Como os divórcios mais conturbados da história podem nos ensinar a evitar desastres financeiros e emocionais

De Johnny Depp e Amber Heard à Lady Di e Príncipe Charles, conflitos dessas proporções servem para nos alertar sobre a importância da organização econômica e mental
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Renda familiar das mulheres chega a cair 41% após o divórcio (Foto: Reprodução)

Desde 2016, os atores Johnny Depp e Amber Heard têm protagonizado um processo de divórcio conturbado após acusações mútuas relacionadas à agressão e difamação. O julgamento do caso teve início em abril e envolve indenizações entre US$ 50 milhões e US$ 100 milhões para cada um deles, segundo informações divulgadas pelas respectivas equipes jurídicas. Valores que, segundo o ex-casal, correspondem aos danos financeiros causados pela quebra de contratos profissionais e declínio na carreira após o início da polêmica. 

Guardando as devidas proporções hollywoodianas, o fato é que, fora dos holofotes, as separações conjugais podem ser tão problemáticas quanto as dos astros. Inclusive no que diz respeito aos impactos econômicos para cada um dos lados – em especial, para as mulheres. 

De acordo com um relatório do U.S. Government Accountability Office, a renda familiar das mulheres chega a cair 41% após o divórcio entre pessoas acima dos 50 anos, enquanto, para os homens, essa redução é de apenas 23% na mesma faixa etária.

Portanto, para evitar uma lacuna no orçamento quando o casamento chega ao fim, o ideal é ter as finanças organizadas com antecedência, evitando, inclusive, que o dinheiro se torne o protagonista da separação. “Nos momentos em que sentimos raiva, medo e abandono, agimos mais por instinto, de forma menos analítica ou estratégica”, explica a especialista em bem-estar financeiro Rebeca Toyama. “Portanto, independentemente da qualidade do relacionamento, as mulheres precisam se preparar para o futuro”, completa.

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Organização financeira para o divórcio deve começar antes do casamento

A ideia pode parecer anti-romântica, mas é a mais indicada pelos educadores financeiros: quem quer evitar – mais uma – dor de cabeça no momento da separação, precisa já ter o divórcio organizado antes mesmo da troca de alianças. Segundo Rebeca, além de um  contrato pré-nupcial, o casal pode firmar acordos que garantam o bom uso do dinheiro e, consequentemente, a segurança financeira dos envolvidos.

“Durante o casamento, a mulher deve ficar atenta para evitar a criação de dívidas, seguir um planejamento financeiro doméstico e sempre manter-se atualizada sobre o fluxo de caixa e o balanço patrimonial da família”, diz a especialista. 

Nos primeiros anos de união, também é importante que o casal se disponha a organizar a vida financeira a dois com uma visão de longo prazo, incluindo pontos como seguro de vida e aposentadoria, explica Rebeca. Dessa forma, até mesmo conflitos que poderiam se transformar em um problema conjugal podem ser evitados. “Quando esses acordos não são feitos, passam a ser focos de tensão e evoluir para casos de infidelidade e dependência financeira”, pontua. 

Outra sugestão é manter alguns hábitos econômicos dos tempos de solteira, como uma reserva de emergência individual e investimentos particulares, explica a mentora financeira Adélia Glycerio. “Mesmo que o casal tenha uma conta conjunta, a mulher deve ter uma conta bancária só dela, assim como manter o costume de aplicar de 10% a 30% de sua renda mensal em uma corretora. Dessa forma, se houver uma separação, ela estará protegida economicamente.”. 

Perceber que a relação não vai bem também é importante para prevenção 

Por outro lado, se o casamento já aconteceu e o preparo financeiro não foi o mais adequado, a mulher deve ficar atenta para possíveis abalos na relação que possam ocasionar uma separação. Afinal, evitando a surpresa, fica mais fácil organizar as contas com racionalidade. 

De acordo com a advogada de família Fernanda Lins, a dica é não se desesperar caso o casamento deixe de ser um conto de fadas, mas sim permanecer atento aos sintomas para não ser obrigada a permanecer em uma relação prejudicial.

“Muitas vezes somos pegas desprevenidas pelos companheiros, com pedidos de divórcios, guarda dos filhos, divisão de bens. Mas será que foi mesmo uma ‘surpresa’? Quando perceber que algo anda estranho, é hora de se munir de leis para encarar o que está por vir”, aconselha. 

Meses – e até anos – antes de o divórcio acontecer, alguns comportamentos já podem sugerir que algo vai mal. Entre eles, o excesso de conversas conflituosas, divergência excessiva de agendas, falta de disposição para resolver conflitos e até o excesso de dedicação ao trabalho. No caso do dinheiro, é comum que a distribuição financeira se torne mais turbulenta, sem tanto compartilhamento de recursos, destaca a advogada. 

