Lego anuncia que vai remover discriminação de gênero de seus brinquedos

Fabricante revelou decisão após descoberta que 76% dos pais encorajam seus filhos a brincar com peças da marca, enquanto apenas 24% o fariam com suas filhas
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Em comunicado à imprensa, a Lego destacou que se compromete a garantir que os seus brinquedos sejam “livres de discriminação de gênero e estereótipos prejudiciais”. (Foto: EnvatoElements)

Acabar com os rótulos de brinquedos “para meninos” e “para meninas” está nos planos da Lego. A tradicional empresa dinamarquesa anunciou que deseja remover a discriminacão de gênero de seus produtos. A decisão, anunciada na última segunda-feira (11), ocorre depois que um estudo encomendado pela marca descobriu que 76% dos pais encorajam seus filhos a brincar com peças de Lego, enquanto apenas 24% o fariam com suas filhas.

O relatório que embasou a decisão de uma das marcas de brinquedo mais populares do mundo foi feito pelo Instituto Geena Davis de Gênero na Mídia e publicado no Dia Internacional da Menina da ONU, na última segunda. Comprometida em tornar a Lego “mais inclusiva”, a marca também anunciou uma nova campanha intitulada “Ready for Girls” (“Pronto para meninas”, em tradução para o portguês), que celebra a criatividade feminina. 

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A pesquisa constatou que os pais eram quase cinco vezes mais propensos a encorajar as meninas a se fantasiarem do que os meninos, e cerca de quatro vezes mais propensos a encorajar as meninas a dançar ou cozinhar e assar.

Os dados do levantamento confirmam que ainda há um forte estereótipo de gênero entre as crianças. Enquanto 42% das meninas se preocupam em ser ridicularizadas por brincar com “brinquedos de menino”, 71% deles se preocupam em ser ridicularizados por desfrutar de atividades ou brinquedos tipicamente associados a meninas. 

Os pais ainda incentivam seus filhos homens a praticarem esportes, ciências ou matemática, enquanto as meninas são estimuladas às atividades artísticas, com cinco vezes mais chances de fazerem aulas de dança e três vezes mais chances de serem instruídas a cozinhar.

Em comunicado à imprensa, a Lego destacou que se compromete a garantir que os seus brinquedos sejam “livres de discriminação de gênero e estereótipos prejudiciais”. A marca enfatizou ainda que há uma “necessidade da sociedade em reconstruir percepções, ações e palavras para apoiar o empoderamento criativo de todas as crianças”. “Os benefícios das brincadeiras criativas, como a construção de confiança, criatividade e habilidades de comunicação, são sentidos por todas as crianças, mas ainda vivemos estereótipos antigos que rotulam as atividades como sendo adequadas apenas para um gênero específico”, afirmou Julia Goldmin, chefe de marketing da Lego.

Em 2011, a Lego foi bastante criticada por reforçar os estereótipos de gênero. Na época, a marca havia lançado a linha “Lego Friends” em que os produtos para meninas eram só com salões de beleza rosa e confeitarias de cupcakes. 

Mas a empresa também defendeu a inclusão nos últimos anos. Em maio deste ano, lançou um conjunto de peças em celebração ao orgulho LGBTQIA+, com 11 miniaturas de 11 cores em alusão à bandeira do arco-íris.

Sobre as mudanças da marca, Julia Goldmin disse: “Sabemos que temos um papel a desempenhar para consertar isso, e esta campanha é uma das várias iniciativas que estamos implementando para aumentar a conscientização sobre o problema e garantir que façamos o jogo Lego o mais inclusivo possível”. 

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