Maya Angelou será a primeira mulher negra a estampar moedas de dólar nos EUA

Ativista foi a escolhida para inaugurar série que vai homenagear personagens femininas ilustres do país
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A escritora e ativista Maya Angelou durante Convenção Nacional Democrata, em 2004 (Foto: Gary Hershorn/Reuters)

A escritora, poetisa e ativista norte-americana Maya Angelou será a primeira mulher negra a estampar uma moeda de dólar nos Estados Unidos. Na segunda-feira (10), a Casa da Moeda do país anunciou que as moedas de 25 centavos serão cunhadas com o rosto de Angelou, que aparece com os braços abertos, um pássaro e o sol ao fundo. 

A instituição explicou que isso simboliza a poesia e o modo de vida da homenageada. Conhecidas como “quarters”, as moedas já estão sendo cunhadas em grandes volumes para uso diário nas cidades da Filadélfia e Denver, e entrarão em circulação em breve.

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Desde 1932, a moeda de 25 centavos só foi cunhada duas vezes com versões alternativas: a série de 50 moedas representativas de cada estado, na década de 2000, e a série de parques nacionais, entre 2010 e 2021. 

Verso da moeda de 25 centavos de dólar em homenagem a Maya Angelou (Foto: Reuters)

A homenagem é resultado de um projeto de lei aprovado no fim de 2020 de autoria de Barbara Lee, congressista democrata do estado da Califórnia.

A moeda com o rosto de Maya Angelou será o primeiro exemplar de uma série batizada de Prominent American Women (mulheres norte-americanas proeminentes, em tradução livre), que homenageará várias mulheres ilustres do país: Sally Ride, astronauta e física; Wilma Mankiller, primeira nativa americana líder da Nação Cherokee; Nina Otero-Warren, política e ativista latina; e Anna May Wong, atriz aclamada como a primeira estrela de ascendência asiática. 

“Toda vez que redesenhamos nossas moedas, temos a chance de dizer algo sobre nosso país, o que valorizamos e como progredimos como sociedade”, disse Janet Yellen, secretária do Tesouro dos EUA. “Estou muito orgulhosa por essas moedas celebrarem as contribuições de algumas das mulheres mais excepcionais da América, incluindo Maya Angelou”, acrescentou.

Quem foi Maya Angelou

Maya Angelou, pseudônimo de Marguerite Ann Johnson, nasceu em abril de 1928 no Missouri, EUA. Na infância, morou com a avó após a separação dos pais e, aos oito anos, foi estuprada pelo namorado da mãe. 

Maya contou o ocorrido para a família e o criminoso foi sentenciado. Mas ficou apenas um dia na prisão e foi liberado. Como resultado, o agressor foi caçado e espancado até a morte, sendo os tios de Maya os principais suspeitos do assassinato.

Com a morte de seu abusador, Maya ficou traumatizada pela culpa e ficou anos sem pronunciar uma única palavra. Tinha medo de que sua voz causasse a morte de mais pessoas. 

Assim, a ativista se dedicou à escrita. A primeira autobiografia, “Eu Sei Porque o Pássaro Canta na Gaiola”, lançada em 1969, traz relatos sobre o abuso sexual que sofreu e a segregação racial no sul dos EUA. 

Com o livro, Maya Angelou foi uma das primeiras mulheres negras a emplacar um best seller em território norte-americano. Além de ser escritora, professora e pesquisadora, Maya também trabalhou como atriz, garçonete, cantora, motorista de ônibus, editora de uma revista no Egito e assistente administrativa em Gana, entre outras atividades. Ela venceu três Grammy na categoria Melhor Álbum de Palavra Falada ou Álbum Não Cantado.

A ativista militou incansavelmente pelo fim da segregação racial nos EUA e foi amiga pessoal de Martin Luther King e Malcolm X. Em sua carreira, Maya conquistou mais de 30 títulos honorários, entre eles o Prêmio Literário pela contribuição à comunidade literária e a medalha presidencial da liberdade, a mais alta honraria dos EUA, concedida a civis e entregue por Barack Obama. Três anos mais tarde, em 2014, Maya faleceu, aos 86 anos. 

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