Dólar sobe e fica acima de R$ 5,30 com exterior e ruídos domésticos

O dia foi marcado pela força global da moeda norte-americana, ainda por expectativas quanto a elevações de juros nos Estados Unidoso
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O mercado de câmbio no Brasil mais uma vez sentiu o peso dos movimentos externos, e o dólar terminou o pregão hoje (04) em alta, voltando a superar R$ 5,30, em dia de força global da moeda norte-americana ainda por expectativas quanto a elevações de juros nos Estados Unidos.

O ruidoso noticiário doméstico indicativo de mais pressões de gastos tampouco amenizou a pressão sobre a taxa de câmbio, que fez par com o mercado de juros no dia mais negativo.

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O dólar à vista subiu 0,51%, a R$ 5,3249 na venda.

Na máxima, a cotação foi a R$ 5,3516 (+1,02%), depois de chegar a cair 0,35%, para R$ 5,2792.

O gráfico da evolução das negociações com dólar no Brasil e no exterior mostra os ativos andando em conjunto, especialmente após as 10h30 (de Brasília), quando o mercado entrou numa corrida por dólar após o governo dos EUA divulgar abertura de postos de trabalho em janeiro muito acima do esperado, além de revisão para cima em dados anteriores.

Os números reforçaram apostas em mais de quatro altas de juros nos Estados Unidos neste ano, o que elevaria a atratividade do dólar como investimento e ameaçaria tirar de mercados emergentes a liquidez que hoje para eles se dirigia.

Também desestimulou qualquer venda de dólar o noticiário de Brasília, centrado em discussões sobre corte em preços de combustíveis. Com a volta dos trabalhos legislativos, o Senado colocou na pauta de votações do próximo dia 15 dois projetos de lei que visam reduzir o preço dos combustíveis, informou o líder da minoria, Jean Paul Prates (PT-RN), após conversa com o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Segundo a Renascença Política, o deputado Christino Aureo (PP-RJ) protocolaria nas próximas horas uma PEC que trata da redução dos impostos dos combustíveis, que teria citado uma PEC em estudo como “nossa PEC”, referindo-se ao apoio do governo.

“Ou seja, a ideia de Guedes (ministro da Economia, Paulo Guedes) de restringir a redução apenas ao diesel não prevaleceu. Estamos diante de mais uma vitória da ala política do governo tendo em vista que a PEC estende a possibilidade de redução para os demais combustíveis e energia elétrica”, comentou a Renascença Política.

Na semana, o dólar ainda caiu 1,24% – quarta semana de baixa, mais longa série do tipo desde maio de 2021.

Nos primeiros dias de fevereiro, a moeda acumulou ganho de 0,36%, reduzindo a queda no ano para 4,46%.

Numa análise mais de curto prazo, a perspectiva ainda seria de alguma valorização do real, disse Gustavo Menezes, gestor macro da AZ Quest.

A AZ Quest segue com posição favorável à moeda brasileira em suas carteiras. “Apesar de já ter se apreciado, o carrego está muito alto”, disse Menezes.

A taxa implícita nos contratos a termo de real está bem acima de 11% para o contrato de um ano, nos picos em vários anos.

(Com Reuters)

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