A procura pelo trade como complemento de renda é cada vez mais comum com o aumento dos brasileiros que investem na bolsa de valores. Dados da B3 mostram que o número de CPFs únicos cadastrados chegou a 4,2 milhões em janeiro deste ano – algo compreensível quando levamos em consideração a crise financeira do país e a promessa de um dinheiro fácil em operações de curto prazo no mercado de trade. A presença de mais investidores no cenário brasileiro geralmente é um bom sinal, mas o que acontece quando não há conhecimento envolvido na prática?
De acordo com a segunda edição da pesquisa “Perfil do Trader Brasileiro”, realizada pela mesa proprietária Axia Investing, a maioria dos operadores da área é do sexo masculino (91,4%), tem menos de 40 anos (82,86%) e ainda busca entender melhor como funciona o mercado financeiro. Segundo o levantamento, que ouviu 280 traders entre 21 de fevereiro e 21 de março, 74,91% dos entrevistados têm apenas entre um e três anos de estudo no segmento, enquanto 19% alegam já ter estudado entre quatro e sete anos. Outros 4,30% começaram a investir sem qualquer preparação prévia.
Os dados também demonstram que 69% dos entrevistados ainda não participam de programas, consultorias ou grupos de estudos contínuos sobre o funcionamento do trade. Para Antonio Marcos Samad Júnior, CEO da Axia Investing, a explosão recente no número de traders – quase como um fenômeno – explica a menor qualificação. “Operar o mercado requer conhecimento específico da área, e muitos entram dispostos a se dedicar exclusivamente à bolsa como fonte de renda. A busca por cursos e informações sobre investimentos é uma tendência e deve avançar.”
O executivo destaca, ainda, quanto o conhecimento impacta no sucesso dos investidores. “Muitas pesquisas destacam o risco de se tornar trader e apontam que a maioria perde dinheiro. Na verdade, quando se tem qualificação profissional para operar o mercado, isso não se comprova.”
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Sobre as expectativas dos investidores, o levantamento revela que 64,73% dos traders acreditam que podem melhorar seus ganhos com o sobe e desce da bolsa, enquanto outros 25,45% afirmam estar insatisfeitos com os lucros. Entre os investidores mais arrojados, 56% afirmaram obter sucesso em mais de 70% das vezes em que se arriscam. Somente 7,87% disseram que seu percentual de acertos está abaixo de 50%.
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