Tesouro Direto: entenda como funciona e para quem esse tipo de investimento é indicado

Categoria oferece menos riscos e possui diferentes tipos de rentabilidade
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Tesouro Direto
Investimento divide-se em títulos prefixados, pós-fixados e híbridos (Foto: Elas que Lucrem)

Conhecido como uma boa opção para a tão falada reserva de emergência, o Tesouro Direto é um investimento em renda fixa com títulos emitidos pelo Tesouro Nacional – instituição que controla as finanças do país. Ao adquirir um ativo desse tipo, o investidor já terá uma ideia de quanto o dinheiro irá render, além de ter a segurança do investimento garantida pelo governo. 

De maneira simples, o funcionamento do Tesouro Direto baseia-se no financiamento da dívida pública, que é fracionada em diferentes tipos de títulos. Após esse processo, os ativos são vendidos para os investidores, que acabam fazendo uma espécie de empréstimo ao governo por meio do dinheiro aplicado. Já o lucro é obtido a partir do rendimento dos juros durante o tempo em que a quantia foi “emprestada”. 

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Por haver diferentes títulos do Tesouro Direto negociados na bolsa de valores brasileira (B3), o rendimento dos investimentos nessa categoria varia conforme o tipo de ativo adquirido. Existem três tipos: os prefixados, os pós-fixados e os híbridos. Veja como cada um deles funciona:

Títulos prefixados: são aqueles que possuem uma taxa definida de rendimento já no momento da compra. Assim, é possível saber exatamente quanto o dinheiro irá render no período determinado até o vencimento do título. 

A economista Camila Bez Batti explica para quais fins esse tipo de investimento é mais adequado. “No caso de objetivos de médio prazo, o ideal é deixar o dinheiro até o vencimento, sendo uma ótima opção para quem deseja guardar um recurso para fazer uma viagem, por exemplo”, diz.

Títulos pós-fixados: são os ativos que rendem de acordo com um indicador, como IPCA e Selic, entre outros. Por serem baseados nessas taxas, só é possível saber quanto o dinheiro rendeu no momento do resgate.

Um dos principais títulos pós-fixados é o Tesouro Selic, que segue a variação da taxa básica de juros do Brasil. Camila aponta que esse tipo de título é uma boa aposta para guardar a reserva de emergência, já que pode ser resgatado a qualquer momento sem grandes riscos. 

“É ideal para curto prazo e pode ser usado para reserva de emergência. Ele vai acompanhar a taxa básica de juros até o vencimento ou até quando você decidir resgatar”, esclarece a economista.  

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Títulos híbridos: são como uma junção dos títulos pré e pós fixados, já que rendem das duas maneiras. Parte do rendimento é definido no momento da compra do ativo e o restante segue a variação da inflação.

O Tesouro IPCA, por exemplo, segue a variação da inflação no Brasil. É um título conhecido por proteger os investidores dos riscos da alta dos preços, justamente porque rende conforme as mudanças dos valores dos produtos. 

“É uma forma de diversificar e de se proteger da inflação, pois sua rentabilidade é atrelada ao IPCA. Este é um produto muito utilizado para objetivos de longo prazo. Por meio dele é possível, por exemplo, financiar a faculdade dos filhos ou até mesmo guardar para a aposentadoria”, indica Camila. 

Perfil e objetivos de quem investe no Tesouro Direto

Por se tratar de uma aplicação em renda fixa, que não possui grandes variações de rendimento e oferece baixos riscos, o Tesouro Direto é um investimento indicado, principalmente, para pessoas de perfil conservador e moderado. Além disso, é uma boa opção para aqueles que desejam começar a investir e têm pouco conhecimento sobre o assunto. 

Já os objetivos podem variar, já que os títulos do Tesouro Direto se enquadram em diferentes modalidades, com vencimentos e rendimentos diversos. Sendo assim, o investidor pode adquirir ativos para vários fins, como reserva de emergência, poupança para viagens e aquisição de bens, por exemplo. 

Por atender a diferentes propósitos e oferecer segurança ao dinheiro aplicado, os principais aspectos a serem considerados no momento de investir no Tesouro Direto são os prazos e a quantia desejada. No caso de um plano de curto prazo, por exemplo, como a realização de uma viagem, o ativo adquirido deve ter liquidez diária – quando o resgate é permitido a qualquer momento – ou, pelo menos, ter vencimento anterior à data marcada para o evento. 

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A mesma lógica deve ser aplicada a outros planos, como a reserva de emergência, que, por se tratar de uma quantia destinada a imprevistos ou projetos pessoais, também deve ter liquidez diária. Neste caso, Camila destaca, ainda, que guardar o dinheiro no Tesouro Direto é mais vantajoso do que na poupança, por ter rendimentos maiores e também por ser seguro. 

Como investir no Tesouro Direto 

Após realizar a análise do perfil de investidor, definir os objetivos para a aplicação e verificar qual o título adequado para os seus planos, já é possível começar a investir. Para isso, alguns passos devem ser seguidos:

1.  Abra conta em um banco ou corretora que ofereça a opção de investimento no Tesouro Direto:  atualmente, muitas companhias permitem que o processo de abertura de conta seja realizado pela internet, por isso, não é difícil finalizar esse primeiro passo. Depois, é hora de fazer o cadastro da conta na plataforma Tesouro Direto e receber um e-mail com o login de acesso à plataforma do governo. Por fim, o investidor deve realizar o primeiro acesso e trocar a senha por outra;

2.  Transfira o dinheiro que você quer investir para a sua conta no banco ou corretora: depois de finalizar a abertura, basta definir a quantia que será aplicada e transferi-la para a conta da instituição escolhida;

3. Invista pela plataforma do Tesouro Direto ou da instituição financeira onde a conta foi criada: escolha qual ou quais títulos deseja adquirir, defina quanto será aplicado em cada um deles e faça a ordem de compra. 

Taxas e tributos sobre os investimentos realizados no Tesouro Direto 

Por fim, vale destacar que são cobradas taxas e tributos pelas aplicações no Tesouro Direto, sendo elas a taxa de custódia e as tarifas das instituições financeiras que intermediam a negociação dos ativos. 

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A taxa de custódia refere-se ao serviço de guarda de títulos e custa 0,20% ao ano sobre o valor dos títulos, como explica Camila. “Essa taxa é provisionada diariamente a partir da liquidação da operação de compra (D+1). Por isso, é cobrada proporcionalmente ao período em que você mantiver o título.” 

A economista esclarece, ainda, que desde o ano passado, o Tesouro Selic passou a ser isento desta taxa nas aplicações de até R$ 10 mil.

As tarifas de bancos e corretoras, por sua vez, são indicadas no momento em que o investidor abre conta nessas instituições. Elas podem variar, e, em alguns casos, nem são cobradas. Por isso, é importante analisar esse aspecto quando for escolher a empresa para fazer os investimentos. 

Em relação à tributação, ela varia de acordo com o tempo da aplicação, que deve ser declarada no Imposto de Renda. Quanto maior o período, menor é o percentual cobrado pelos rendimentos. Veja, a seguir, o valor dos tributos cobrados sobre o Tesouro Direto:

  • Abaixo de 30 dias: cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), calculado conforme os rendimentos do período; 
  • Até 180 dias: 22,5% sobre o rendimento; 
  • 181 a 360 dias: 20% sobre o rendimento;
  • 361 a 720 dias: 17,5% sobre o rendimento;
  • A partir de 720 dias: 15% sobre o rendimento.

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