Enrolada com a fatura do cartão de crédito? Entenda qual a melhor saída para se livrar da dívida

Especialistas explicaram qual é a melhor opção para o bolso
JOB_03_REDES_SOCIAIS_EQL_AVATARES_QUADRADOS_PERFIL_v1-02

O cartão de crédito pode ser um bom aliado em seu planejamento financeiro, mas, para que isso aconteça, deve ser usado de forma inteligente, sob pena de provocar  dor de cabeça nas suas finanças. Se, por um lado, ele é considerado o mocinho que proporciona a realização de sonhos, por outro, é visto por muitos como um baita vilão. Para essas pessoas, o grande problema começa quando a fatura chega. 

Isso porque, em muitos casos, elas perdem o controle e, na data do vencimento, não têm condições de arcar com o pagamento integral. O que fazer nessas situações? Parcelar a dívida com a instituição financeira ou pedir um empréstimo para quitar o débito de uma vez?

Conheça a plataforma de educação financeira e emocional EQL Educar. Assine já!

Clara Sodré, assessora de investimentos da XP e professora da Xpeed School, explica que tudo vai depender da taxa de juros que a pessoa conseguir. “Muitas vezes, a taxa de empréstimo vai variar de acordo com o histórico do cliente, ou seja, se ele for um bom pagador, elas serão menores. Dessa forma, na hora de decidir entre parcelar ou pegar empréstimo é necessário entender qual dessas duas opções compensa mais. Se um cartão está cobrando, por exemplo, 6% ao mês para parcelar uma fatura e a pessoa tem à sua disposição empréstimos a 4% ao mês, a segunda alternativa acaba valendo mais”, diz. 

A especialista também alerta que o número de parcelas tem impacto direto nesse cálculo, já que os juros também dependem disso. Para ter a resposta correta, do ponto de vista financeiro, ela recomenda simulações nos sites dos bancos. “Com isso, o consumidor vai ter uma noção real do quanto vai pagar a mais pela operação.”

Ana Carrera, gerente de desenvolvimento de negócios da Sicredi Vale do Piquiri Abcd PR/SP, discorda e garante que sempre é melhor optar por um empréstimo, principalmente no caso de cartão de crédito ou cheque especial. “Você vai conseguir parcelar o valor com uma taxa de juros mais interessante. No caso das pessoas que trabalham, ainda há a opção de pegar um crédito consignado com juros ainda menores. Evite parcelar a fatura, são taxas exorbitantes e a conta pode nunca fechar.” 

Em outubro deste ano, o número de brasileiros inadimplentes chegou a 63,4 milhões, segundo o “Mapa da Inadimplência e Renegociação de Dívidas no Brasil”, levantamento mensal feito pelo Serasa. E no topo do ranking dos principais vilões do endividamento está o cartão de crédito (28,70%), seguido das tarifas básicas, como água e luz (23,5%).

Um outro dado alarmante são os juros do rotativo do cartão de crédito, que atingiram em setembro o maior patamar desde agosto de 2017, segundo dados divulgados pelo Banco Central: 339,5% ao ano.

VEJA: Plataforma de gestão corporativa aumenta presença feminina na diretoria com chegada de novas executivas

A economista e CEO na DS Estratégias e Inteligência Financeira, Dirlene Silva, lembra também que, somente no segundo trimestre deste ano, cresceu em 52% o uso do cartão de crédito como meio de pagamento. Ela avalia que isso contribuiu muito para a elevação dos dados de endividamento. “Neste período de pandemia, o aumento do uso do cartão se justifica, sobretudo, pelo crescimento das compras online. Além disso, ele também tem sido utilizado para fechar as contas no final do mês e é aí que mora o perigo.”

A especialista destaca que, embora usar o limite da conta corrente para pagar o mínimo ou parcelar aquela dívida seja comum e tentador, não é uma atitude inteligente. “São juros excessivos, por isso você deve optar por um empréstimo com juros menores. No caso do consignado, por exemplo, é possível conseguir uma taxa de juros anual de, em média, 27% em vez de mais de 300% ao ano do rotativo do cartão de crédito.”

Mas ela alerta que, em qualquer decisão, é essencial entender que as parcelas do empréstimo precisam caber no seu bolso para que a dívida não vire uma bola de neve. 

Dirlene recomenda ainda que, passado o susto de uma fatura de cartão de crédito acima de sua capacidade de pagamento, é hora de rever sua relação com as finanças. “Saúde financeira representa qualidade de vida. Reavalie seus hábitos de consumo e padrões sociais, sempre se questione os motivos de comprar algo, se você realmente precisa neste exato momento e se pode pagar sem sacrifícios.”

A educadora de finanças pessoais Carol Stange explica que a combinação de inflação, aumento do juros do rotativo e desemprego pode deixar muitas pessoas ainda mais endividadas no futuro, principalmente no cartão de crédito, que em muitos casos é uma alternativa de compra utilizada quando a renda mensal diminui. “As taxas e juros cobrados pelo uso do cartão de crédito, em caso de atrasos, podem chegar a 400% ao ano, cenário capaz de transformar a dívida na famosa bola de neve, em que os juros cobrados vão se acumulando e fazem com que a dívida cresça exponencialmente.”    

Para resolver a situação, a especialista recomenda que o devedor defina um valor mensal factível para pagar essa dívida. “Não vai adiantar tentar negociar com o banco ou instituição financeira sem saber exatamente quanto é possível destinar para esse fim. Muita gente fica ansiosa ao ter dívidas e acaba aceitando parcelas que comprometem de forma sacrificante o orçamento, e o resultado é um novo endividamento.”  

Carol argumenta que a empresa tem interesse em receber, tanto quanto nós temos interesse em nos livrarmos das dívidas, portanto, nada nos impede de procurarmos a instituição para conhecer as condições de negociação. “Quase ninguém sabe, mas é possível conseguir carência de 180 dias para o primeiro pagamento, desconto no valor total e parcelamento do montante sem juros. Tudo depende da forma como será conduzida a negociação.”

A educadora financeira pontua que, se a instituição não aceitar sua proposta ou se as condições não forem as melhores para o seu bolso, você deve encerrar a conversa e analisar dois possíveis cenários. 

No primeiro, você deve analisar se pode esperar por propostas melhores do banco ou instituição financeira e se não terá problemas em ter seu nome incluído nos órgãos de restrição ao crédito – além de ter que atender às ligações da central de negociação de dívidas das empresas e acompanhar a evolução das negociações até receber uma proposta condizente com seus termos.

Mas, se você precisa urgentemente quitar essa dívida porque não pode ter o nome registrado no SPC e Serasa, por ter score impactado negativamente ou enfrentar problemas com fornecedores no seu negócio próprio, procure por linhas de crédito mais baratas para quitar o cartão de crédito à vista. “As empresas de recuperação de crédito e de crédito consignado podem ser boas opções para esse caso. Lembre-se de pesquisar a reputação da empresa e buscar referências em sites como Procon, Reclame Aqui e fóruns de debate específicos para esse assunto.” 

Fique por dentro de todas as novidades da EQL

Assine a EQL News e tenha acesso à newsletter da mulher independente emocional e financeiramente

Baixe gratuitamente a Planilha de Gastos Conscientes

Compartilhar a matéria:

×