Sendo assim, a prevenção acaba sendo o melhor antídoto contra desastres financeiros provocados pelo fim de uma relação. “Em fases como essas, olhe para a sua vida financeira com muito cuidado e carinho, encarando o desafio de aprender a gerir uma vida extraordinária”, conclui Adélia. 

Na vida real, isso pode ser mais difícil do que parece. Pelo menos, é o que mostram os cinco ex-casais abaixo:

Mel Gibson e Robyn Moore

O ator Mel Gibson conheceu a ex-esposa Robyn Moore antes da fama, em 1980, na Austrália. Mesmo com sete filhos, o casamento não durou a vida toda. Em 2006, Robyn decidiu se separar do então marido quando o ator foi preso por dirigir bêbado em Malibu. Ainda assim, o pedido de divórcio só veio depois que Gibson engravidou a pianista russa Oksana Grigorieva. 

O processo judicial pela partilha milionária de bens entre Mel Gibson e Robyn Moore foi finalizado em 2011, quando ele foi sentenciado a pagar US$ 425 milhões à ex-mulher. Estima-se que, na época, o valor era referente à metade da fortuna de Gibson.

Luiza Brunet e Lírio Parisotto

Luiza Brunet e Lírio Parisotto se conheceram em 2011, mas só tornaram o relacionamento público no ano seguinte, quando a empresário comemorou seu aniversário de 50 anos. Não demorou para que o casal fosse o centro das atenções, afinal, aos olhos da sociedade, eram perfeitos: um bilionário e uma modelo de sucesso. Mas o relacionamento logo pulou das colunas sociais para as páginas de polícia. Em 2016, durante uma viagem nos Estados Unidos, Luiza foi agredida pelo companheiro e expôs o fato publicamente.

Pelas acusações de agressão, o empresário foi condenado. Ainda assim, Luiza luta na justiça pelo direito ao acesso à metade da fortuna de Parisotto, uma vez que alega que o relacionamento dos dois, que durou cinco anos, foi uma união estável. Em maio do ano passado, o Tribunal de Justiça de São Paulo rejeitou embargos apresentados pela modelo, reafirmando reiterar a decisão tomada pelo mesmo tribunal em agosto de 2020.

Diana e Charles

Lady Di e Príncipe Charles se conheceram em 1980 e casaram no ano seguinte, em 29 de julho de 1981. Durante o casamento, que durou 15 anos, tiveram dois filhos: William e Harry. Mas nem a poderosa tradição da realeza britânica impediu o fim do relacionamento.

Após entrevistas polêmicas, traições e muita especulação, a Rainha Elizabeth enviou cartas a Charles e Diana aconselhando-os a se divorciarem. O príncipe concordou formalmente com o divórcio logo depois e, em fevereiro de 1996, Diana anunciou seu acordo após negociações com o ex-marido e representantes da Rainha. A atitude acabou irritando o Palácio de Buckingham, uma vez que Lady Di fez seu próprio anúncio do acordo de divórcio e seus termos.

Em julho do mesmo ano, ambos chegaram a um consenso e o divórcio foi, então, oficializado em 28 de agosto. Representada por Anthony Julius no caso, Diana recebeu uma quantia fixa de £ 17 milhões, além de £ 400 mil por ano. Com o fim da união, ela perdeu a alcunha de “Sua Alteza Real” e passou a ser chamada de “Diana, Princesa de Gales”.

Angelina Jolie e Brad Pitt

O relacionamento de Angelina Jolie e Brad Pitt já começou em meio a polêmicas. Os dois dividiram as telonas no filme “Sr. & Sra. Smith”, e não demorou muito para que a imprensa norte-americana começasse a sugerir um affair entre eles. Apesar de negarem, afinal o ator era casado com a também atriz Jennifer Aniston, Angelina anunciou que estava grávida dele em janeiro de 2006. 

Durante 12 anos, o casal foi o queridinho entre os pares de Hollywood. Pais de seis crianças, três delas adotadas, eles anunciaram o noivado em 2012 e se casaram dois anos depois, na França. Contudo, em 2016, Angelina pediu o divórcio e iniciou uma batalha judicial pela guarda dos filhos, que até hoje vivem com a mãe. O pai, no entanto, luta na justiça para dividir as responsabilidades da criação.

De acordo com o portal DailyMail, o divórcio dos atores teria totalizado o equivalente a R$ 11,5 milhões em despesas.

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