Primeiro encontro: quem deve pagar a conta?

Deixar o homem arcar com os custos não diminui empoderamento feminino, mas divisão de contas é sinal de independência
JOB_03_REDES_SOCIAIS_EQL_AVATARES_QUADRADOS_PERFIL_v1-02
65% das jovens inglesas preferem arcar com as despesas dos “dates”, mostra pesquisa do Badoo (Foto: Pexels)

Depois de semanas de conversa e flerte online, o casal finalmente combina o tão esperado primeiro encontro num restaurante. No final, mesmo após um bom papo, uma ótima refeição – acompanhada, claro, de boa bebida – e muita diversão, o clima na mesa pode mudar quando o garçom chega com a conta. Afinal, ainda que tenhamos discutido por anos o empoderamento feminino, permanece a dúvida: quem deve arcar com as despesas do primeiro encontro?

Por mais simples que pareça a questão, nela estão intrínsecas tanto técnicas de sedução quanto questões ligadas à independência financeira feminina. Se, por um lado, os homens podem perceber a situação como uma oportunidade para demonstrar cavalheirismo e ganhar alguns pontos a mais com a parceira, por outro, a mulher pode achar que aceitar a gentileza dará a impressão de submissão. 

Mas fora do campo hipotético, não existe modo certo ou errado de conduzir a situação, explica Kátia Costa, especialista em etiqueta e comportamento. “Nem há uma obrigação de qualquer das partes quanto a isso”, destaca. “Aquele que se sentir mais confortável, deve pagar a conta ou dividi-la”, completa.

De acordo com ela, a origem da questão está associada a costumes e acontecimentos históricos. Até a década de 1960, por exemplo, a cultura ocidental prezava pela figura do homem provedor, o que o incentivava a arcar com todas as despesas do casal. Já a partir dessa data, as mulheres passaram a trabalhar e cuidar do próprio dinheiro, o que, por sua vez, acabou reduzindo o domínio masculino sobre o orçamento. 

LEIA MAIS

Conquista financeira feminina impacta a dinâmica do jogo

As mudanças de comportamento relacionadas à divisão de gastos entre casais ficam ainda mais claras entre as novas gerações. Uma pesquisa britânica promovida pelo aplicativo Badoo, em 2018, mostrou que 65% das jovens inglesas preferem arcar com as despesas dos “dates”. 

O dado, fruto do avanço da independência feminina, é visto como uma mudança de comportamento saudável e moderna, explica Kátia. “Mostra o quanto as mulheres evoluíram financeira e emocionalmente, o que as torna cada vez mais seguras de si para conquistarem seus espaços e escolhas”, destaca. 

Por outro lado, mesmo nesse cenário, não há nada contestável em permitir que o parceiro pague a conta – principalmente nos primeiros encontros. Em relação a isso, a especialista explica que o gesto pode ser interpretado como mera educação masculina, sem nenhuma intenção de causar ofensa ou julgamentos em relação à mulher. 

“Gestos de gentileza e cavalheirismo, quando genuínos, não devem e nem podem ser interpretados como depreciação”, explica. Uma das formas de nivelar a situação é se oferecendo para arcar com as despesas do próximo encontro, sugere Kátia. “Caso o homem manifeste o desejo de pagar sozinho, a mulher não deve insistir e, sim, deixar claro que, em uma próxima vez, ela poderá retribuir a gentileza”, diz.

Já para os encontros seguintes, ou ainda durante o relacionamento, o ideal é que prevaleça o diálogo a respeito do dinheiro. Apesar de o assunto ser considerado tabu – 46% dos casais costumam brigar por questões ligadas a finanças, segundo pesquisa feita pela SPC Brasil – na vida a dois, uma conversa sincera costuma ser a melhor maneira de evitar “saias justas” na hora de decidir quem paga as contas. “Portanto, aquele que tiver melhor condição financeira poderá sugerir pagar a conta ou dividir entre os dois, demonstrando uma relação madura, de parceria e empatia”, conclui a especialista.

Fique por dentro de todas as novidades da EQL

Assine a EQL News e tenha acesso à newsletter da mulher independente emocional e financeiramente

Baixe gratuitamente a Planilha de Gastos Conscientes

Conheça a plataforma de educação financeira e emocional EQL Educar. Assine já!

Compartilhar a matéria:

×