O dólar fechou em alta frente ao real hoje (19), dia de fortalecimento generalizado da divisa norte-americana, com renovadas apostas de juros mais altos nos Estados Unidos em meio à inflação em disparada e a uma economia global que deve crescer menos, conforme previsões mais recentes.
O dólar, contudo, subiu menos no Brasil do que em outros países e não chegou a devolver toda a perda de quase 1% da véspera, com o real protegido pelo “escudo” dos juros domésticos mais altos e dos preços mais elevados das matérias-primas.
O dólar à vista subiu 0,36%, a R$ 4,6667 na venda. A cotação variou de R$ 4,6873 (+0,80%) a R$ 4,6388 (-0,24%).
Uma cesta de moedas emergentes que inclui o real caía 0,5% no fim da tarde, e um índice do dólar contra um conjunto de divisas de países ricos disparou a novos picos em cerca de dois anos. Em relação ao iene, o dólar renovou uma máxima em duas décadas.
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A confirmação nesta semana pelo FMI e pelo Banco Mundial de previsões mais fracas para a economia global pesou sobre a demanda por ativos arriscados, elevando, em contrapartida, a busca por dólares, considerado ativo de segurança.
A moeda tem se beneficiado adicionalmente da perspectiva de juros ainda mais altos nos EUA, o que elevaria os retornos de um mercado já considerado de baixo risco.
Na avaliação da gestora de investimentos Rio Bravo, o “incerto” ciclo de aperto monetário nos Estados Unidos começa a mostrar seu efeito “convencional” nos mercados brasileiros, aumentando a pressão sobre os ativos locais.
O Ibovespa caiu 0,5% nesta terça, segundo dados preliminares. Desde o pico de 5 de abril, o principal índice das ações brasileiras recua 5,4%. O real desvalorizou-se 1,81% desde a mesma data, quando chegou a ser cotado em 4,582 por dólar.
“Dessa forma, o mercado nacional deve se manter atento aos desenvolvimentos dessas questões no exterior. Das idiossincrasias internas, eleições devem aos poucos ganhar força no debate, dividindo, assim, as atenções do mercado com o cenário fiscal brasileiro. O grande tema, entretanto, deve ser a inflação, com o mercado esperando sinais de desaceleração dos preços”, disseram economistas da Rio Bravo em relatório.
Sondagem XP Expectativas de Mercado mostrou que investidores institucionais ainda veem o dólar voltando aos R$ 5,00 até o fim do ano, alta de 7,14% frente ao patamar atual.
O pano de fundo, contudo, ainda é positivo para o câmbio, segundo Robin Brooks, economista-chefe do Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês), que vê taxa “justa” para o real em 4,50 por dólar.
“Entre os principais mercados emergentes, apenas Turquia (azul) e Rússia (marrom) têm taxas de juros de política monetária mais altas do que o Brasil (preto). O Brasil não é perfeito, mas tem altas taxas de juros com muito menos risco. Essa é uma das razões pelas quais o real brasileiro tem se saído tão bem em 2022”, disse ele em sua conta no Twitter.
(Com Reuters)
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