Por que Rússia e Ucrânia estão em guerra? Veja a linha do tempo do conflito entre os países

Para entender a origem da tensão e da crise entre as nações vizinhas que preocupa o mundo é preciso voltar no tempo
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Após meses de tensão, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, autorizou nas primeiras horas de hoje (24) uma “operação militar especial” para invadir a Ucrânia. Desde então, o país vive momentos de desespero: tiros, fluxo de explosões, mísseis, pessoas tentando fugir para outros países e fechamento do espaço aéreo.

Ainda não está clara a extensão da ofensiva militar, mas o presidente ucraniano, Volodymyr Zenlensky, divulgou hoje pela manhã uma mensagem informando que está adotando lei marcial, quando regras militares substituem as leis civis comuns. Ele afirmou, ainda, que os militares da Ucrânia estão respondendo aos ataques da Rússia no sul e no norte do país.

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Mas, para entender como o conflito entre os países chegou a esse nível e o que motivou Putin a invadir a Ucrânia, é preciso voltar no tempo.

Veja, a seguir, uma linha do tempo dos acontecimentos: 

1949  – Otan

Alguns anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial, em 1949, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), uma aliança militar entre países da América do Norte e Europa, foi criada com a liderança dos Estados Unidos. O principal objetivo era conter a expansão da então União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) e do comunismo. Sete décadas depois, a Otan cresceu e hoje conta com 30 membros.

1955 – Pacto de Varsóvia

Em resposta à Otan, a URSS criou, em 1955, o Pacto de Varsóvia, apoiado pelos países do bloco socialista. O principal objetivo era estabelecer um compromisso de ajuda mútua em caso de agressões militares.

1991 – Fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas

No dia 25 de dezembro de 1991, Mikhail Gorbachev, presidente da URSS, renunciou formalmente ao cargo, encerrando a existência do país como o conhecíamos até então. Com isso, o grande território sovietico foi dividido em 15 repúblicas independentes – uma delas é a Ucrânia. Por isso, o russo é o idioma mais amplamente falado por lá e os laços culturais seguem fortes.

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Com o colapso da URSS, a Otan deu início a sua expansão para o leste, e incorporou ex-repúblicas soviéticas, como Lituânia, Letônia, Estônia, além de Polônia, Romênia e outros países com certa proximidade da Rússia.

A expansão da Otan nunca foi vista com bons olhos pela Rússia. O Kremlin enxerga as estratégias da organização de aproximação do território russo como uma ameaça existencial ao seu país. 

2014 – Anexação da Crimeia

Em 2014, a Rússia anexou a região da Crimeia, península ucraniana, com a justificativa de proteger os cidadãos russos que vivem por lá. Na ocasião, com a queda do então presidente ucraniano pró-Rússia Viktor Yanukovych, o Kremlin apoiou grupos separatistas que tomaram o controle da região. Mais de 14 mil pessoas morreram nos conflitos entre rebeldes e forças ucranianas. 

Em fevereiro de 2015, o Acordo de Minsk foi fechado, um plano de paz entre a Rússia e a Ucrânia, sob mediação franco-alemã, atualmente suspenso.

2021  – Otan rejeita pedido da Rússia de retirar convite de adesão da Ucrânia

Em 2021, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia exigiu que a Otan retirasse “formalmente” uma decisão de 2008 que abriu o caminho para a adesão da Ucrânia e da Geórgia, que também fazia parte da URSS, à aliança. No ano passado, o governo russo também exigiu que a Otan deixasse de realizar exercícios militares perto de suas fronteiras.

“Para os interesses fundamentais de segurança na Europa, é necessário eliminar oficialmente a decisão tomada pela cúpula da Otan em Bucareste, em 2008″, disse o governo russo, em um comunicado.

A Rússia quer evitar que a Ucrânia entre na Otan porque, segundo Vladimir Putin, o avanço da Organização do Tratado do Atlântico Norte até as bordas do seu território representa uma ameaça à sua segurança. Vale lembrar que a fronteira entre a Rússia e a Ucrânia estende-se por 1.576 quilômetros.

Em resposta, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, rejeitou a ideia de retirar o convite de adesão da Ucrânia à Otan, como a Rússia havia pedido. “A relação da Otan com a Ucrânia será decidida pelos 30 aliados da Otan e da Ucrânia, e ninguém mais”, disse Stoltenberg na ocasião. A partir daí, o clima de tensão esquentou.

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2022 – Putin reconhece a independência de Donetsk e Lugansk, na Ucrânia

E a história parece se repetir. Na última segunda-feira (21), Vladimir Putin anunciou que reconheceria as províncias separatistas de Luhansk e Donetsk, no leste da Ucrânia. 

Vale lembrar que, assim como a Crimeia, essas regiões também têm grande parte da população etnicamente ligada à Rússia. Com o decreto de reconhecimento de Putin, a Rússia garante autorização para construir bases militares nessas áreas estratégicas.

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