Dólar sobe e volta a R$ 5,50 com risco fiscal doméstico

Valor também reflete força da moeda norte-americana no exterior
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O dólar tornou a subir de forma expressiva ante o real, com as operações locais voltando de um feriado e repercutindo a força da moeda norte-americana no exterior e renovadas preocupações domésticas do lado fiscal hoje (16).

O mercado não reagiu bem a declarações do presidente Jair Bolsonaro de que a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios pelo Congresso irá abrir espaço para a concessão de reajuste aos servidores públicos federais, justificando o eventual aumento como resposta a um congelamento dos salários e à inflação.

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Na véspera, Bolsonaro já havia dito que a folga no teto de gastos a ser criada pela PEC dos Precatórios poderia ser usada para reajuste dos servidores federais, além de seu propósito principal, que é financiar o novo programa de transferência de renda Auxílio Brasil.

Os comentários endossam receios de investidores sobre uma política fiscal ainda mais expansionista por parte do governo, cuja pressão pelo Auxílio Brasil impôs derrota à narrativa de austeridade fiscal do ministro da Economia, Paulo Guedes, e provocou forte deterioração nos ativos domésticos ao longo de outubro em meio a temores de descontrole nas contas públicas.

Evidência disso, gestores de fundos consultados pelo Bank of America passaram a ver a piora fiscal como o maior risco à economia brasileira, conforme pesquisa deste mês de novembro. Em outubro, o posto era ocupado pelas eleições de 2022.

Isso gerou efeito colateral ainda nas avaliações para a taxa de câmbio. A mesma sondagem apontou que a maioria (pouco mais de 40%) dos consultados vê o dólar entre R$ 5,41 e R$ 5,70 no término de 2022. Em outubro, a maior parcela (de mais de 30%) via o câmbio entre R$ 4,81 e R$ 5,10.

No fechamento desta terça, o dólar à vista valorizou-se 0,79%, a R$ 5,4999 na venda. A cotação variou de R$ 5,4301 (-0,49%) a R$ 5,51 (+0,97%).

Na sexta passada, a moeda já havia subido 1%, afastando-se de uma mínima em mais de um mês de R$ 5,4031 da sessão anterior.

Mas o dólar mais forte não foi exclusivo do Brasil. A moeda norte-americana saltava 0,4% ante rivais de países ricos nesta terça-feira, batendo máximas em 16 meses após fortes dados econômicos nos EUA endossarem expectativas de aperto monetário por lá, movimento que favoreceria a moeda norte-americana.

Soma-se a isso a perspectiva de menor ímpeto para a economia global, conforme visão da Capital Economics, que baixou projeções de crescimento global em 2022. Ciclos de expansão econômica mais fraca tendem a ser benéficos para o dólar, ativo visto como de segurança.

(Com Reuters)

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