Dólar fecha abaixo de R$ 5,20 pela primeira vez em cinco meses e mercado se protege contra risco de alta

Com nova mínima, moeda norte-americana já acumula queda de 2,36% no mês
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O dólar renovou hoje (15) a mínima de fechamento em cerca de cinco meses, encerrando abaixo do piso psicológico de R$ 5,20, em um dia de apetite geral por ativos de risco em meio a uma trégua nas tensões geopolíticas globais.

Investidores reagiram bem a notícias de que a Rússia está retornando grupos de soldados a suas bases, afastando-os da fronteira próxima da Ucrânia, o que amenizou temores de uma iminente invasão de Moscou sobre o território do país vizinho. Esse receio vinha chacoalhando os mercados globais nos últimos dias.

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O bom humor externo, porém, apenas reforçou o bom momento do real, que mesmo com os sobressaltos geopolíticos recentes se manteve em rota de apreciação.

O dólar à vista caiu 0,75%, a R$ 5,1805, menor valor desde 6 de setembro do ano passado (R$ 5,1764). Na mínima intradiária, a cotação tocou R$ 5,1661.

Em fevereiro, o dólar já cai 2,36%, aprofundando as perdas no ano para 7,05%. Isso faz do real a moeda com melhor desempenho entre as principais desde o começo de 2022.

O Bank of America chamou a melhora das expectativas para a divisa brasileira de “conto do carry trade” – em referência ao aumento da taxa de retorno embutida em contratos de real na esteira da elevação da Selic a dois dígitos.

Pesquisa do banco norte-americano mostrou que gestores de fundos na América Latina melhoraram de forma sensível em fevereiro as visões acerca da moeda brasileira. A maioria (60%) dos respondentes da sondagem deste mês agora vê o dólar entre R$ 5,11 e R$ 5,40 ao fim do ano. Em janeiro, cerca de 55% dos entrevistados previam que a divisa ficaria R$ 5,41 e R$ 5,70.

Mas com o dólar rompendo sucessivamente importantes suportes, alguns agentes começam a achar interessante recompor posições.

Os não residentes, por exemplo, compraram na segunda-feira cerca de US$ 484 milhões em termos líquidos) no somatório de contratos de dólar futuro, swap cambial e cupom cambial registrados na B3.

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A movimentação no mercado de opções também mostra operadores comprando mais “calls” de dólar -contratos de opção que dão ao comprador direito de comprar a moeda a um preço pré-estabelecido. Assim, o comprador pode recorrer ao direito de exercer a opção num cenário em que o dólar recupera terreno.

Essa dinâmica é evidenciada pela oscilação de “risk reversal”, que contrapõe opções de compra (“calls”) e venda (“puts”). O risk reversal 25% Delta para um mês bateu nesta sessão e também na véspera o maior patamar desde setembro. Quanto mais alto, mais demanda por compra de dólar o mercado mostra.

Ao mesmo tempo, o índice de força relativa de 14 dias – uma medida de quão fora do padrão se mostram as oscilações de preço de um ativo – está pouco abaixo de 28. Valores aquém de 30 indicam que um ativo – no caso, o dólar – está excessivamente fraco, o que poderia estimular alguma correção para cima.

(Com Reuters)

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