5 executivas C-Level contam como a inteligência emocional ajuda na vida pessoal e na carreira

Para elas, saber lidar com as emoções faz toda a diferença, quaisquer que sejam seus papéis
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5 executivas C-Level contam como a inteligência emocional ajuda na vida pessoal e na carreira
(Foto: Arte/EQL)

É muitas vezes se desdobrando entre executiva, mãe e esposa que as mulheres precisam lidar com o dia a dia. Seja atrás de uma mesa no escritório, liderando um time ou arrumando a lancheira do filho, muitas delas perceberam, em algum momento, a necessidade de entender seus sentimentos e administrá-los da melhor forma possível. Para isso, a inteligência emocional acabou sendo uma grande aliada.

Para algumas executivas, ter IE significa ser pragmática, realista e lidar com os problemas de forma simples. Já para outras, é compreender que não há sentimento bom ou ruim – todos são válidos. Essas perspectivas apenas mostram a gama de possibilidades que o conceito da psicologia apresenta, e como cada mulher pode usá-lo da forma que lhe convém, tanto no dia a dia corporativo, como no turbilhão de afazeres em casa ou na vida pessoal.

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Pensando nisso, a EQL conversou com 5 executivas em posição de liderança que usam – e abusam – da inteligência emocional para entender como ela interfere em suas rotinas. Veja, a seguir, o que elas dizem:

Ariane Espíndola, head de gente e gestão da Neogrid

ARIANE ESPÍNDOLA
(Foto: Divulgação)

Foi a junção da curiosidade em aprender com a possibilidade de melhorar relacionamentos que aproximou Ariane Espíndola da inteligência emocional. Head de gente e gestão da companhia de software Neogrid, a executiva entendeu que num mundo onde as coisas mudam muito rápido, era importante desenvolver o conceito, que permite compreender as próprias emoções e as emoções dos outros. “Sem ela, as coisas tendem a nos deixar com um senso de frustração ou até desconectadas da vida e do que está acontecendo ao nosso redor”, explica. 

Por isso, Ariane entende que a IE é essencial na vida, uma vez que é uma grande aliada da evolução do ser humano “Ela liberta o nosso potencial”, explica a executiva. “A inteligência emocional permite que a gente brilhe sem medo, sem competição e nos coloca a serviço da evolução.”

Mas, mais especificamente, Ariane acredita que esse valor é um grande parceiro das mulheres. “Se nós não nos fortalecermos dessa forma, investindo no desenvolvimento da nossa inteligência emocional, podemos ficar travadas, não só no medo ou na falta de consciência sobre a nossa potência, mas também no estereótipo social que ainda é presente. Então, acho que a IE no universo feminino é ainda mais importante, por nos apoiar a transcender estereótipos e fortalecer nossos espaços”, explica. 

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E Ariane garante aplicar tudo isso no trabalho. Segundo ela, na Neogrid, é importante que o cliente tenha uma experiência total, e essa atividade começa nas equipes. “Temos traçado estratégias em linha com o nosso propósito para entregar um cuidado integral para as nossas pessoas. E isso passa pelo tema da inteligência emocional”, explica. 

Joice Toyota, CEO da Vetor Brasil

JOICE TOYOTA
(Foto: Divulgação)

Joice Toyota representa um outro lado no universo corporativo: o do setor público. CEO e fundadora do Vetor Brasil, organização não-governamental que faz atração e desenvolvimento de profissionais de alta performance para atuar no poder público, a executiva aponta como a inteligência emocional foi essencial no seu processo de empreendedorismo. 

Desde que começou, a executiva vem vivendo uma montanha russa emocional. “Demorou um pouquinho, mas depois de dois anos de altos e baixos, descobri que o sucesso da empresa era mais em função do meu controle emocional. Por isso, ter feito terapia durante todo esse processo me ajudou muito a conseguir entender que todo aquele drama não era necessário”, explica.

“Atingir um controle de nós mesmas, entender para onde estamos indo e tratar as coisas com mais simplicidade, é muito importante, e a inteligência emocional me trouxe isso. Por outro lado, também me ajudou a lidar com pessoas e mobilizar os outros, além de aceitar receber e dar elogios.” 

Joice, que sempre gostou muito de trabalhar, também acabava se doando demais à vida profissional, até como uma forma de fugir dos problemas pessoais. “A IE foi essencial para descobrir e entender o que eu estava sentindo. E agora, com a maternidade, tem o lado de aceitar as situações e os imprevistos, compreendendo que não gastar energia com contratempos nos torna mais eficientes em tudo.”

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Por isso, Joice leva a sério esse assunto no negócio que lidera. “É muito difícil e frustrante trabalhar com o setor público. Mas, se conseguirmos quebrar essa primeira barreira e obter resultados, eles têm um impacto imenso. Com a nossa rede de talentos, falamos muito sobre inteligência emocional, principalmente para que essas pessoas tenham a resiliência e o controle emocional necessários neste tipo de trabalho”.

Michele Martins, vice-presidente de gente e gestão da Neoway

MICHELE MARTINS
(Foto: Divulgação)

“Eu comecei a desenvolver a IE por necessidade própria”, conta Michele Martins, vice-presidente de gente e gestão da Neoway, empresa que oferece soluções de big data analytics e inteligência artificial para negócios. Psicóloga de formação, a executiva se viu crescendo muito rápido no mundo corporativo. Com isso, nasceu outro tipo de competição e outras pressões, afinal, ela estava sob os holofotes. Assim, foi natural começar a olhar para o tema e a desenvolver a inteligência emocional no dia a dia. 

