Em momentos de baixa generalizada nas bolsas de valores do Brasil e do mundo, um movimento muito comum entre os investidores é aproveitar a desvalorização dos papéis para comprar ações de empresas com boas perspectivas de crescimento. No primeiro mês de 2022 esse movimento pôde ser observado nas bolsas norte-americanas com as ações de tecnologia.
De acordo com um levantamento feito pela Stake, plataforma de investimentos que conecta investidores de outros países ao mercado acionário dos Estados Unidos, os brasileiros acompanharam a tendência. Além das ações das companhias de tecnologia – os mais comprados pelos investidores brasileiros nas bolsas norte-americanas -, outros dois destaques entre os ativos mais buscados foram o banco digital Nubank e a mineradora Vale.
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As ações favoritas dos brasileiros no exterior
Segundo os analistas da plataforma, entre as primeiras posições das ações preferidas dos brasileiros está a Alphabet, holding proprietária do Google, que disparou depois que a companhia divulgou os resultados do quarto trimestre de 2021.
Denise Abramovici, Head de Marketing da Stake, comenta que desde que a plataforma chegou ao Brasil, em outubro de 2020, os analistas têm observado o interesse dos brasileiros por empresas que também são tendência de investimento global.
“As empresas que dominam as carteiras de investimentos dos brasileiros desde sua chegada ao país permanecem marcando forte presença nos portfólio mês após mês: Tesla e Apple, por exemplo, sempre estiveram presentes no topo do ranking”, ressalta a profissional.
Por que as ações de tecnologia caíram?
Com o avanço da pandemia de Covid-19 e as medidas de isolamento social adotadas para evitar um maior número de casos e mortes pela doença, a atividade econômica norte-americana, assim como a de muitos outros países, foi negativamente impactada.
Neste contexto, o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) adotou uma política de juros baixos (que até hoje estão entre 0% e 0,25%) e estímulos econômicos, a fim de impulsionar a economia. As ações de empresas de tecnologia se beneficiaram desse cenário, com expansões financiadas a custos baixos.
No entanto, com a sinalização de que o Fed deve começar a elevar as taxas de juros nos próximos meses, as perspectivas para essas companhias ficaram mais difíceis, já que o pagamento desses financiamentos pode sair mais caro do que o previsto. Assim, muitos investidores passaram a vender seus papéis nessas empresas antes que a alta nos juros realmente aconteça, o que acabou derrubando o valor de suas ações.
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Empresas brasileiras também estão entre as mais negociadas
Dentre as 10 ações com maior volume de negociação no primeiro mês do ano, além de tecnologia, também aparece o Nubank, que fez sua estreia na Bolsa de Nova York em dezembro. A Stake explica que os investidores brasileiros aproveitaram a queda de mais de 33% nas ações do banco digital “para ir às compras, enquanto outros desistiram do negócio e zeraram suas posições”.
Segundo a plataforma, os papéis da Vale negociados no mercado norte-americano também estiveram entre os destaques do mês passado. “O grande volume de negociação das ações da mineradora é explicado pela alta do minério de ferro, que impulsionou o preço dos papéis da companhia”, disse.
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