Com mais duas medalhas nos Jogos Olímpicos de Tóquio, ouro no revezamento 4 x 400 m e bronze nos 400 m, Allyson Felix, 35, chegou ao seu 11° pódio olímpico na carreira. Com o resultado, Allyson superou Carl Lewis, que tem 10 medalhas olímpicas, e se tornou a competidora norte-americana de atletismo mais condecorada da história das Olimpíadas.
Em uma publicação nas redes sociais, no último dia 6 de agosto, a atleta postou uma fotografia que mostrava a sua cicatriz de cesárea e todas as medalhas olímpicas conquistadas ao longo da carreira.
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Em 2018, Allyson Felix decidiu que seria mãe. Em novembro, a pequena Cameron nasceu prematura, com apenas 32 semanas. O parto não foi fácil e ela precisou fazer uma cesariana de emergência porque sofreu com pré-eclâmpsia e as duas, mãe e filha, corriam risco de vida.
A criança precisou passar semanas internada e a atleta sofreu pressão dos patrocinadores para retornar aos treinos, mas preferiu cuidar de sua filha. Ela retornou às competições apenas oito meses após o parto e, para surpresa de muitos, demonstrou uma impressionante recuperação física.
Em maio de 2019, quando ainda era patrocinada pela Nike, ela e outras colegas atletas denunciaram a companhia, em um texto publicado no The New York Times, por oferecer um novo contrato 70% menor do que o anterior, que tinha encerrado no final de 2017. A decisão de um novo acordo imposto pela marca veio após a atleta ser mãe, em 2018.
“Fui pressionada para voltar à forma o mais rapidamente possível depois do nascimento da minha filha, em novembro de 2018, apesar de ter passado por uma cesariana de emergência com 32 semanas, devido ao sério risco de a pré-eclampsia ameaçar a minha vida e da minha bebê. No entanto, as negociações não corriam bem. Apesar de todas as minhas vitórias, a Nike queria pagar-me 70% a menos do que antes. Se for isso que eles pensam que eu valho agora, eu aceito. O que eu não posso aceitar é esse persistente status quo da maternidade. Pedi à Nike para garantir, contratualmente que não seria penalizada se os meus resultados não fossem os melhores nos primeiros meses após o parto. Queria estabelecer um novo padrão. Se eu, uma das atletas da Nike mais conhecidas, não conseguisse assegurar estas proteções, quem conseguiria?”, questionou na época.
A luta de Allyson por seus direitos valeu a pena. Isso porque, em maio de 2019, a Nike anunciou que não aplicaria reduções de pagamento às atletas grávidas por um período de 18 meses. Apesar disso, ela preferiu romper o contrato e assinar com a Athleta.
Em entrevista exclusiva à People, a velocista comentou sobre a maternidade: “Ser mãe mudou tudo. Me deu um impulso diferente. Tive tantos desafios e acho que é ainda mais significativo agora estar neste palco como mãe”, afirmou.
Allyson Felix também tem 12 medalhas de ouro em campeonatos mundiais de atletismo. Dez meses após ser mãe, ela conquistou a sua 12ª medalha, em 2019, com a equipe dos Estados Unidos, no Mundial de Doha. O recorde anterior era do jamaicano Usain Bolt, com 11 medalhas de ouro em mundiais.
Veja todas as medalhas da atleta em Olimpíadas:
Tóquio 2020 (2)
Ouro no revezamento 4 x 400 m
Bronze nos 400 m
Rio 2016 (3)
Ouro no revezamento 4 x 100 m
Ouro no revezamento 4 x 400 m
Prata nos 400 m
Londres 2012 (3)
Ouro no revezamento 4 x 100 m
Ouro no revezamento 4 x 400 m
Ouro nos 200 m
Pequim 2008 (2)
Ouro no revezamento 4 x 400 m
Prata nos 200 m
Atenas 2004 (1)
Prata nos 200 m
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