Renda variável: entenda como funciona e quais as principais opções dessa modalidade de investimento

Mais complexa e arriscada do que a renda fixa, ela pode gerar mais lucros e é indicada aos investidores de perfil moderado a arrojado
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Especialista afirma que a segurança dos investimentos é sempre proporcional à rentabilidade dos ativos (Foto: Elas que Lucrem)

Entender a dinâmica dos investimentos em renda variável é mais fácil quando você sabe o que significa a expressão “quem não arrisca, não petisca”. Isso porque, de maneira simplificada, essa modalidade de investimento oferece mais riscos do que a renda fixa, mas também pode gerar mais rendimento. 

Ao contrário dos investimentos que possuem previsibilidade, os ativos da renda variável não dão nenhum tipo de garantia sobre o retorno do dinheiro aplicado. Isso acontece porque eles sofrem muitas oscilações e podem até levar à perda do valor investido. 

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A variação dos ativos acontece em função das mudanças no cenário ao qual o investimento está atrelado. As ações, por exemplo, dependem do desempenho das empresas para se valorizarem ou desvalorizarem. O mesmo acontece com os ativos ligados à economia de um país, que passam por oscilações de acordo com a sua boa ou má performance. 

No entanto, assim como a variação pode ser negativa, há também a possibilidade de haver lucros bem mais altos do que na renda fixa. Por isso, essa modalidade é mais indicada para os investidores que, segundo a head de produtos estruturados da Suno Asset, Amanda Coura, possuam um perfil que vai de moderado a arrojado, já que estes estão mais dispostos a correr riscos provocados pelas oscilações. “Além disso, pelo perfil mais longo deste investimento, o investidor precisa ter ciência de que o capital alocado em renda variável não pode ser sua reserva de emergência, mas sim um extra para ganho de capital futuro”, acrescenta a especialista. 

Apesar dos riscos, a renda variável pode ser bastante lucrativa. A economista Ana Virgínia Duarte diz que a rentabilidade é a maior vantagem desse tipo de investimento e que a falta de garantia é justamente o que aumenta as chances de rendimentos mais altos. “Quando olhamos para um tripé de investimentos – rentabilidade, liquidez e segurança -, percebemos que a segurança é sempre proporcional à rentabilidade de um ativo”, explica. 

Além da rentabilidade, Amanda cita outras vantagens da renda variável, como votar em assembleia nas empresas investidas, caso o investidor possua ações ordinárias, por exemplo. E, também, diversificar os investimentos, que podem ser direcionados à criptomoedas, índices, commodities, ações de diferentes setores e outros ativos disponíveis no mercado. 

Ainda que apresente um grande potencial de rendimento, a modalidade também inclui uma série de fatores que podem ser de caráter eliminatório a depender do perfil do investidor. A especialista da Suno Asset elenca alguns riscos, como a possibilidade de perda total do dinheiro investido e as oscilações macro de mercado, que podem mudar de maneira significativa a análise sobre as empresas, o que dificulta a estratégia de investimentos. 

Para Ale Boiani, sócia da 360igroup, a maior desvantagem desse tipo de investimento é mesmo a instabilidade. “A renda variável é considerada um investimento de longo prazo, justamente por apresentar grande volatilidade, ou seja, existe uma possibilidade de prejuízo no curto prazo ou de não ter um resultado constante”, diz. 

Em meio aos prós e contras da renda variável, pode ser difícil decidir se o investimento é uma boa opção. Por isso, a economista Ana Virgínia afirma que o primeiro aspecto a ser considerado é o objetivo da aplicação e o tempo e custos envolvidos. Com a meta delimitada, os próximos passos são identificar o perfil de investidor e conhecer as possibilidades de investimento na modalidade. 

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Conheça, a seguir, os principais ativos em renda variável:

  1. Ações: negociadas na bolsa de valores, as ações são unitárias e representam um ativo de uma companhia, da qual o investidor vira sócio. Elas são emitidas por empresas de capital aberto e o valor varia de acordo com a demanda, que sobe quando há alta procura e cai quando existe um grande número de interessados em vendê-las; 
  1. Fundos Imobiliários (FIIs): também são negociados na bolsa e possuem relação com os títulos do mercado imobiliário. Existem duas classificações dos investimentos em FIIs. Os Fundos de Papel estão ligados a títulos de renda fixa, como letra de crédito imobiliário (LCI), letras hipotecárias (LH) e certificado de recebíveis (CRI). Já os Fundos de Tijolo são usados para adquirir imóveis físicos prontos, em que o rendimento vem do aluguel ou venda desses espaços;
  1. ETFs (Exchange Traded Funds): também conhecidos como fundos de índices, são compostos por ações de empresas listadas em índices como o Ibovespa, por exemplo;
  1. Fundos de ações: investimento em ações selecionadas por gestores, a partir de estratégias traçadas pelo fundo. O rendimento desse tipo de investimento também vem da valorização das cotas;  
  1. Fundos multimercado: são compostos por diferentes tipos de ativos, como ações e derivativos, por exemplo. Assim como outros fundos, também conta com um gestor e é mais complexo do que os demais por contar com uma variedade de investimentos; 
  1. Ouro: investir em ouro é uma opção considerada mais segura do que outros produtos de renda variável em períodos de crise econômica. Existem algumas opções para o investimento no metal, como comprá-lo em barras ou moedas e fundos de investimento focados nele;
  1. BDRs: os Brazilian Depositary Receipts são certificados que representam as ações de empresas negociadas nas bolsas de valores de outros países;
  1. Derivativos: são contratos que garantem a compra ou venda de um ativo no futuro, seja ele físico ou financeiro. Na contratação, já são estabelecidas as datas e valores para a transação; 
  1. Câmbio: investimentos baseados na variação da cotação de moedas estrangeiras, como o dólar, por exemplo. 

Para investir em renda variável, é necessário contratar os serviços de bancos, corretoras ou plataformas especializadas. Por isso, alguns pontos devem ser considerados no momento de decidir qual instituição será a responsável pelos investimentos. Ale Boiani afirma que é essencial buscar por um assessor que possa orientar o investidor sempre que houver necessidade. Já para Ana Virgínia, é importante verificar a confiabilidade da empresa e do produto de interesse. 

Outro ponto a ser considerado no momento de aplicar o dinheiro é que existem taxas e outros valores a serem pagos, além da quantia reservada para a compra dos ativos. As corretoras e plataformas de investimentos, por exemplo, cobram taxas de corretagem, referentes ao gerenciamento da carteira, e de custódia, paga à instituição financeira pelo registro dos investimentos. Além disso, pode haver a incidência de imposto de renda sobre os ativos, que varia de 15% a 20%, explica Amanda Coura. 

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