Dólar dispara acima de R$4,70 com temores globais sobre aperto monetário e política local

Nas primeiras horas da manhã, o dólar chegou a bater o patamar de R$ 4,71
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O dólar chegou a saltar mais de 2% e superar com folga a marca de R$ 4,70 nesta sexta-feira (22), impulsionado globalmente por apostas em maior agressividade do banco central dos Estados Unidos em seu aperto monetário, enquanto o noticiário político local elevava a cautela de investidores.

Às 10h31 (de Brasília), o dólar à vista avançava 1,82%, a R$ 4,70 na venda. Na máxima da sessão, a moeda chegou a tocar R$ 4,71, alta de 2,04%. O real liderava as perdas globais no dia.

O chair do Federal Reserve, Jerome Powell, afirmou na quinta-feira (20) que um aumento de 0,5 ponto percentual nos juros estará “sobre a mesa” quando o Fed se reunir em maio, acrescentando que seria apropriado “agir um pouco mais rapidamente”.

O comentário – que consolida a ampla expectativa de que o banco central norte-americano intensificará a dose de aperto monetário diante da inflação mais alta em quatro décadas – levou o índice do dólar contra uma cesta de rivais fortes a tocar uma máxima em 25 meses nesta sexta-feira, enquanto várias divisas arriscadas pares do real, como rand sul-africano, dólar australiano e peso mexicano, caíam entre 0,7% e 1% no dia.

“A visão de que o Fed deve apertar o passo, que foi sustentada pelas autoridades mais hawkish no início, passou a ser amplamente aceita. Com isso, o mercado já precifica pelo menos três altas de meio ponto (nos juros) nas próximas reuniões”, disse a XP em nota.

Juros mais altos nos EUA elevam a atratividade de se investir na extremamente segura renda fixa norte-americana, o que tende a aumentar o ingresso de recursos na maior economia do mundo e, consequentemente, beneficiar o dólar.

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Enquanto isso no Brasil, investidores digeriam o noticiário político mais tenso.

Na véspera, feriado de Tiradentes que manteve os mercados locais fechados, o presidente Jair Bolsonaro anunciou um decreto concedendo perdão ao deputado Daniel Silveira por meio de uma “graça constitucional”, um dia depois de o Supremo Tribunal Federal condenar o parlamentar pelos crimes de coação no curso do processo e atentado ao ​Estado Democrático de Direito. A medida, vista por muitos como uma afronta ao STF, tem potencial de abrir nova crise com a cúpula do Judiciário.

Fernando Bergallo, diretor de operações da assessoria de câmbio FB Capital disse acreditar que, embora “indesejável”, a tensão política não está fazendo preço no mercado de câmbio local, que reflete principalmente os temores de juros mais altos nos Estados Unidos, e afirmou que o mercado já esperava alguma recuperação do dólar mesmo antes da escalada das tensões entre Bolsonaro e o STF.

Isso porque, na última sessão, na quarta-feira, a moeda norte-americana à vista fechou em queda de 1,03%, a R$ 4,61 na venda, maior desvalorização percentual desde 4 de abril. É comum, depois de oscilações expressivas, haver ajustes no preço da divisa.

O dólar estava a caminho de encerrar a semana, que teve os dias de negociações reduzidos pelo feriado da véspera, em leve alta, depois de fechar a última quinta-feira em R$ 4,69. A semana passada também foi encurtada por feriado na sexta-feira.

(Com Reuters)

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