Veja quanto custa ter um animal de estimação

Gastos podem significar uma fatia considerável do orçamento familiar, por isso é importante avaliar antes de tomar a decisão de ter um pet
JOB_03_REDES_SOCIAIS_EQL_AVATARES_QUADRADOS_PERFIL_v1-02
Custos podem chegar perto dos R$ 50 mil ao longo da vida do animal (Foto: Unsplash)

Pode ser difícil pensar em dinheiro quando um filhote chega em casa. Na maior parte das vezes, aquela coisinha fofa e brincalhona cai nas graças da família logo após a primeira lambida, sem muito planejamento financeiro ou controle por parte dos futuros tutores.  Atualmente, só no Brasil, o número de pets vivendo em domicílios chega a quase 140 milhões, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet). 

Mas, embora o entusiasmo ofusque a preocupação com as despesas, é indispensável usar a razão antes de acolher um novo integrante na família. No Brasil, a decisão ainda pode ser considerada irreversível, já que o abandono de animais é considerado crime e pode render até cinco anos de prisão, segundo a Lei Federal nº 14.064/20. Ou seja: quem pensa em virar “mãe” ou “pai” de pet já deve preparar o orçamento para os próximos anos. “A responsabilidade financeira permanece durante toda a vida dos animais, que é, em média, de 12 anos”, aponta Daniela Bochi, gerente de marketing da Cobasi.

Os gastos começam no momento da aquisição ou da adoção, quando o dono já deve se preparar para a compra do “enxoval”, que normalmente é composto por cama, brinquedos, coleira e tapete higiênico no caso de cães ou areia no caso dos gatos. “Por isso é necessário ter uma reserva financeira para gastos iniciais e emergenciais com o pet”, diz Daniela. 

Além das despesas mais óbvias, ainda devem ser levadas em consideração outras demandas que podem resultar em gastos expressivos, pontua Marcella Félix, gestora do Projeto Setorial Pet Brasil, do Instituto Pet Brasil (IPM). Se a ideia for manter o cachorro no jardim, por exemplo, pode ser necessário reformar o ambiente para oferecer um espaço livre da chuva ou do frio. No caso dos gatos, será necessário telar as janelas de quem vive em sobrados ou apartamentos. “Vale lembrar que a posse responsável também é uma forma de demonstrar carinho pelos pets”, destaca. 

LEIA MAIS

Ao longo da vida, custos com pets somam quase R$ 50 mil

Segundo o Instituto Pet Brasil, as despesas básicas com o animal costumam incluir alimentação, vacinas, visitas anuais ao veterinário, possíveis medicamentos e banhos. Dessa forma, a organização estima que o custo médio mensal para ter um cachorro é de R$ 274,37 a R$ 425,24, variando conforme o porte do bicho, enquanto os gatos costumam gastar cerca de R$ 205,94 no mesmo período.

Isso significa que, em um ano, um cão de até 10 quilos custa R$ 3.292,44. Considerando uma expectativa de vida de 15 anos, o valor total chega a R$ 49.386,60. Para cachorros grandes, que vivem em torno de oito anos, o montante é de R$ 51.028,8, ou R$ 5.102,88 anuais. No caso dos felinos, embora os bichanos tenham um orçamento anual mais enxuto – cerca de R$ 2.471,28 -, a expectativa de vida maior acaba gerando R$ 44.484,04 em despesas ao longo de 18 anos. 

Achou caro? Se sim, uma das opções é buscar outros pets, como os peixes, por exemplo. De acordo com o cálculo feito pela instituição, um aquário de 40 litros com dez animais pequenos custa cerca de R$ 94,17. No entanto, existem espécies ainda mais econômicas, como aves, roedores e répteis, que gastam R$ 108,25, R$ 17,38 e R$ 20,50, respectivamente, por mês. 

No entanto, vale ressaltar que esses cálculos levam em consideração apenas os gastos essenciais para manter o pet bem e saudável. Se forem incluídas despesas como dog walker, babá, creche, brinquedos e vestimentas, os valores podem disparar. Contratar alguém para caminhar com o cachorro, por exemplo, pode sair entre R$ 25 e R$ 40 a hora, totalizando até R$ 800 extras por mês. 

É possível economizar, mas adoção deve ser feita com responsabilidade

Segundo Daniela Bochi, uma dica para economizar nos gastos recorrentes com os pets é apostar em produtos de grande volume.“Nas rações secas é interessante calcular o valor por quilo. A diferença do preço da embalagem de 1 kg e 10 kg pode ser de mais de 40%”, explica ela. Já no caso de medicamentos como antipulgas, o recomendado é apostar em itens com duração maior, evitando aplicações recorrentes. “Com isso, o desconto pode variar entre 20% e 70%”, afirma. 

Outra forma de controlar o orçamento é evitando desperdícios de produtos no dia a dia, aponta Marcella. “É preciso seguir as orientações da embalagem, colocando a dosagem correta de alimento ou remédio de acordo com o peso do animal – isso pode ser feito com o auxílio de uma balança simples”, afirma. Por fim, a especialista recomenda que os tutores pesquisem na internet antes de fechar as compras com o objetivo de aproveitar promoções e descontos.

Apesar do possível barateamento dos custos, o aspecto financeiro já vem sendo incorporado como um dos critérios básicos para adoção em ONGs especializadas. “As próprias entidades que realizam entrevistas com os possíveis adotantes verificam se eles são capazes de ter uma guarda responsável do pet adotado, dando condições de acesso a uma boa alimentação, a remédios quando necessário e às consultas veterinárias durante toda a vida do pet”, explica Daniela. Sendo assim, quem seguir em frente com a guarda deve incorporar os custos do animal ao orçamento familiar – exatamente como na chegada de um filho. 

Por outro lado, quando o assunto é o bem-estar dos pets, nem todo dinheiro do mundo basta, apontam as especialistas. Afinal, além do pote de ração cheio, os animais também exigem – e merecem –  afeição por parte dos tutores. “Isso inclui a preservação da dignidade do pet, com atenção e carinho diários”, destaca Marcella. 

Fique por dentro de todas as novidades da EQL

Assine a EQL News e tenha acesso à newsletter da mulher independente emocional e financeiramente

Baixe gratuitamente a Planilha de Gastos Conscientes

Conheça a plataforma de educação financeira e emocional EQL Educar. Assine já!

Compartilhar a matéria:

×