Dólar fecha em baixa com exterior após se aproximar de R$ 5,05

Moeda norte-americana finalizou sessão com queda de 0,56%, chegando a R$ 4,94
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O dólar fechou na maior queda em mais de uma semana hoje (28) e mais abaixo de R$ 5, com a moeda brasileira entre os melhores desempenhos globais após mais cedo tocar mínimas desde meados de março.

A cotação à vista caiu 0,56%, a R$ 4,9402.

No fim da manhã o dólar bateu R$ 5,047 (+1,59%) – maior patamar desde 18 de março -, mas a partir daí começou a perder força até passar a cair. Já na reta final dos negócios tocou R$ 4,9362 (-0,64%).

A queda percentual no fechamento é a mais forte desde o último dia 20 (-1,03%), quando a moeda terminou em R$ 4,6186. Também é o segundo pregão seguido de baixa para o dólar, o que não ocorria desde o último dia 12, quando a cotação consolidou uma série de três declínios.

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O ajuste do câmbio nesta quinta ocorreu mais uma vez em sintonia com as oscilações de ativos considerados “proxies” para demanda por risco no exterior, que se recuperaram na segunda metade do pregão. O índice do dólar frente a uma cesta de moedas, no entanto, escalou a picos em 20 anos.

O real é tido como uma moeda de beta alto – ou seja, reage de forma mais dilatada às oscilações de “benchmarks” externos, entre os quais as bolsas de valores nos Estados Unidos [.NPT] e o dólar australiano. Wall Street teve um rali nesta quinta, com o índice Nasdaq saltando mais de 3%.

A bolsa brasileira – que fechou em alta de 0,52% – também é bastante sensível às direções do mercado em Nova York.

O fim do mês traz volatilidade adicional ao mercado de câmbio, conforme se acirra a “briga” entre “comprados” e “vendidos” em dólar, que buscam cotações mais convenientes a suas posições.

A Ptax de fechamento do mês – que serve de referência para liquidação de contratos futuros de dólar, swaps cambiais e outros derivativos – será definida na sexta-feira, mas já nos dias anteriores a “disputa” aumenta.

E uma importante dose de instabilidade se mantém no mercado. Uma medida da incerteza sobre os rumos da taxa de câmbio para daqui até outubro saltou nesta quinta-feira ao maior patamar em três anos e meio, com um rali imparável da moeda norte-americana no exterior, mas também num reflexo do cenário nebuloso no Brasil até as eleições presidenciais.

O dólar chegou a ser cotado em torno de R$ 4,60 há cerca de uma semana, e, embora tenham se surpreendido com a velocidade da alta para acima de R$ 5, analistas lembraram que era previsto que a moeda voltasse para em torno desse nível, em parte pela perspectiva de que o debate eleitoral se torne mais acirrado conforme se caminha para outubro.

“Há riscos que temos pela frente que não estão precificados”, disse o economista-chefe do BV, Roberto Padovani, citando o debate sobre a política econômica brasileira que deverá ganhar tração à medida que as eleições presidenciais se aproximam. “Em abril veio o primeiro sinal de que temos esses riscos: cenário global mais complicado e debate da política econômica aqui.”

Com isso no radar, o economista projeta que o dólar fechará o ano em R$ 5,50 – bem acima da taxa de R$ 5 apontada na mais recente pesquisa Focus do Banco Central e o equivalente a uma alta nominal de 11,33% frente ao fechamento desta quinta.

“Para a gente, essa combinação de riscos mais do que compensa a taxa de juros mais elevada”, finalizou.

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