Dólar começa abril abaixo dos R$ 4,70 e desvalorização no ano supera 16%

Moeda norte-americana à vista caiu 2,02%, a R$ 4,66 na venda
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O dólar começou abril com fraqueza e caiu 2% frente ao real hoje (01), a uma nova mínima em dois anos, marcando uma quinta semana consecutiva no vermelho e aprofundando suas perdas no ano para mais de 16% diante da contínua percepção de ambiente doméstico atraente para investidores estrangeiros.

A divisa norte-americana à vista caiu 2,02%, a R$ 4,6668 na venda, maior desvalorização diária desde 30 de dezembro de 2021 (-2,12%) e menor cotação de fechamento desde 10 de março de 2020 (R$ 4,6457). O real teve, com folga, os maiores ganhos globais na sessão, consolidando sua liderança no ano até o momento.

Em relação ao encerramento da última sexta-feira, o dólar perdeu 1,69%, marcando sua 11ª queda semanal entre as 13 semanas de negociação completas de 2022.

No ano, a moeda acumula agora baixa de 16,27%, depois de na véspera já ter fechado seu pior trimestre desde 2009, com queda de 14,55% de janeiro até março.

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Alexandre Netto, chefe de câmbio da Acqua-Vero Investimentos, disse que a perda do dia, que foi se acentuando ao longo da tarde, “provavelmente é mais do que já temos visto: fluxos grandes de entrada tanto de exportadores quanto de investidores estrangeiros”. Esses fluxos acabam acionando gatilhos de “stop-loss”, ou ordens automáticas de negociação de ativos para redução de perdas, o que acentuou o movimento de queda do dólar, completou o especialista.

O dólar vem rompendo patamares técnicos de maneira sucessiva. Depois de na semana passada cruzar a forte barreira psicológica de R$ 5, a moeda foi abaixo de sua média móvel linear de 200 semanas, de R$ 4,7134, nesta sexta-feira, e alguns participantes do mercado enxergam ainda mais espaço para depreciação.

Em relatório, analistas do Bank of America disseram que as perspectivas tanto para o real quanto para o rand sul-africano “ainda parecem apoiadas e favoráveis, conforme os investidores em mercados emergentes buscam exposição a commodities, ‘carry’ e acesso razoável a liquidez”.

Os preços de produtos do petróleo ao milho dispararam desde a invasão da Ucrânia pela Rússia. Nesse contexto, moedas de países exportadores de commodities, como o rand, peso chileno e peso colombiano acumulam fortes ganhos no ano. O real, no entanto, é líder global de desempenho, principalmente devido ao patamar elevado da taxa Selic.

Juros mais altos por aqui tornam o país mais atraente para estratégias de “carry trade”, que consistem na tomada de empréstimo num país com taxas baixas e aplicação desses recursos num país de rendimentos mais altos. O investidor, dessa forma, lucra com o diferencial de juros.

Por aqui, a Selic está em 11,75% ao ano. Ao mesmo tempo, nos Estados Unidos, país de referência para os mercados internacionais, os custos dos empréstimos estão numa faixa entre 0,25% a 0,50%, após o banco central norte-americano ter iniciado no mês passado um ciclo de aperto monetário.

Na ocasião, o Federal Reserve promoveu ajuste de 0,25 ponto percentual nos juros, mas têm crescido as apostas de que a disparada da inflação para máximas em quatro décadas e a força do mercado de trabalho norte-americano forçarão o banco a aumentar a dose para 0,5 ponto já em sua próxima reunião.

Nesta manhã, dados mostraram abertura de 431 mil vagas de trabalho fora do setor agrícola dos EUA no mês passado. Embora forte, a leitura ficou abaixo da expectativa de economistas consultados pela Reuters, de criação de 490 mil postos. Na véspera, relatório separado mostrou aceleração do índice de inflação PCE para alta de 6,4% em 12 meses, máxima desde 1982.

(Com Reuters)

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