Dólar flerta com R$ 5,70 em semana que antecede Copom

Moeda norte-americana obteve sua máxima desde abril após alta de 0,34%
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O dólar fechou em alta hoje (3), perto de R$ 5,68 e na máxima desde abril, alavancado por um movimento global de busca por segurança que dominou os mercados nesta sessão e minou várias classes de ativos de risco, como ações e moedas emergentes.

Temores sobre efeitos potenciais da variante ômicron do coronavírus sobre a economia global, dados abaixo do esperado do mercado de trabalho norte-americano e um tom persistentemente duro de membros do banco central dos EUA acerca da inflação compuseram um quadro que forçou nova liquidação de ativos de risco no mundo, ao fim de uma das mais voláteis semanas dos últimos meses.

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Nesse contexto, o dólar, considerado porto seguro, valorizou-se. Aqui, a moeda negociada no mercado à vista fechou em alta de 0,34%, a R$ 5,6785, maior valor desde 13 de abril passado (R$ 5,7175).

A moeda oscilou nesta sessão de R$ 5,6018 (-1,02%) a R$ 5,6875 (+0,50%). Na semana, a cotação ganhou 1,47%. Em três dias de dezembro o dólar acumula ganho de 0,74%. No ano, o salto é de 9,38%.

O dólar subiu menos no Brasil do que contra alguns pares nesta sexta, com o mercado doméstico ainda surfando na aprovação da PEC dos Precatórios pelo Senado na véspera, o que concluiu pelo menos um capítulo da novela fiscal.

Mas ainda assim as compras da moeda norte-americana prevaleceram por aqui, num dia em que divisas emergentes e/ou correlacionadas às commodities lideraram as perdas globais nos mercados de câmbio, enquanto iene e franco suíço – também considerados ativos seguros – ganharam terreno.

Wall Street afundava até 2,4%, variação incomum para os padrões locais, com investidores incertos sobre os planos do banco central dos EUA de acelerar o processo de redução de estímulos num momento em que a pandemia volta a ganhar força e o mercado de trabalho dos EUA emite sinais confusos.

Um índice de moedas emergentes caía 0,3% nesta sexta e estava a caminho de fechar numa mínima desde pelo menos junho de 2010.

“Vejo o pano de fundo, no geral, como mais instável e desafiador para os ativos de risco”, disse Dan Kawa, diretor de investimentos e sócio da TAG Investimentos, que listou pontos como nova onda pandêmica na Europa e África (com piora nos EUA), preços de energia na Europa elevados e ausência de sinais de recuperação sustentável na China.

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No Brasil, os temas fiscais seguem como fiel da balança, mas a próxima semana será forte em dados de inflação, com destaque para o IPCA de novembro – a ser divulgado na sexta, dois dias depois da decisão de política monetária do Banco Central.

O Comitê de Política Monetária (Copom) deve aumentar a taxa básica de juros em 1,50 ponto percentual na próxima quarta-feira, em face de persistentes preocupações fiscais, e provavelmente reconhecerá a ameaça representada pela variante Ômicron da Covid-19, mostrou uma pesquisa da Reuters. O juro básico está em 7,75% ao ano.

Felipe Sichel, estrategista-chefe do Modalmais, calculou que a inflação ficaria no teto (5%) do intervalo de tolerância para a meta em 2022 com uma taxa de câmbio de R$ 4 por dólar e Selic de 13%.

“Para o ano que vem, destaca-se, ainda, o impacto cambial sobre as projeções de IPCA em nossa modelagem. Em específico, esperamos um ano com bastante incerteza devido ao ambiente eleitoral e ao cenário externo com retirada de estímulos fiscais e monetários nas economias avançadas”, disse em relatório.

(Com Reuters)

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