Reserva de emergência: como fazer e qual o momento certo para usar

Como um seguro, essa quantia de dinheiro deve ser guardada ou investida para necessidades urgentes e imprevistos
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poupança e investimentos
Reserva financeira garante um futuro mais seguro para as mulheres (Foto: Pexels)

A reserva de emergência funciona como um seguro: é uma quantia em dinheiro guardada para alguma necessidade urgente e imprevisível. É o que explica a educadora financeira Paula Andrade. Segundo ela, reservar uma parte de dinheiro é pois, por mais paradoxal que possa parecer, se tem algo que certamente vai acontecer em algum momento da nossa vida são os imprevistos.

“Estar desguarnecido financeiramente diante de um imprevisto, de uma emergência, nos deixa ainda mais vulneráveis e dificulta colocar a vida nos eixos novamente. Sabe o estepe do carro? A reserva de emergência tem a mesma função: na hora do aperto, ela está lá para lhe ajudar a se reerguer”, explica Paula.

A especialista Ale Bioni, CEO, fundadora e gestora do 360iGroup, concorda e vai além. Para ela, a pandemia escancarou a necessidade em planejar uma reserva de emergência. “A covid-19 evidenciou que não temos controle sobre tudo que nos acontece. Quem é empresário por exemplo, por mais que tivesse uma reserva para pagar funcionários e fornecedores, jamais poderia imaginar que aconteceria algo em que seis meses de reserva não seria suficiente”, conta.

“Quando montamos uma carteira de investimentos, seja para uma pessoa física ou jurídica, costumamos separar em “caixinhas”. Reserva de emergência, investimentos de curto prazo ou fluxo de caixa, investimentos de médio prazo e oportunidades, investimentos de longo prazo e previdência, investimentos para projetos específicos, contemplando exatamente essas necessidades e prevenções para situações que estão fora do nosso controle”, explica Ale.

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“Quando se fala em reserva de emergência, o segredo é seguir esses dois passos: guardar um pouco do dinheiro logo que ele entra na sua conta, e não usar essa reserva com qualquer descontrole financeiro. Ter essa disciplina vai fazer toda diferença na sua vida, não apenas na parte financeira, mas como um todo”, aponta Paula.

Como fazer uma reserva de emergência

Segundo Paula, o ideal é que a reserva de emergência seja equivalente a seis salários. Para isso, Ale e Paula indicam que, assim que o dinheiro cair na conta, separe uma quantia para guardar na reserva. 

“Pode ser 10%, pode ser 20%, não existe um percentual definido pois vai depender do orçamento de cada um. O mais importante é ter o hábito de separar esse dinheiro logo que o salário entra na conta”, explica Paula.

Onde investir a reserva?

Sim! O seu dinheiro não precisa, necessariamente, ficar parado em uma reserva, como se o tivesse colocado embaixo do colchão da cama. Caso você queira que a reserva renda durante o tempo em que estiver guardada, Paula explica que esse dinheiro deve ser investido em uma aplicação financeira de fácil liquidez. 

“Ou seja, uma aplicação que você consiga sacar com rapidez e sem burocracia. Algumas opções são colocar na poupança ou em aplicações simples como CDBs de liquidez diária, tesouro direto, ou mesmo deixar em uma conta digital remunerada – uma conta que não seja de uso diário, claro”, aponta a educadora.

Para Ale, além da questão da liquidez, também é importante que esse dinheiro seja investido em algo de baixa volatilidade. “Não adianta investir em algo que se você pedir o resgate chegue rápido para você, mas que naquele momento está com resultado negativo. Liquidez e baixa volatilidade com previsibilidade de ganho são fatores importantes”, aponta Ale.

É possível – e necessário – fazer uma reserva de emergência para crianças?

Paula, que também é especialista em educação financeira para crianças, explica que é possível fazer uma reserva de emergência para as crianças, mas que o esforço não é necessário. Segundo ela, uma reserva que contemple, pelo menos, seis meses de renda de uma família já é o suficiente.

“Se a ideia é guardar um dinheiro específico para o futuro da criança, existem aplicações específicas para essa finalidade, como a previdência privada ou fundos imobiliários. Além disso, os pais podem comprar ações do tesouro direto”, aponta a especialista. 

Ainda assim, Paula sugere que o melhor investimento no futuro financeiro que se pode fazer pelo filho é se preparar para a sua própria aposentadoria. “É como falam durante os voos: em caso de despressurização, coloque a máscara de oxigênio primeiro no adulto e depois na criança. Os pais precisam estar bem financeiramente na velhice para que não sejam um peso para os filhos no futuro”, indica.

Quando usar a reserva de emergência?

Afinal, existe momento certo para mexer na reserva de emergência? Paula explica que o próprio nome já diz tudo: esse dinheiro é para ser usado em emergências e imprevistos. Isso engloba perda de emprego, problemas de saúde, acidentes. Mas Paula adverte: “Não devemos usar a reserva de emergência para cobrir descontroles financeiros mensais, como cartão de crédito, compras ou cheque especial”.

Para Ale, sempre que puder negociar pagamentos para o futuro, desde que não pague juros por isso, vale a pena postergar. “Em um imprevisto de saúde, por exemplo, é melhor negociar o pagamento de forma que caiba em seu orçamento do que já utilizar a reserva e ter que fazer uma composição novamente”, opina a especialista.

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