Mas, no início de sua carreira, Michele queria lutar todas as batalhas. Hoje, 20 anos depois, ela percebe que a IE lhe trouxe a maturidade de entender que não é necessário entrar em todas as brigas. “É importante saber diferenciar as situações que preciso ter energia e coragem. A importância da IE vem nesse sentido, de se preservar para não ter desgaste emocional, de colocar a energia a serviço da entrega. Isso permite uma melhor performance no trabalho”, explica. 

Mãe de dois filhos, Michele ainda precisa conciliar os afazeres do trabalho com os domésticos. Mesmo assim, com o tempo de experiência e se apoiando na inteligência emocional, a executiva percebeu que nunca será perfeita em todos os papéis que exerce. “São muitas pressões diferentes. Então, é olhar pro meu papel de mãe, de esposa, de amiga, de filha e irmã e entender o que aceito e o que enfrento. E até compreender que sempre faço o meu possível”, conta. 

“Quando me perguntam como eu dou conta sendo mãe e trabalhando, eu digo que não dou conta. E a IE está presente em viver isso sem sofrer.” Hoje, Michele entende que um dia  será mais mãe, no outro será mais profissional, e que lidar com essa realidade de forma plena é libertador. 

Paula Martinelli, vice-presidente de produto, marketing, design e business da Neon

PAULA MARTINELLI
(Foto: Divulgação)

Mesmo formada em engenharia, Paula Martinelli não chegou a trabalhar de fato no setor. Na verdade, por onde passou ao longo de sua carreira, sempre olhou para o lado estratégico e, posteriormente, especializou-se na área de marketing. Não à toa, hoje é vice-presidente de produto, marketing, design e business da Neon, fintech brasileira especializada na abertura e movimentação de contas correntes digitais por aplicativo. 

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Mas, para ela, é difícil dizer com certeza quando começou a se interessar pela inteligência emocional. Como sempre foi muito focada na própria carreira, uma vez que, desde pequena, recebia o incentivo da mãe, percebeu, de forma natural, que era impossível conciliar a vida profissional e pessoal sem o apoio deste conceito.

Mãe de dois filhos e esposa, a executiva entende que a IE funciona como uma balança de dois pesos, equilibrando os pilares da vida. “Para mim, ela traz equilíbrio, o que, consequentemente, me traz saúde. Eu lidero um time grande, mas faço questão que meu dia não comece antes das nove da manhã e termine, de fato, às seis da tarde. O tempo antes e depois do trabalho é dedicado aos meus filhos e ao meu marido.” 

Nesse sentido, Paula entende que, no caso das mulheres, por não estarem tão presentes como deveriam no universo corporativo, esse equilíbrio que a inteligência emocional proporciona é ainda mais importante, afinal, segundo ela, de que adianta estar em um cargo de liderança e não equilibrar a vida pessoal com a profissional? 

“Temos o papel de servir como referência e abrir espaços. Mas a síndrome do impostor acaba interferindo demais no nosso trabalho, nos fazendo sentir inferiores aos outros. E isso reforça nossa necessidade de perspectiva – estamos onde estamos porque merecemos – e de inteligência emocional.”

Roberta Antunes, chief of growth da Hashdex

ROBERTA ANTUNES
(Foto: Divulgação)

Roberta Antunes teve uma carreira extensa: passou pela Endless e até cofundou o Hotel Urbano. Hoje, ela é chief of growth da Hashdex, fintech fundada em 2018 especializada na gestão de ativos. “Eu sou uma pessoa generalista, que tem uma visão ampla sobre as coisas, então acabo aprendendo muito rápido. Por isso, ao longo da minha carreira, fui desenvolvendo skills que me ajudam a aprender. Foi dessa forma que desenvolvi minha inteligência emocional”, conta. 

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Com um olhar simples da vida, Roberta não tem nem tempo de cogitar se entregar ao drama do mundo corporativo, e foge da forma que pode das dores de cabeça de cada dia. “O que eu tento fazer é criar hipóteses e descobrir o mais rápido possível se elas estão erradas ou não. E se estiverem, tudo bem, parto pra próxima. Isso me permite não ter medo da falha”. 

De forma prática, foi deixando as decisões muito mais objetivas – e colocando as emoções um pouco de lado – que Roberta conseguiu atingir a praticidade nas tarefas do cotidiano. “Para mim, a IE é criar estruturas dentro do trabalho que transformem o seu processo decisório, que o deixe mais direto. Caso contrário, levo as coisas para o lado pessoal e isso machuca. Um problema foge de algo objetivo e se torna uma dor minha.” 

E a inteligência emocional se aplica na relação com os colegas de trabalho. “Todo mundo quer fazer o certo e alcançar os objetivos, e pode ser que, no meio do caminho, as pessoas tenham desavenças sobre como chegar lá, mas assumir a boa intenção do outro é essencial”, opina. Assim, para Roberta, a IE é simplesmente encarar os conflitos, os erros e os desafios como uma oportunidade de fazer o negócio crescer.

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