Dólar renova máxima desde abril com expectativas por Fed ofuscando Copom

Moeda norte-americana subiu 0,25% e terminou o dia a R$ 5,69
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O dólar subiu para uma nova máxima em quase oito meses frente ao real hoje (6), com apostas em aumentos antecipados de juros nos Estados Unidos ofuscando fortes expectativas de elevação da taxa Selic nesta semana, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) realiza sua última reunião de 2021.

A previsão em pesquisa da Reuters é de que o BC anuncie ao final do encontro de dois dias, na quarta-feira (8), alta da Selic a 9,25% ao ano, ante 7,75% atualmente.

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A divisa norte-americana à vista subiu 0,25%, a R$ 5,6925 na venda, nova máxima para encerramento desde 13 de abril deste ano (R$ 5,7175). Na B3, às 17:21 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,55%, a R$ 5,7175 .

Várias autoridades do Fed sinalizaram recentemente que o banco central norte-americano está preparando o terreno para acelerar o ritmo de redução de seus estímulos e possivelmente antecipar aumentos de juros para 2022, uma vez que dados econômicos têm indicado persistência da inflação e aperto no mercado de trabalho – apesar de um relatório de empregos do governo referente a novembro ter vindo abaixo das expectativas do mercado.

O próprio chair da autoridade monetária, Jerome Powell, disse na semana passada que acredita ser apropriado discutir na próxima reunião do banco central o encerramento total de seu programa de compras de títulos alguns meses mais cedo do que o esperado.

“Competir com (aumentos de) juros nos Estados Unidos é difícil, porque investir lá é muito seguro; a maior economia do mundo não dá calote”, disse Lucas Schroeder, diretor de operações da Câmbio Curitiba.

Juros mais altos num determinado país tendem a elevar a atratividade de sua moeda, uma vez que aumentam a rentabilidade de se investir no mercado de renda fixa local.

No exterior, às 17:21, o índice do dólar – que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas – subia 0,127%, a 96,319.

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Investidores de todo o mundo seguem de olho no noticiário em torno da variante ômicron do coronavírus, recém-detectada, uma vez que ainda não há clareza sobre qual será seu impacto sanitário e econômico.

No Brasil, o cenário político-fiscal também segue no radar nesta reta final de 2021, antes de um 2022 provavelmente difícil para os mercados domésticos. Estrategistas do Citi disseram em relatório nesta segunda-feira que “as eleições presidenciais (do ano que vem) devem ter relevância cada vez maior nos preços dos ativos, dada sua relação próxima com os riscos fiscais”.

Nos últimos meses, a trajetória das contas públicas brasileiras tem sido motivo de forte preocupação, em meio à pressão do governo por mais gastos com auxílio à população em 2022, quando o presidente Jair Bolsonaro deve tentar a reeleição.

A PEC dos Precatórios, recentemente analisada pelas duas Casas do Congresso, abriria espaço fiscal para o pagamento de pelo menos R$ 400 por família sob o programa Auxílio Brasil no ano que vem. A proposta sofreu alterações na votação no Senado e por isso retornou à Câmara. Investidores estão agora de olho nas discussões em torno da promulgação das partes do texto aprovadas sem alteração, no chamado “fatiamento” do projeto.

(Com Reuters)

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