudanças propostas para o texto da PEC dos Precatórios no Senado.

O dólar à vista subiu 0,26%, a R$ 5,6085 na venda. Assim, ficou distante da máxima do dia, de R$ 5,6642, quando ganhou 1,25%. Na mínima, marcou R$ 5,595, perto da estabilidade.

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O mercado mais uma vez ficou atento às informações vindas de Brasília sobre o andamento da PEC dos Precatórios no Senado e reagiu bem a manchetes de que o parecer a ser apresentado por Fernando Bezerra (MDB-PE) – líder do governo e relator da proposta no Senado – trará, entre outras mudanças, a não imposição de um valor fixo para o pagamento do Auxílio Brasil – pivô da existência da PEC.

De forma geral, investidores agora esperam a aprovação do texto da PEC que chegou ao Senado sem grandes mudanças em direção a novas aventuras fiscais, depois de já terem reagido muito mal à proposta em curso, que, ao contemplar furo do teto de gastos, provocou um chacoalhão nos mercados recentemente e empurrou o dólar aos níveis atuais perto de R$ 5,60.

O tema fiscal segue como principal ponto de preocupação no mercado brasileiro. Porém, o ambiente externo mais arisco e de dólar mais forte também tem pesado.

Nesta terça, inclusive, a força da moeda norte-americana no exterior segurou a cotação no azul por aqui. O dólar tinha a maior alta desde março contra uma cesta de divisas emergentes, de mais de 1%, alavancado pelo salto de mais de 11% ante a lira turca, que afundou a novas mínimas recordes por temores de desestabilização econômica completa na Turquia liderada por Recep Tayyip Erdogan.

Soma-se a isso a narrativa de que os Estados Unidos estão caminhando para alta antecipada de juros, movimento que teria potencial de turbinar o preço do dólar por aumentar a atratividade da moeda norte-americana.

“Precisaria haver melhora lá fora (para uma recuperação do real), mas no curto prazo não estou vendo, porque a expectativa é que a inflação siga pressionada nos países desenvolvidos, especialmente nos Estados Unidos”, disse Luciano Rostagno, estrategista-chefe do banco Mizuho. “Assim, é pouco provável vermos uma recuperação sustentada do real até o fim do ano”, completou, prevendo dólar de R$ 5,60 ao fim de dezembro.

Estrategistas do banco francês veem a taxa de câmbio em R$ 5,90 já no primeiro trimestre de 2022, superando a barreira dos R$ 6 ao término de junho e fechando o ano em R$ 6,40, por uma combinação de incertezas externas (política monetária mais apertada nos EUA, economia da China em desaceleração) e domésticas (fiscal expansionista e eleição presidencial).

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“O risco de um episódio de fortalecimento do dólar como 2014-2015 é também algo a ser monitorado de perto”, disseram em relatório de cenário para 2022.

Em meio a uma crise político-econômica doméstica e um surto de valorização global do dólar, a moeda dos EUA saltou 67% no acumulado de 2014 e 2015, saindo da casa de R$ 2,36 para cerca de R$ 4..

Essa máxima, porém, já foi deixada para trás em várias oportunidades e, atualmente, o pico intradiário do dólar é de R$ 5,876, alcançado em 9 de março deste ano. Desde 2011 o dólar subiu no acumulado anual em todos os anos, com exceção de 2016. Apenas em 2015, o salto foi de 48,5%.

(Com Reuters)

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