Dólar cai e volta a se aproximar de R$ 5 com demanda de investidor por ativos de commodities

A moeda norte-americana fechou em baixa de 1,62% hoje, a R$ 5,0268, bem perto da mínima do dia
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O dólar fechou em firme queda contra o real hoje (03), voltando a se aproximar da linha técnica e psicológica dos R$ 5,00, com a moeda brasileira por mais um dia se beneficiando da demanda por ativos correlacionados a commodities, movimento que beneficiou divisas de perfil semelhante e por ora blindava o mercado de ações na B3.

O dólar à vista fechou em baixa de 1,62%, a R$ 5,0268, bem perto da mínima do dia, de R$ 5,0203 (-1,74%).

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Na máxima, a cotação registrou leve alta de 0,14%, a R$ 5,1164.

A moeda norte-americana, assim, apagou muito dos ganhos contabilizados no fim da semana passada, quando a guerra na Ucrânia foi iniciada. O dólar devolveu 2,51% dos 3,06% que havia ganhado na quinta e sexta-feira. Na quarta passada, fechou a R$ 5,0033, depois de operar na casa de R$ 4,99 em determinado momento na sessão daquele dia.

“A taxa entre R$ 4,95 e R$ 4,89 é uma zona de suporte crucial. Defendê-la pode resultar em uma recuperação para R$ 5,28 e talvez até para R$ 5,38”, afirmaram Kenneth Broux e Tanmay G Purohit, do Société Générale.

O real teve neste pregão o segundo melhor desempenho entre as principais moedas globais, perdendo apenas para o vizinho peso colombiano, que no fim da tarde ganhava 2% ante o dólar.

O dólar acelerou a queda após as 14h30 (de Brasília), depois de dados do Banco Central revelarem que o Brasil recebeu em fevereiro a maior quantia de moeda estrangeira pelo câmbio contratado em três anos, mais de US$ 6 bilhões.

E a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 4,050 bilhões no mês passado, melhor resultado para o mês em cinco anos, informou o Ministério da Economia nesta quinta-feira, em dado que veio acima das projeções do mercado.

“A balança deve vir ainda mais forte nos próximos meses, com a exportação sazonal da soja e a elevação dos preços das commodities, incluindo o petróleo”, disse Rafaela Vitoria, economista-chefe do Banco Inter.

O câmbio segue amparado pela combinação entre matérias-primas em alta (o que por tabela eleva os termos de troca, favorecendo mais fluxo para o Brasil), maior demanda por ativos “de valor” (ou seja, com potencial de alta por estarem depreciados) e pelos juros mais altos, que deixam o país mais atrativo especialmente num momento em que investidores ficam com menos opções diante do isolamento da Rússia do sistema financeiro global.

Isso tem feito o real descolar do movimento do dólar contra divisas mais fortes. Em uma medida disso, a correlação entre a taxa de câmbio dólar/real e o índice DXY (dólar ante cesta de seis moedas de países ricos) para 90 dias caiu a -0,2, nas mínimas desde novembro de 2020.

Quanto mais baixo esse número, mais opostas são as direções tomadas pelo dólar no Brasil e pelo dólar frente a seus rivais do mundo desenvolvido. O índice do dólar saltava 0,4% nesta sessão, para picos desde meados de 2020.

(Com Reuters)

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