7 mitos e verdades sobre lubrificantes íntimos

Por mais que as mulheres estejam avançando na liberdade sexual, ainda há muito tabu e desinformação sobre assuntos ligados ao tema
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MalVestida/Unsplash
Quebrar tabus relacionados à sexualidade é extremamente importante para que as mulheres enxerguem o lubrificante como uma ferramenta de autocuidado (Foto: Unsplash/Mal Vestida)

Em janeiro de 2022 – logo no início do ano, para provar que o mundo ainda precisa de muitos réveillons para quebrar alguns tabus -, a atriz Carla Diaz publicou um vídeo no Instagram que chamou a atenção de seus seguidores por um motivo muito específico: atrás dela, em uma mesinha de cabeceira, havia um tubo de lubrificante íntimo. Isso foi o bastante para que a artista entrasse no hall dos assuntos mais comentados da internet naquele dia. 

A maioria fez comentários positivos, que até arrancaram boas risadas da paulistana, que encarou o tema com muito bom humor. O alvoroço sobre o assunto, no entanto, mostra o quanto a sexualidade feminina ainda é tratada às escondidas, surpreendendo internautas quando é exposta – sem querer – em um vídeo despretensioso. “O homem já foi à lua, mas ainda estamos lutando para quebrar paradigmas sobre a intimidade da mulher”, brinca Marina Ratton, fundadora da marca de lubrificantes íntimos Feel. 

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Imersa em assuntos sobre sexualidade feminina, a empresária ouve – diariamente – dúvidas de mulheres sobre seu próprio corpo e prazer. “Sempre fomos estudadas como uma extensão do homem, então a conexão com a própria sexualidade é algo novo. Quase 50% das mulheres do Brasil não experienciam prazer por conta desse afastamento. O cenário é esse: desinformação.” Para ela, que trabalha com a produção de lubrificantes íntimos, essa ignorância do público consumidor se manifesta na crença de mitos, como o de que “lubrificantes são usados apenas no momento do sexo” ou que “são produtos que dificultam a excitação da mulher”. 

Quebrar esses tabus é extremamente importante para que as mulheres enxerguem o lubrificante como uma ferramenta de autocuidado – e não apenas como um simples objeto sexual. “Nos últimos anos tivemos um boom de marcas especializadas no produto, mas, antes disso, a experiência de compra do lubrificante era muito ruim. Muitas vezes, ele ficava na gôndola masculina das farmácias e tinha um design agressivo. Isso atrapalhava a jornada de consumo da mulher”, explica Marina. “Hoje temos mais opções porque entendemos que havia um gap de mercado para explorar.” 

Além disso, os antigos produtos disponíveis no mercado não tinham o PH ideal para a saúde da flora vaginal – o que fez com que muitas mulheres decidissem usar óleo de coco como lubrificante natural. “O óleo de coco também ajuda as mulheres na foliculite após a depilação, por exemplo. É uma matéria-prima incrível e nós a exploramos atualmente”, explica a Dra. Juliany Nascimento, ginecologista e dona do perfil Ginecologista Sincera no Instagram. Para ela, a única ressalva sobre o uso do produto natural é o risco de romper o preservativo durante a relação sexual, já que o látex e o óleo de coco não trabalham bem juntos. 

De qualquer forma, tanto Marina quanto Juliany concordam que o mais importante é a mulher se conhecer e quebrar esse ciclo de desinformação. “A saúde da mulher está toda conectada, então o lubrificante é uma forma de aproximá-la de sua sexualidade”, diz a fundadora da Feel. 

Para ajudar nessa trajetória, a Elas Que Lucrem, com a ajuda de Marina Ratton, desvendou sete mitos e verdades sobre lubrificantes íntimos. Veja, abaixo, quais são eles: 

1 – Deve ser utilizado somente durante o sexo

MITO: Na realidade, o lubrificante não serve apenas para diminuir o atrito e lubrificar a região íntima durante a relação sexual. Ele também pode ser usado diariamente como uma hidratação vulvar e vaginal para aliviar o ressecamento causado pelo uso da pílula anticoncepcional ou menopausa.

2 – É um aliado da menopausa

VERDADE: No período da menopausa, as mulheres sofrem mudanças hormonais significativas e é muito comum os ginecologistas indicarem o uso de cremes tópicos de estrogênio, que possuem hormônios. Os lubrificantes podem ser utilizados para o mesmo fim e têm um diferencial importante: não possuem hormônios.

3 – Dificulta a excitação da mulher

MITO: Um bom lubrificante íntimo aprimora qualquer tipo de sexo – anal ou vaginal, em parceria ou solo, com ou sem brinquedos. Um estudo com mais de 2.400 mulheres revelouo que os lubrificantes pessoais à base de água foram associados a um maior prazer e satisfação no sexo vaginal, solo e anal. Mesmo que a usuária tenha lubrificação vaginal natural suficiente, uma quantidade adicional de lubrificante pode aumentar o nível de prazer.

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4 – Indispensável para o sexo anal 

VERDADE: Isso acontece porque a região não tem lubrificação natural. Além de evitar a dor, o uso do produto também impede o atrito com o preservativo.

5 – Os produtos são unissex

VERDADE: Existem marcas que desenvolvem lubrificantes para o bem-estar íntimo feminino, mas que também podem ser usados por homens durante a relação sexual.

6 – Pode ser usado junto com absorvente interno ou coletor menstrual

VERDADE: O lubrificante pode ser um importante aliado na hora do uso e trocas do absorvente íntimo e introdução do coletor menstrual, uma vez que facilita a introdução (pode ser colocado na ponta do absorvente e na parte de fora do coletor), evitando ferir a região íntima da mulher.

7 – É indicado para mulheres que fazem tratamento oncológico ou tomam medicação

VERDADE: Muitos ginecologistas indicam o uso de lubrificantes para mulheres que estão tratando algum tipo de câncer ou que usam medicação controlada para alguma doença. Essas mulheres costumam sofrer o efeito das medicações, como o ressecamento da região íntima e a perda da libido. Os produtos devolvem a lubrificação necessária para uma relação sexual mais saudável e confortável.

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