Brasil tem recorde de IPOs em 2021

B3 registrou 45 operações de abertura de capital, com movimentação de quase US$ 12 bilhões
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B3 registrou 45 operações de abertura de capital, com movimentação de quase US$ 12 bilhões
Durante o ano passado, foram registrados 2.388 IPOs em todo o mundo, segundo o relatório 2021 EY Global IPO Trends (Foto: Tima Miroschnichenko/ Pexels)

O número de ofertas públicas iniciais (IPO) bateu recorde em 2021, quando a bolsa brasileira registrou 45 operações desse tipo e movimentou US$ 11,9 bilhões, um crescimento de 61% em relação ao ano anterior, segundo dados do “2021 EY Global IPO Trends”. O resultado foi o maior desde 2007 e já era previsto pelos especialistas, que projetavam cenários positivos para o ano todo, mas tiveram as expectativas abaladas no segundo semestre, quando muitos IPOs foram adiados.

A redução das aberturas de capital teve relação com o surgimento das novas variantes da Covid-19, aumento da inflação e volatilidade. Para alguns especialistas, a situação pode se repetir novamente neste ano com as eleições. Mas nem todos acreditam nessa possibilidade e apostam numa retomada dos IPOs.

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Segundo Rafael Santos, sócio da EY e especialista no tema, muitas empresas devem retomar os processos de abertura de capital em 2022. “Especificamente no Brasil, o cenário de grande liquidez de recursos, taxas de juros baixas e novos entrantes na bolsa de valores criou um ambiente muito favorável para IPOs. Em 2020, foram 28 transações, que levantaram, aproximadamente, R$ 117 bilhões em recursos. Já em 2021, esse número aumentou para 45 empresas”, afirma.

Para Flávio Machado, sócio-líder de serviços de consultoria financeira e contábil na EY Brasil, as companhias devem estar atentas à maior volatilidade do mercado e traçar planos flexíveis para os IPOs, de maneira que estejam preparadas para possíveis cancelamentos ou alterações na data prevista para a abertura. “As empresas terão de se planejar muito bem, adotando uma estratégia resiliente e flexível, capaz de se adaptar às mudanças nas condições de mercado”, reforça. 

Cenário global

O relatório aponta que os aumentos ocorreram mundialmente, e, no total, 2.388 novas aberturas de capital foram registradas em nível global, o que gerou US$ 453,3 bilhões em receitas. Apenas na região das Américas, foram contabilizados 528 IPOs, crescimento de 87% em comparação a 2020. Destes, o maior número de ofertas públicas iniciais foi dos setores de saúde (172) e de tecnologia (152), que, apesar do volume menor, teve a maior arrecadação: US$ 72,2 bilhões.  

Para Machado, o crescimento nas Américas foi amparado por aspectos como as baixas taxas de juros e o aumento no interesse dos investidores pelas ações. Ele afirma, ainda, que 2022 poderá apresentar resultados positivos no que diz respeito às aberturas de capital. “Há um otimismo de que este mercado permaneça saudável para a entrada de novos emissores”, diz. 

Nos Estados Unidos, o cenário se manteve em alta e houve a contabilização de 416 IPOs, que movimentaram US$ 155,7 bilhões. No total, o aumento foi equivalente a 86% e 81%, respectivamente, em relação ao ano anterior.

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Ainda que tenha sido um período favorável para todas as regiões, o crescimento mais expressivo aconteceu nas bolsas da Europa, Oriente Médio, Índia e África, que, juntas, registraram 724 IPOs e movimentaram US$ 109,4 bilhões. Os valores aumentaram, respectivamente, 158% e 214% se comparados aos resultados de 2020.

Em último lugar está a região da Ásia-Pacífico, que, segundo o relatório, apresentou o menor crescimento em relação ao restante do globo. Foram 1.136 IPOs, 28% a mais do que no ano passado, com arrecadação de US$ 169,3 bilhões, o que representa 22% de aumento.

Na análise de setores, o relatório apontou que as companhias de tecnologia foram as que mais se movimentaram, com US$ 147,5 bilhões e 611 aberturas de capital. Em segundo lugar, ficou o setor de saúde, com 376 IPOs e receitas que somaram US$ 63,1 bilhões. 

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